🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? CONFIRA 30 RECOMENDAÇÕES GRATUITAS DA EMPIRICUS – ACESSE AQUI 

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Surfando a onda

Retorno dos títulos do Tesouro americano está no seu maior patamar em 16 anos; veja como investir nos Treasurys e lucrar em dólar

O investidor pessoa física pode aproveitar as taxas gordas pagas pelo ativo mais seguro do mundo; veja como comprar Treasurys, títulos do Tesouro americano

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
7 de outubro de 2023
15:00 - atualizado às 13:55
Fed compra de ativos
Imagem: Shutterstock

A disparada recente dos retornos dos títulos do Tesouro americano tem sido a grande vilã dos mercados globais. Na última semana, os juros pagos pelos Treasurys de 10 anos chegaram a beirar os 5,0% ao ano, seu maior patamar desde 2007, quando os EUA estavam às vésperas da crise dos subprime; já os rendimentos dos títulos de 30 anos superaram esse patamar.

Tudo isso porque, na sua última decisão de juros, no mês passado, o Federal Reserve, banco central americano, frisou que a política monetária deverá ainda se manter restritiva por um bom tempo. Na ocasião, o Fed manteve a taxa básica de juros americana entre 5,25% e 5,50% ao ano.

Por consequência, aqueles investidores que esperavam que o aperto monetário poderia parar e até ser revertido em breve resolveram encarar a dura realidade: de que a taxa de juros dos Estados Unidos deverá ainda se manter alta por um bom tempo.

Essa expectativa de juros elevados por tempo prolongado, combinada com a situação fiscal delicada dos Estados Unidos e os dados de inflação e atividade econômica ainda fortes no país levaram os rendimentos dos Treasurys a disparar, derrubando os preços dos ativos de risco, como ações e títulos de dívida de empresas.

Juros altos representam empréstimos mais caros e preços dos ativos mais baixos. Afinal, títulos públicos que pagam retornos elevados atraem investidores, que preferem deixar os ativos de risco – ações, imóveis, títulos de dívida de empresas, criptoativos e negócios da economia real em geral – para se aninhar na segurança de um investimento garantido pelo governo.

E quando falamos dos retornos dos Treasurys, o efeito contágio na economia global é impressionante. Os títulos do Tesouro americano são os ativos livres de risco por excelência, considerados os investimentos mais seguros do mundo. Eles ditam as taxas de juros e, consequentemente, os custos dos empréstimos em todo planeta e, no patamar atual, uma remuneração tão alta com um risco tão baixo anda difícil de superar.

Leia Também

Leia também

Brasileiros também podem investir em Treasurys

Tudo bem que um retorno de 5% ao ano pode parecer baixo para o investidor brasileiro, mas lembre-se de que estamos falando de um ativo cotado em dólar, cujo retorno também é dolarizado.

O investimento em Treasurys hoje já é acessível aos brasileiros e pode ser até melhor que os fundos cambiais de dólar para se começar a diversificação internacional da carteira. Isso porque, além de oferecer proteção cambial, eles também pagam juros, o que a compra pura e simples da moeda americana não proporciona.

E momentos em que os retornos desses títulos estão elevados e em níveis recorde são os mais interessantes para compra. Isso porque eles se comportam de forma parecida com os nossos prefixados, isto é, ao comprar um título você trava o seu retorno até o vencimento.

Embora o investimento em Treasuries tenha se tornado substancialmente mais acessível às pessoas físicas nos últimos anos, a compra direta desses títulos por brasileiros ainda é para poucos, em razão do alto valor inicial do investimento.

Entretanto, há outras duas maneiras de se expor indiretamente ao desempenho dos títulos do Tesouro americano, e uma delas é bastante acessível ao público geral.

Em todas elas, porém, a liquidez é grande, então o investidor consegue vender a sua posição rapidamente e resgatar seus recursos quando desejar.

Como investir em Treasurys

ETFs e BDRs de ETFs

A forma mais acessível para a pessoa física investir em Treasuries, em termos de valor de aplicação inicial, é por meio de ETFs, fundos com cotas negociadas em bolsa que replicam o desempenho de índices de mercado.

Neste caso, o investidor deve recorrer a ETFs que sigam índices de Treasurys. Para investir nesses fundos, é preciso ter conta numa instituição financeira que dê acesso ao investimento nas bolsas americanas.

É o caso da corretora Avenue, da conta em dólar Nomad, da plataforma de investimentos globais do banco Inter e da conta global de investimentos do C6 Bank. Eu falo um pouco mais dessas contas nesta outra matéria.

Outra forma de aplicar em ETFs gringos é por meio de BDRs, os Brazilian Depositary Receipts, recibos que representam ativos estrangeiros na bolsa brasileira. Para isso, uma conta em qualquer corretora de valores que permita ao investidor operar na B3 serve.

Em ambos os casos pode ser necessário pagar taxas para a negociação, mas há corretoras que oferecem, por exemplo, corretagem e custódia zero, tanto para investimentos locais quanto globais.

Existem hoje oito ETFs de Treasurys geridos pela BlackRock (série iShares) com BDRs na bolsa brasileira, como você pode ver na lista a seguir. O último da tabela é recomendado na série Os Melhores Fundos de Investimento, da Empiricus: o iShares US Treasury Bond ETF (BGOV39), que tem uma taxa de administração de apenas 0,05% ao ano.

Nome do ETFCódigo de negociação na B3
iShares 0-3 Month Treasury Bond ETFBSGO39
iShares 1-3 Year Treasury Bond ETFBSHY39
iShares 20 Year Treasury Bond ETFBTLT39
iShares 3-7 Year Treasury Bond ETFBIEI39
iShares 7-10 Year Treasury Bond ETFBIYT39
iShares Short Treasury Bond ETFBSHV39
iShares Treasury Floating Rate Bond ETFBTFL39
iShares US Treasury Bond ETFBGOV39

Investimento direto nos títulos do Tesouro americano

Outra forma de investir em Treasuries é a compra direta dos títulos por meio de uma corretora que dê acesso a investimentos de renda fixa nos Estados Unidos, como a Avenue.

O problema dessa modalidade é o valor de investimento inicial: por volta de US$ 50 mil, o equivalente hoje a mais de R$ 250 mil. Não é todo mundo que tem esse valor disponível apenas para diversificação no exterior.

Uma das grandes vantagens de investir diretamente em títulos do Tesouro americano, no entanto, é que alguns deles pagam cupom, isto é, uma remuneração periódica, quase sempre semestral, o que pode ser interessante para quem gostaria de receber uma renda em dólar.

Investimento via fundos de renda fixa estrangeiros que aplicam em Treasuries

Finalmente, é possível investir em títulos do Tesouro americano via fundos de renda fixa globais que tenham exposição a esse tipo de ativo. Estamos falando agora de fundos abertos, do tipo que permite aplicações e resgates, e não de fundos fechados como os ETFs, que têm cotas negociadas em bolsa.

Atualmente, diversas plataformas de investimento de corretoras e bancos brasileiros já têm fundos estrangeiros nas suas prateleiras. E a até pouco tempo atrás, apenas investidores qualificados tinham acesso a fundos que investem 100% do patrimônio lá fora.

Mas desde a última segunda-feira (02), quando entraram em vigor as novas normas que regem os fundos de investimento no Brasil, fundos com essas características já podem começar a ser abertos para o público geral. Assim, em breve é possível que todos os investidores pessoas físicas tenham acesso a fundos globais diretamente na plataforma da sua corretora.

Além do BDR de ETF BGOV39, a Empiricus também tem uma recomendação de fundo aberto de Treasuries, que pode ser encontrado na plataforma de investimentos do Itaú. Trata-se do Itaú Tesouro Americano USD 10 anos FIC Multimercado.

Embora restrito a investidores qualificados, seu valor de aplicação inicial é de apenas R$ 1, e a taxa de administração é de 0,5% ao ano.

ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? Analistas da Empiricus Research revelam suas principais recomendações para o mês em entrevista completa para o Youtube do Seu Dinheiro. Assista agora:

De olho no Leão!

É preciso levar em conta que cada modalidade de investimento citada nesta matéria é tributada de uma forma, e isso pode fazer diferença dependendo do quanto você pretende investir e com que frequência movimentaria sua aplicação em Treasurys.

No caso dos fundos globais oferecidos em plataformas brasileiras, a tributação é a mesma dos fundos de investimento brasileiros de multimercados e renda fixa, que segue aquela tabela regressiva cujas alíquotas variam de 22,5% a 15% a depender do prazo de aplicação (de menos de seis meses a mais de dois anos). Não há, portanto, hipótese de isenção.

Já os Treasurys e os ETFs comprados diretamente lá fora seguem a tributação para investimentos no exterior. O envio de recursos para fora do Brasil para investir requer uma conversão cambial sujeita a um IOF de 0,38%.

Os lucros com a venda dos Treasurys e cotas de ETFs, bem como os juros recebidos na forma de cupom, são considerados ganhos de capital e estão sujeitos à cobrança de imposto de renda.

Isso significa que vendas de um mesmo tipo de ativo inferiores ao equivalente a R$ 35 mil por mês são isentas, mas acima deste valor a tributação é, geralmente, de 15%. O recolhimento do IR é de responsabilidade do próprio investidor.

A partir do ano que vem, porém, essa regra deve mudar. Passarão a ficar isentos somente os rendimentos (não mais as vendas) inferiores ao equivalente a R$ 6 mil no ano. Acima desse valor, os lucros serão tributados em 15% (até R$ 50 mil) ou 22,5% (acima de R$ 50 mil). Mais detalhes sobre isso aqui.

Finalmente, os BDRs são tributados de forma muito mais parecida com as ações negociadas na B3, embora sem aquela isenção para vendas inferiores a R$ 20 mil num único mês.

Isto significa que lucros com a venda de BDRs são sempre tributados, e a alíquota é de 15% para as operações comuns e 20% para as operações day trade (quando a compra e a venda ocorrem no mesmo dia). O recolhimento também é de responsabilidade do investidor.

Mas aqui entra uma vantagem que as demais modalidades não têm: a possibilidade de abater prejuízos dos lucros tributáveis de forma a pagar menos IR, desde que os ganhos e as perdas tenham sido gerados por ativos de bolsa tributados da mesma maneira. No caso dos BDRs, ações, ETFs e derivativos também seguem as mesmas regras de tributação.

Atenção para os riscos!

Antes de investir é preciso ter em mente que há dois fatores que podem fazer o seu investimento em títulos do Tesouro americano oscilar: a variação cambial, isto é, a flutuação do dólar ante o real; e a marcação a mercado – afinal, se os papéis podem se valorizar quando há perspectivas de queda nos juros, eles também podem se desvalorizar diante de uma expectativa de alta nos juros.

Ou seja, apesar de ser um investimento de renda fixa, isso não significa que seus títulos vão apenas apresentar variações positivas. Haverá flutuação no dia a dia conforme variáveis de mercado como câmbio e juros.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa

3 de outubro de 2024 - 8:09

Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje

ENGORDANDO A CARTEIRA

Dividendos e JCP: BTG Pactual lança opção de reinvestimento automático dos proventos; saiba como funciona

2 de outubro de 2024 - 16:40

Os recursos serão reinvestidos de acordo com as recomendações do banco, sem custo para os clientes que possuem carteiras automatizadas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil

2 de outubro de 2024 - 7:58

Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva

MERCADOS

Vai ter Disney? Dólar cai após BC começar o aperto da Selic, mas estes seis fatores devem determinar a trajetória do câmbio

2 de outubro de 2024 - 6:12

Queda de juros nos EUA e estímulos chineses favorecem o real contra o dólar, mas risco fiscal e incerteza geopolítica pressionam as cotações; entenda

CRYPTO INSIGHTS

Altseason à vista: chegou a hora das criptomoedas alternativas baterem os ganhos do Bitcoin (BTC)?

1 de outubro de 2024 - 19:40

Desde o recente corte nas taxas de juros nos Estados Unidos, a dominância do Bitcoin começou a dar sinais de queda. Podemos estar à beira de um novo ciclo de valorização para as altcoins?

EXPANSÃO INTERNACIONAL

Nvidia já vale quase quatro ‘Ibovespas’ — e ainda tem investidor de olhos fechados para o exterior, diz sócio do BTG

1 de outubro de 2024 - 15:40

Segundo Marcelo Flora, a expansão no exterior é “inevitável”, mas ainda há obstáculos no caminho de uma verdadeira internacionalização da carteira dos brasileiros

PERSPECTIVAS

Renner (LREN3) vai se beneficiar com a “taxação das blusinhas”? BB Investimentos revisa preço-alvo para as ações e diz se é hora de comprar os papéis da varejista

1 de outubro de 2024 - 15:08

Segundo BB-BI, os papéis LREN3 vêm apresentando performance “bastante superior” à do Ibovespa desde o início do ano, mas a varejista ainda tem desafios

DOCE OU TRAVESSURA?

“Uptober” ou “Spooktober”: veja o que esperar do bitcoin (BTC) e das criptomoedas “no melhor mês” do ano para ativos digitais

1 de outubro de 2024 - 9:48

Em outubro o bitcoin tende a ter uma valorização média maior do que todos os outros meses do ano — o que garante a alcunha de “Uptober” para este período

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma semana de ouro: Depois de salto das bolsas da China, investidores miram dados de emprego nos EUA em dia de agenda fraca no Brasil

1 de outubro de 2024 - 8:02

Ibovespa acumulou queda de pouco mais de 3% em setembro, mas agenda fraca por aqui tende a deixar a bolsa brasileira a reboque de Wall Street

MERCADOS HOJE

Juros bem baixinhos nos EUA? S&P 500 fecha em recorde, mas Ibovespa não acompanha. O que fez a bolsa subir lá fora e cair aqui

30 de setembro de 2024 - 18:27

O S&P 500 acumulou ganho de 2%, registrando o primeiro setembro positivo desde 2019. Já o Ibovespa perdeu mais de 3% no mês e foi acompanhado pelo dólar no mercado à vista

CRIPTOS HOJE

O que faz o bitcoin (BTC) cair mais de 3% hoje e puxar o mercado de criptomoedas para baixo?

30 de setembro de 2024 - 8:47

Os investidores seguem a direção das bolsas internacionais, que amanheceram no vermelho na manhã de hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolsas da China vão do ‘dragão de madeira’ ao ‘touro de ouro’ com nova rodada de estímulos — mas índices globais caem de olho em dados da semana

30 de setembro de 2024 - 8:07

Nos próximos dias serão publicados os números de emprego nos Estados Unidos, que darão pistas sobre o futuro dos juros norte-americanos

ORÁCULO DE OMAHA

Como Warren Buffett decide quando vender uma ação e por que o bilionário está ‘desovando’ papéis do Bank of America no mercado

29 de setembro de 2024 - 16:30

O Oráculo de Omaha acendeu um alerta no mercado ao vender posições tradicionais em empresas como Apple e Bank of America

DÉCIMO ANDAR

Wake me up when september ends

29 de setembro de 2024 - 8:00

Até aqui, setembro tem sido um mês desafiador para os FIIs. Quais lições e oportunidades podemos tirar do período?

BOMBOU NO SD

Novo título de renda fixa com isenção de IR e os rumores sobre a venda bilionária de ações da JBS (JBSS3) pelo BNDES: os destaques do Seu Dinheiro na semana

28 de setembro de 2024 - 12:51

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a nova renda fixa pode ser disponibilizada no mercado em breve; veja as matérias mais lidas da última semana

INCERTEZAS

A Selic não vai parar de subir? Campos Neto diz como ficam os juros com melhora da inflação; presidente do BC também manda recado sobre a questão fiscal

27 de setembro de 2024 - 19:40

Eventos como a aprovação do teto dos gastos e do arcabouço fiscal, disse, abriram espaço para trabalhar com uma taxa Selic menor

MERCADOS HOJE

Euforia com a inflação dos EUA não dura e Ibovespa fecha em queda de 0,21%; dólar acompanha e baixa a R$ 5,4361

27 de setembro de 2024 - 12:03

De acordo com especialistas, a inflação segue na direção certa — embora haja risco no caminho —, só que outro dado é a prioridade do banco central norte-americano agora e ele preocupa

QUASE PLENO EMPREGO

Campos Neto não curtiu? Desemprego atinge o menor nível para agosto — mas parte dos economistas acha isso ‘ruim’

27 de setembro de 2024 - 11:42

Além da queda da taxa de desemprego próxima de uma situação de pleno emprego, o rendimento real dos trabalhadores cresceu

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um rolê no parquinho da bolsa: Ibovespa tenta reduzir perda acumulada em setembro em dia de Pnad e Caged, além de PCE nos EUA

27 de setembro de 2024 - 8:08

A dois pregões do fim do mês, Ibovespa acumula queda de 2,2% em setembro, mas ainda pode voltar para o alto da roda gigante

Ranking do Tesouro Direto

Só os conservadores se salvaram: títulos públicos sofrem em setembro, mês que teve até greve do Tesouro Direto; veja as maiores altas e quedas

26 de setembro de 2024 - 19:30

Tesouro Selic foi o único título do Tesouro Direto a apresentar retorno positivo em mês marcado pelo início de um novo ciclo de alta na taxa básica de juros

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar