Americanas tem só R$ 800 milhões em caixa e deve pedir recuperação judicial nos próximos dias – ou horas
Em fato relevante, a Americanas disse que parte significativa do caixa estava bloqueada
A Americanas (AMER3) comunicou o mercado nesta manhã de que o caixa disponível da companhia chegou a apenas R$ 800 milhões e que o pedido de recuperação judicial é iminente.
De acordo com a companhia, uma parcela significativa do valor em caixa estava disponível para movimentação ontem e que, por esse motivo, a Americanas trabalha com a possibilidade de, "nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas, aprovar o ajuizamento, em caráter de urgência, de pedido de recuperação judicial".
O comunicado faz menção à liminar obtida pelo BTG Pactual ontem (18), que determinou o bloqueio de R$ 1,2 bilhão da Americanas e diz que a varejista irá recorrer da decisão.
Substituição no comitê independente
A Americanas também anunciou nesta manhã a substituição de um dos membros do comitê independente, formado há apenas uma semana para investigar as "inconsistências contábeis" identificadas na companhia que geraram um rombo bilionário no balanço.
Eduardo Flores, professor doutor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP, entrará no lugar de Pedro Mello, Diretor geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Flores tem mestrado, doutorado e pós-doutorado em contabilidade e já foi membro do conselho fiscal da Via Varejo, do GPA e do Assaí.
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Relembre o caso Americanas
A revelação do rombo contábil da Americanas (AMER3) aconteceu há pouco mais de uma semana e, a cada dia que passa, a história ganha um novo desdobramento.
Começando do início, na quarta-feira da semana passada (11), depois do fechamento do mercado, a Americanas publicou um fato relevante na CVM informando sobre uma "inconsistência contábil" da ordem de R$ 20 bilhões.
O documento informava, ainda, que os recém-empossados CEO, Sergio Rial, e o diretor financeiro, André Covre, haviam renunciado aos cargos com apenas 10 dias de casa.
Na manhã seguinte, em uma teleconferência restrita promovida pelo banco BTG Pactual, Rial detalhou os problemas encontrados nas operações de risco sacado.
O risco sacado é uma modalidade de crédito feita entre empresas, instituições financeiras e fornecedores e funciona como uma antecipação de recebíveis. O problema é que ela tem um jeito de ser lançada nas demonstrações financeiras que não foi seguido pela Americanas durante anos, gerando uma distorção bilionária da saúde financeira da varejista.
A varejista montou um comitê independente para investigar o buraco. E enquanto ainda se discute se o ocorrido foi fraude deliberada ou apenas erro honesto, o mercado refletiu a quebra de confiança com uma queda de 77% das ações na quinta-feira (12).
Não parou por aí
E se a história já estava ruim, conseguiu ficar pior. Os sócios bilionários da Americanas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira se dispuseram a fazer uma injeção de capital de R$ 6 bilhões para mitigar os efeitos da inconsistência contábil.
A proposta foi apresentada durante negociações que aconteceram na sexta-feira (13) com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e alguns dos maiores bancos do Brasil. Mas os bancos julgaram o montante insuficiente e pressionaram os acionistas de referência.
O imbróglio ganhou contornos de disputa judicial ainda naquela sexta-feira, quando a Americanas obteve uma decisão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que suspendia qualquer vencimento antecipado de dívidas e bloqueio de bens da companhia.
No seu pedido à Justiça, a Americanas disse que alguns credores já a estavam notificando para declarar o vencimento antecipado das obrigações, citando especificamente uma dívida junto ao BTG Pactual no valor de R$ 1,2 bilhão. O documento trouxe, ainda, uma explicação na qual a dívida total da varejista chegada a R$ 40 bilhões.
Porém, o BTG entrou com recurso no plantão da Justiça fluminense contra essa decisão. O banco argumentou que, tão logo foi divulgado o fato relevante de 11 de janeiro, foi acelerado o vencimento de todas as operações de crédito entre as Americanas e o BTG, com compensação do saldo devedor em aberto com recursos mantidos pela empresa junto à instituição financeira.
Mas o juiz de plantão não considerou que o caso era urgente para ser julgado no domingo. Na segunda, o BTG fez nova tentativa e incluiu um pedido de transferência da arbitragem para São Paulo, mas o recurso foi negado.
Foi aí que o BTG decidiu entrar com mandado de segurança com pedido de liminar na terça-feira (17). A liminar foi concedida ontem (18) e, depois dela, outros bancos resolveram entrar na Justiça contra a tutela cautelar da Americanas.
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