IRB (IRBR3) estuda emitir ações para não ficar desenquadrado novamente após mais um prejuízo em 2021
Prejuízo líquido de R$ 682,7 milhões foi menor que o de 2020, mas deixou o IRB perto do limite de patrimônio líquido mínimo regulatório
O calvário do grupo de resseguros IRB Brasil Re (IRBR3) parece não ter fim. A companhia, que passa por um longo processo de reestruturação após a descoberta de fraudes contábeis, registrou um prejuízo líquido de R$ 682,7 milhões em 2021.
Foi uma melhora em relação ao resultado negativo de quase R$ 1,5 bilhão de 2020, mas nem de longe afastou o temor dos investidores de que o IRB precise passar por uma nova rodada de capitalização.
No pregão desta sexta-feira, as ações do IRB (IRBR3) eram negociadas em queda de 4,43% por volta das 11h15. Leia nossa cobertura completa de mercados hoje.
A resseguradora encerrou o ano com apenas R$ 89,6 milhões acima do patrimônio líquido mínimo regulatório, o equivalente a um indicador de suficiência de 106%. Para efeito de comparação, no fim de 2020 esse índice estava em 175%.
Vale lembrar que o IRB já ficou fora do enquadramento regulatório em 2020 e chegou a receber uma fiscalização da Susep, o órgão responsável pelo setor de seguros.
O IRB reconhece o problema, mas informou que espera manter suficiência no indicador regulatório. Por outro lado, avalia tomar medidas para reforçar a estrutura de capital. Entre elas estão:
Leia Também
- operações estruturadas redutoras de provisões ou transferência de carteiras em run-off;
- vendas de participações imobiliárias;
- redução de capital ocioso em subsidiárias;
- emissão de dívida subordinada;
- subscrição de ações.
Uma nova emissão de ações é potencialmente negativa porque dilui os atuais acionistas do IRB que não participarem do aumento de capital em um patamar muito baixo das ações. No pregão de ontem da B3, os papéis IRBR3 encerraram o dia cotados a R$ 3,16.
Desde fevereiro de 2020, quando a gestora carioca Squadra apontou para a existência inconsistências contábeis no balanço do IRB, as ações acumulam uma perda da ordem de 90%.
Outros números do IRB
No quarto trimestre, o prejuízo do IRB foi de R$ 370,9 milhões, 42,4% menor que o resultado negativo de R$ 644,2 milhões do mesmo período de 2020.
Na mesma base de comparação, os prêmios emitidos pela companhia ficaram praticamente estáveis e somaram R$ 2,062 bilhões. O prêmio retido — ou seja, que não foi cedido a outras seguradoras — aumentou 59,4%, para R$ 688,6 milhões.
O problema é que o sinistro retido cresceu 53,7%, para R$ 1,288 bilhão. Com isso, o índice de sinistralidade do IRB subiu para 123,5%.
O IRB atribui a piora à elevação no PSL (Provisões de Sinistros a Liquidar), ou seja, os avisos de sinistros que a companhia recebeu no período.
Esse efeito ainda seria uma “herança maldita” da gestão anterior, já que o aumento ocorreu primordialmente de sinistros contratados antes de 2020, segundo a empresa.
O resultado só não foi pior porque a linha financeira do IRB foi positiva em R$ 168,6 milhões, contra uma perda de R$ 160,3 milhões no quarto trimestre de 2020.
O ganho financeiro no período foi puxado pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) e pela variação cambial.
Leia também:
- Ações do IRB (IRBR3) derretem 93% na B3 em dois anos após alerta da Squadra sobre balanços
- IRB (IRBR3) chega a disparar 9% após lenda do mercado financeiro confirmar compra de mais de 1,5 milhão de ações
- Caso Buffett: CVM denuncia ex-executivos do IRB e abre espaço para punição
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
