Saiba como as eleições do Congresso nos EUA podem pavimentar o caminho para a volta de Trump ou consolidar Biden
A eleição é decisiva para definir a segunda metade da gestão do presidente democrata e pode impactar na corrida à Casa Branca em 2024, que deve ter Donald Trump novamente na disputa

Passada a eleição no Brasil, agora é a vez de os EUA encararem as urnas. Na terça-feira (08), os norte-americanos votarão pela renovação de metade do Congresso — Câmara e Senado — nas chamadas midterm elections, ou eleições de meio de mandato.
A disputa é decisiva para definir os rumos da segunda metade da gestão Joe Biden e pode influenciar a corrida à Casa Branca em 2024.
Na sexta-feira (04), ganhou força a notícia de que Donald Trump pode anunciar sua candidatura à presidência dos EUA já em 14 de novembro.
Nos bastidores circula a informação de que Trump inclusive começou a acionar conselheiros para discutir possíveis cenários caso os republicanos saiam vitoriosos das midterms.
O que está em jogo amanhã nas midterms
As midterm elections, como o próprio nome indica, são eleições que acontecem na metade do mandato presidencial nos EUA e elegem parte do Legislativo federal e cargos locais em diversos Estados.
Das urnas saem nomes para todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes — casa onde os deputados têm mandatos de dois anos —, e 35 dos 100 senadores, que cumprem mandatos de seis anos.
Leia Também
Nessa dança das cadeiras, os democratas precisam de pelo menos 50 cadeiras para manter o controle do Senado, com a vice-presidente Kamala Harris dando a eles o voto de desempate pela maioria, enquanto os republicanos precisam de 51 para ganhar o controle.
Para dominar a Câmara, um partido deve ocupar 218 dos 435 assentos.
Essa disputa define se o presidente norte-americano terá apoio no Congresso para aprovar suas pautas. Com maioria confortável na Câmara e no Senado, o chefe do Executivo pode emplacar até projetos considerados mais controversos.
No caso de uma maioria apertada como acontece com Biden na atual configuração do Senado, qualquer dissidência pode travar propostas.
Na ausência da maioria governista, o Congresso tem o poder de bloquear a agenda do presidente dos EUA, que é forçado a fazer concessões em troca de aprovações.
EUA: o que dizem as pesquisas
Pesquisas divulgadas na semana passada indicam que os republicanos devem conquistar a maioria na Câmara — o site FiveThirtyEight, especializado em estatísticas, calculava 83% de chances de o partido assumir o controle da Casa.
O tamanho da bancada varia de acordo com a sondagem, mas no melhor cenário a oposição a Biden deve garantir até 247 dos 435 assentos — com 218 cadeiras já se obtém a maioria.
A disputa no Senado está mais indefinida, com tendência também para o Partido Republicano, que pode conseguir 51 cadeiras, de acordo com o agregador do FiveThirtyEight.
- Leia também: Por que um grupo ligado a Trump se mobiliza para ocupar um cargo obscuro nas próximas eleições nos EUA
Se os republicanos assumirem o Congresso, o impacto mais imediato será o de travar a pauta de Biden em questões caras aos democratas, como a agenda do clima, a facilitação do acesso ao aborto e o controle mais rigoroso de armas.
Não à toa, na semana passada, Biden alertou que um Congresso controlado pelos republicanos poderia acabar em um processo de impeachment contra ele.
"Já me disseram que se eles reconquistarem a Câmara e o Senado, eles vão me acusar. Não sei por que diabos farão isso, mas vão me acusar", disse Biden na quinta-feira (03).
Um teste de popularidade nos EUA
Não é incomum nos EUA que presidentes sejam eleitos com maioria tanto na Câmara como no Senado, mas depois percam essa vantagem nas midterms.
Foi exatamente isso que aconteceu em algum momento dos mandatos de todos os últimos presidentes desde Bill Clinton: George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump.
Por isso, essas eleições de meio de mandato têm sido consideradas um bom termômetro da avaliação popular do presidente dos EUA.
E essa é uma preocupação para Biden, cuja aprovação está na casa dos 40%, segundo o instituto Gallup — que também aponta que 79% dos norte-americanos se dizem insatisfeitos com os rumos do país.
Estados nos quais vale a pena ficar de olho
Seis estados estão no centro das eleições de meio de mandato nos EUA. Os cinco onde Biden virou em 2020 — Arizona, Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin — e Nevada.
Todos esses estados têm várias disputas críticas que determinarão o controle do Senado, da Câmara e dos governos estaduais.
- Arizona: Os republicanos esperam retomar o Arizona depois que Biden venceu no estado — algo que não acontecia desde 1996, com Bill Clinton — e Mark Kelly conseguiu uma cadeira no Senado para os democratas.
- Geórgia: Quando Biden venceu a Geórgia nas eleições presidenciais de 2020, ele se tornou o primeiro democrata desde Bill Clinton em 1992 a ganhar os votos do colégio eleitoral do estado. Os dois últimos ciclos eleitorais provaram o quão acirradas as eleições na Geórgia podem ser — e isso não deve mudar este ano. Assim como o controle do Senado chegou à Geórgia em 2020, o mesmo pode acontecer em 2022.
- Michigan: Biden reconquistou Michigan para os democratas em 2020, depois que Trump se tornou o primeiro republicano a vencer no estado desde George H. W. Bush, em 1988. Por isso, todos os olhos estarão voltados para a corrida para governador do estado, já que a democrata Gretchen Whitmer enfrenta o comentarista conservador Tudor Dixon, que espera que seu apoio a Trump ajude o estado a voltar para os republicanos.
- Pensilvânia: Biden levou a Pensilvânia de volta à coluna democrata em 2020. Trump venceu por pouco no estado em 2016, mas, antes disso, o estado havia votado nos democratas em seis eleições presidenciais consecutivas.
- Wisconsin: Em 2020, Biden levou o azul de volta a Wisconsin por menos de um ponto, depois que Trump venceu por pouco no estado em 2016. A vitória de Trump quebrou a sequência de candidatos presidenciais democratas — eles haviam vencido as sete eleições anteriores. Wisconsin é um dos estados mais divididos do país.
- Nevada: o estado votou em todos os vencedores presidenciais de 1980 a 2012. Essa sequência terminou quando Hillary Clinton venceu lá em 2016. Embora os democratas tenham conquistado o estado em todas as eleições presidenciais a partir de 2008, a margem do partido vem diminuindo a cada vez.
VEJA TAMBÉM - O Brasil pode ter 'apagão político' se Lula não honrar com a palavra
Em uma publicação exclusiva na nossa página do Instagram (clique aqui para nos seguir por lá), nós revelamos por que o Brasil pode sofrer com um apagão político se Lula não cumprir uma promessa. Descubra na publicação o que o petista precisa fazer para não causar problemas sérios para o seu governo.
*Com informações da CNN e do The New York Times.
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo
Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico
Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA
Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos