Em novo vexame, IRB recebe fiscalização da Susep e ações desabam
Ativos garantidores de provisões técnicas estão abaixo do mínimo regulatório, o que motivou a fiscalização do órgão regulador na empresa, que já perdeu mais de 80% do valor na bolsa
Em um novo vexame corporativo, a empresa de resseguros IRB Brasil anunciou na manhã de hoje que a Susep decidiu instaurar uma fiscalização especial na companhia. O motivo? Os ativos garantidores de provisões técnicas estão abaixo do mínimo regulatório.
O IRB informou que a situação ocorreu em consequência dos efeitos da variação cambial sobre as provisões técnicas da companhia em moeda estrangeira.
A empresa também registrou um aumento das provisões de sinistros a liquidar durante o primeiro quadrimestre de 2020.
“O IRB compromete-se a auxiliar a Susep no que for necessário; a manter o mercado informado; e entende que a decisão não afeta a administração regular dos seus negócios”, acrescentou a empresa, em comunicado.
O mercado, porém, não pensa o mesmo. As ações da companhia (IRBR3) desabaram 14,82% no pregão de hoje. Leia também nossa cobertura completa de mercados.
Desde o início de fevereiro, o IRB já perdeu mais de 80% do valor de mercado. O inferno astral começou quando a gestora carioca Squadra contestou os balanços da companhia.
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Na visão da gestora, os resultados da resseguradora foram inflados por uma série de itens extraordinários, que não se repetiriam em balanços seguintes.
A diretoria do IRB negou irregularidades, mas pouco depois se viu envolvida em um episódio de "fake news", ao divulgar que o megainvestidor Warren Buffett havia aumentado a participação na companhia.
A notícia levou a Berkshire Hathaway divulgar um comunicado informando que nunca teve, não tem e não pretende ter ações da empresa. Eu gravei um vídeo na época no qual eu comento o vexame internacional do IRB.
A diretoria do IRB acabou pedindo para sair logo após o episódio, mas os problemas não acabaram. A empresa ainda não publicou o balanço do primeiro trimestre de 2020, previsto para sair apenas no dia 18 de junho.
Ainda sobre a fiscalização da Susep, a empresa informou que possui “elevado índice de solvência e de volume de ativos livres”, mas que, em virtude de determinadas características, esses ativos não são aceitos pelo órgão regulador.
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