A pandemia virou uma espécie de nuvem escura e negativa, pesando sobre o futuro da economia chinesa. Mas o sol parece querer voltar a brilhar na China, com o fim da política de “covid zero” de Xi Jinping aparentemente mais próximo — e os investidores já estão prontos para celebrar.
O país asiático anunciou o maior passo para afrouxar as medidas de controle sanitário que estão em vigor há mais de dois anos.
As restrições chinesas se intensificaram no fim de março de 2020, quando a covid-19 passou a se espalhar rapidamente pelo exterior, enquanto a situação na China entrava sob controle.
De acordo com a Comissão Nacional de Saúde chinesa, a partir desta terça-feira, o período de quarentena exigido para viajantes internacionais será bem menor — a metade, para ser exata.
A medida animou os humores dos mercados internacionais. Em Wall Street, as principais bolsas de Nova York recuperam as perdas da última sessão no pregão de hoje e avançam forte.
Por volta das 11h20, o índice Dow Jones subia 0,64%, seguido pelo Nasdaq, com leve baixa de 0,06%, e pelo S&P 500, que registrava ganhos de 0,41% no mesmo horário.
O otimismo também contagiou a bolsa brasileira nesta terça-feira (28). O Ibovespa sobe 1,02% hoje, aos 101.787 pontos, impulsionado por ações de commodities.
Quarentena menor para estrangeiros
Se antes os visitantes do exterior precisavam ficar em quarentena de 14 a 21 dias em hotéis e mais sete dias sob observação médica em casa, agora, os estrangeiros só precisarão ficar reclusos por sete dias na instalação após a chegada à China continental.
Além disso, segundo a Comissão Nacional de Saúde da China, será necessário que os viajantes fiquem isolados outros três dias adicionais em casa antes de poderem explorar o país.
O novo prazo também servirá para pessoas próximas de casos confirmados da covid na China, com sete dias em quarentena centralizada e três dias de monitoramento em casa.
A medida do governo chinês está alinhada com a flexibilização do período de quarentena em Hong Kong, que também exige a quarentena de sete dias nos hotéis.
É o fim do “covid zero” na China?
Apesar de a decisão ter instaurado o otimismo nos mercados, especialistas ainda se mantêm em alerta com a situação, pois enxergam que a flexibilização é apenas um primeiro passo da China na direção certa.
“A decisão é um passo positivo para ajudar a reiniciar as viagens de negócios internacionais. Para que a medida seja realmente efetiva, precisamos de mais voos internacionais com maior capacidade e que os governos locais implementem a decisão”, disse Sean Stein, chefe da Câmara de Comércio Americana em Xangai.
O apoio dos governos locais é fundamental para que a flexibilização das restrições tenha efeito, uma vez que as cidades chinesas seguem impondo medidas de bloqueio quando novos casos de covid são descobertos e instaurando longas quarentenas em regiões consideradas de alto risco.
Para Joerg Wuttke, chefe da Câmara de Comércio Europeia na China, embora a medida seja “um passo na direção certa”, as restrições na China devem persistir até o próximo ano.
*Com informações de CNBC e Financial Times
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