Mais problemas para Lemann: São Carlos (SCAR3), empresa de imóveis controlada pelo bilionário, tem prejuízo milionário em 2022
A São Carlos (SCAR3), controlada pelo trio Lemann, Telles e Sicupira, ficou no vermelho no quarto trimestre e em 2022 como um todo
A Americanas (AMER3) é um problema daqueles para Jorge Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, o trio de investidores da 3G Capital. Mas ela não é a única fonte de dor de cabeça para os bilionários: a São Carlos Empreendimentos (SCAR3), também controlada por Lemann e seus colegas, fechou 2022 no vermelho.
A companhia reportou perdas de R$ 72,6 milhões no acumulado do ano passado; em 2021, havia registrado lucro de R$ 22,5 milhões. E isso mesmo com uma leve alta na receita com locações: a cifra aumentou 3,8% na base anual, chegando a R$ 297,4 milhões.
Tendência semelhante foi vista no quarto trimestre: Lemann e sócios viram a São Carlos dar prejuízo de R$ 3,1 milhões — uma perda 63% menor que a vista nos três últimos meses de 2021, de R$ 8,5 milhões. A receita com locações aumentou 6,8% na mesma base de comparação, para R$ 86,6 milhões.
Vale lembrar que a São Carlos foi criada justamente para administrar os imóveis da Americanas — desde a sua implantação, ainda na década de 80, seu portfólio cresceu e passou a contar com ativos diversos, como edifícios comerciais e empreendimentos que não necessariamente têm relação com a varejista.
- O Seu Dinheiro acaba de liberar um treinamento exclusivo e completamente gratuito para todos os leitores que buscam receber pagamentos recorrentes de empresas da Bolsa. [LIBERE SEU ACESSO AQUI]
São Carlos (SCAR3) e Lemann: reciclando a carteira
Ao todo, a São Carlos (SCAR3) vendeu oito imóveis em 2022, todos eles locados para a Lojas Pernambucanas — os pontos comerciais estavam localizados em Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. As operações renderam à companhia R$ 91,4 milhões.
Lemann, Telles e Sicupira — que, juntos, detém pouco mais de 53% do capital da São Carlos e aparecem como "acionistas de referência" da empresa — também venderam em 2022 um centro de conveniência de mais de 1.500 metros quadrados em Jaú (SP), numa transação de R$ 6,7 milhões.
Leia Também
Portanto, em termos de vendas, a São Carlos levantou pouco menos de R$ 100 milhões no ano passado. "A reciclagem de ativos é parte importante do modelo de negócios da Companhia e fonte de recursos para o crescimento".
Pressão financeira
Como dito no começo do texto, a São Carlos (SCAR3) passou por um aumento da receita com locações, tanto em termos trimestrais quanto anuais. Sendo assim, o que aconteceu para que, ao fim do balanço, a companhia controlada por Lemann e seus sócios ficasse no vermelho?
O problema não aconteceu no lado de custos: as despesas gerais, administrativas e comerciais da São Carlos somaram R$ 17,3 milhões no quarto trimestre, cifra 33% menor ante o mesmo período de 2021; no consolidado de 2022, a linha totalizou R$ 81,2 milhões, praticamente estável em relação ao ano anterior.
Sendo assim, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia mostrou um resultado animador: em termos recorrentes, foram R$ 67 milhões no quarto trimestre, alta de 23,8% em um ano; na comparação entre 2022 e 2021, o avanço foi de 4,4%, para R$ 206,8 milhões.
O xis da questão foi o resultado financeiro: considerando 2022 como um todo, houve uma despesa líquida de R$ 204 milhões, mais que o dobro dos R$ 98,2 milhões negativos reportados em 2021; no quarto trimestre, a despesa financeira líquida foi de R$ 53,1 milhões, aumentando 30% em um ano.
Lemann e as vendas recentes na São Carlos
Em meio ao turbilhão da Americanas, chamou a atenção do mercado as vendas recentes promovidas pela São Carlos (SCAR3): no fim de fevereiro, a companhia se desfez do Edifício Jardim Europa, em São Paulo, por R$ 150 milhões; também neste início de 2023, foi vendido um centro de conveniência em São Paulo por R$ 7,5 milhões.
Ou seja: apenas neste primeiro trimestre de 2023, a São Carlos já fez uma reciclagem mais intensa do portfólio, ao menos em termos financeiros, do que a vista em todo o ano de 2022 — somadas, as duas vendas chegam a R$ 157,5 milhões.
A Vale (VALE3) está fazendo a lição de casa, mas o resultado do 3T25 será suficiente? Saiba o que esperar do balanço
O relatório operacional divulgado na semana passada mostrou um aumento na produção de minério, mas uma baixa em pelotas; confira como esse desempenho pode se refletir nos números da companhia entre julho e setembro
Sem ‘mãozinha’ da Argentina, Mercado Livre (MELI34) tem lucro abaixo do esperado no 3T25, mas frete grátis faz efeito no Brasil
O Mercado Livre (MELI34) registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no 3T25, avanço de 6% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas do mercado, que projetava US$ 488,65 milhões.
O que a dona do Google tem que as outras não têm? Alphabet sobe forte no after em Nova York após balanço; Meta e Microsoft apanham
Enquanto as ações da Alphabet chegaram a subir 6% na negociação estendida, os papéis da Meta recuaram 9% e os da Microsoft baixaram 2%; entenda os motivos que fizeram os investidores celebrarem uma e punirem as outras
“Só o básico” no Bradesco (BBDC4)? Lucro sobe quase 20% e vai a R$ 6,2 bilhões no 3T25, sem grandes surpresas
Em termos de rentabilidade, o banco também não surpreendeu, com um retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 14,7% no trimestre; veja os destaques do balanço
Mesmo com tempestade na Ambipar e na Braskem, CEO do Santander (SANB11) não vê crise de crédito iminente
Em entrevista coletiva, Mario Leão afirmou que o atual cenário, embora difícil para algumas empresas, não sinaliza crise à vista; banco é o maior credor da Ambipar
Nvidia (NVDA) se torna a primeira empresa do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado com apetite por Inteligência Artificial
O apetite dos investidores pela “fazedora de pás na corrida do ouro” da Inteligência Artificial (IA) é o que vem sustentando o bom desempenho da empresa em 2025
Tupy (TUPY3): por que a XP não enxerga oportunidade nas ações mesmo depois da queda de 45% no ano?
Após uma queda de 45% no ano, a XP cortou as estimativas para a Tupy, revelando desafios e oportunidades que podem impactar os próximos resultados da empresa
Prio (PRIO3) turbina capital em R$ 2 bilhões — mas sem um centavo de dinheiro novo; ações caem
Segundo a petroleira, a medida visa fortalecer a estrutura de capital, reforçando a posição de caixa
Nas trincheiras do varejo: o que esperar do Mercado Livre (MELI34) no 3T25 com a guerra cada vez mais escancarada no setor?
Entre frete grátis, cupons e margens espremidas, o Mercado Livre (MELI34) chega ao 3T25 no centro da guerra que redesenha o e-commerce brasileiro. Veja o que esperar dos resultados de hoje
Santander Brasil (SANB11) quer ROE acima de 20% mesmo com crescimento abaixo dos rivais — e reduz aposta na baixa renda e no agro, diz CEO
Mario Leão revela que o banco planeja uma expansão mais seletiva, com ampliação da carteira de crédito para alta renda e menos crédito novo para o agronegócio
Microsoft (MSFT) eleva fatia na OpenAI para 27%, e dona do ChatGPT finalmente passa a ter lucro como objetivo
Com a mudança, a dona do Windows passará a ter controle sobre 27% da empresa criadora do chatbot mais popular do planeta, ChatGPT, representando cerca de US$ 135 bilhões.
Marisa (AMAR3) ganha tempo em impasse sobre balanços; entenda o imbróglio da varejista com a CVM
No início do mês, a autarquia havia determinado que a varejista de moda constituísse provisões sobre processos tributários envolvendo a M Serviços, controlada indireta da Marisa
Bradesco (BBDC4) tem fome de rentabilidade, mas o ‘step by step’ vai continuar no 3T25? Analistas revelam o que esperar para o balanço
O Bradesco vai continuar a dar “um passo de cada vez” na trajetória de recuperação ou algo pode sair do esperado no terceiro trimestre? Veja as expectativas do mercado
Santander Brasil (SANB11) supera expectativas com lucro de R$ 4 bilhões e ROE de 17,5% no 3T25; confira os destaques do balanço
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) encerrou o trimestre em 17,5%, também acima das projeções; veja os destaques
Como o Nubank (ROXO34) conseguiu destronar a Petrobras (PETR4) como a empresa mais valiosa do Brasil?
O Nubank superou a Petrobras no ranking das maiores empresas da América Latina, impulsionado pelo crescimento no México e pela aposta em inteligência artificial, enquanto a estatal enfrenta um cenário desafiador com a queda do petróleo e tensões políticas
O que a Sabesp (SBSP3) tem de especial para o Santander recomendar a compra das ações mesmo diante de uma nova crise hídrica
O banco tem preço-alvo de R$ 122,02 para os papéis da companhia; no pregão desta terça-feira (28), as ações fecharam em queda de 0,15%, cotadas a R$ 131,84
Rumo à privatização, Copasa (CSMG3) conclui emissão de debêntures e reforça caixa com R$ 600 milhões
A estatal mineira de saneamento conclui a 21ª emissão de debêntures e reforça seus planos de investimento, com a privatização cada vez mais próxima, segundo analistas do BTG Pactual
Crise no Banco Master pode gerar risco sistêmico? Campos Neto diz que não — e revela qual o real perigo
A crise do Banco Master gerou temores no mercado financeiro, mas segundo Roberto Campos Neto, o episódio não representa um risco sistêmico; entenda
ChatGPT Go: versão de assinatura mais barata da ferramenta chega ao Brasil com opção gratuita para clientes Nubank
A OpenAI lança no Brasil o ChatGPT Go, uma versão mais acessível da ferramenta de inteligência artificial, com preços 65% mais baixos que o plano Plus. Em parceria com o Nubank, a novidade oferece assinaturas gratuitas de até 1 ano para clientes do banco
MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Pelo segundo dia seguido, as ações da MBRF subiram forte na bolsa na esteira do anúncio da joint venture com a HPDC, subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita
