Xi Jinping permanece no poder na China — confira o que muda em uma das maiores economias do mundo
Neste domingo (23), a China revelou os líderes que farão parte do órgão decisório mais poderoso do país, o Comitê Permanente do Politburo. Todos os homens que se apresentaram junto a Xi Jinping são vistos como leais ao líder chinês
A nova lista dos principais líderes da China está despertando novas preocupações sobre a direção da economia do país, que está sofrendo com uma desaceleração prolongada.
Neste domingo (23), a China revelou os líderes que farão parte do órgão decisório mais poderoso do país, o Comitê Permanente do Politburo. Todos os homens que se apresentaram junto a Xi Jinping são vistos como leais ao líder chinês, corroendo ainda mais o que ainda restava de controle de seu poder.
As políticas de covid-zero de Jinping reprimiram os gastos do consumidor, enquanto os limites de empréstimos impostos às incorporadoras levaram a uma queda acentuada no mercado imobiliário.
Uma ampla repressão nos setores de internet e educação privada acabou com centenas de bilhões de dólares em valor de mercado para muitas das maiores empresas da China e causou um calafrio na comunidade empreendedora.
O resultado do congresso do Partido Comunista sinalizou a provável continuação de políticas que preocupam as empresas estrangeiras, incluindo as políticas de covid-zero e a deterioração dos laços da China com os EUA, disse o consultor sênior da consultoria McLarty Associates, Steven Okun.
A China provavelmente continuará se aproximando da Rússia, acrescentou. "Para muitos investidores e empresas estrangeiras, a China não é uma opção, é essencial", disse Okun. Ainda assim, lembrou, "os novos investimentos no país tem sido interrompidos por muitos, com entradas recordes indo para o Sudeste Asiático e a Índia".
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Nova equipe econômica da China
A nova formação do Comitê Permanente inclui pessoas com menos experiência na economia e sugere que não haverá um mecanismo para corrigir o curso se as políticas de Jinping estiverem falhando, disse Wang Hsin-hsien, professor de Estudos do Leste Asiático na Universidade Nacional de Chengchi em Taiwan. "O poder de Jinping é enorme e não será compartilhado", disse.
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que por vezes serviu de contrapeso às políticas de Jinping sobre a economia, está se aposentando. Ele provavelmente será sucedido por Li Qiang, secretário do partido em Xangai.
Li Qiang foi amplamente identificado como o responsável pelo bloqueio caótico da covid em Xangai no início deste ano. Ele ainda tentou adotar uma abordagem mais leve para gerenciar a pandemia, o que não deu certo, já que o vírus se espalhou.
Com isso, Pequim trouxe o vice-primeiro-ministro Sun Chunlan, que liderou a abordagem rigorosa da China para combater a pandemia em todo o país.
Li Qiang: o próximo primeiro-ministro
O impacto que Li Qiang poderia ter na economia chinesa ainda está para ser visto. Alguns empresários que lidaram com o chefe do partido de Xangai ao longo dos anos dizem estar otimistas sobre o impacto que ele pode ter na economia, levando em consideração a sua experiência corporativa.
Eles disseram que seu histórico em Xangai e outras províncias sugere que ele seria favorável aos negócios. Qiang supervisionou o estabelecimento do Star Market, também conhecido como Conselho de Inovação em Ciência e Tecnologia, lançado em 2019 com o apoio de Jinping.
Ele também trouxe investimentos estrangeiros de empresas como a Tesla Inc., que gastou US$ 2 bilhões construindo uma fábrica e começou a entregar carros em menos de um ano.
"Daremos total apoio à próxima construção de projetos da Tesla e esperamos que a Tesla expanda a cooperação com empresas chinesas em energia limpa e transporte", disse Qiang em uma reunião com o CEO da Tesla, Elon Musk, em 2020, segundo a imprensa estatal.
No início dos anos 2000, ele atuou como o principal autoridade do comércio na província costeira de Zhejiang, que se tornaria localização de grandes empresas privadas, incluindo o Alibaba Group Holding.
Embora Qiang esteja implementando a agenda de Jinping, ele pode ter mais influência do que seu antecessor, caso se torne o próximo primeiro-ministro do país, em março de 2023. Isso poderia permitir que ele conduzisse as políticas de Jinping em uma direção mais favorável aos negócios, avaliaram.
*Com informações de Dow Jones Newswire
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