Mercado em 5 Minutos: Quantas reviravoltas cabem em uma só mão?
Investidores esperam por dados importantes sobre empregos nos EUA, se preparando também para a temporada de resultados corporativos

Bom dia, pessoal. Entramos no último trimestre de 2022 com inúmeros fatores de risco para acompanharmos.
Lá fora, as ações caíram na Ásia nesta segunda-feira (3), enquanto os investidores esperam por dados importantes sobre empregos nos EUA, se preparando também para a temporada de resultados corporativos que muitos temem destacar o impacto do aumento da inflação e das taxas de juros.
A abertura do mercado na Europa também não é positiva, refletindo preocupações persistentes sobre uma recessão e as perspectivas negativas para o mercado de petróleo.
Chama a atenção também os ruídos envolvendo o Credit Suisse e a crise que paira sobre o banco.
Os futuros americanos inauguram o dia de forma mista, sem uma única direção.
O Brasil pode se descolar desse movimento tímido, repercutindo a eleição de um legislativo composto predominantemente pelo centro e pela direita. A ver...
Leia Também
00:41 — O bolsonarismo se manterá, mesmo num eventual governo Lula
Chamou a atenção os erros dos institutos de pesquisa, que vão precisar se reinventar nos próximos anos se quiserem se manter relevantes.
Lula e Bolsonaro vão para o segundo turno, mas com uma margem muito diferente do que se apontava nos levantamentos de intenção de votos.
O segundo turno é uma nova eleição e tudo pode acontecer, inclusive uma virada de Bolsonaro, ainda que pouco provável (precisa trabalhar bem Minas Gerais e os espólios dos demais candidatos).
Ao mesmo tempo, ainda que Lula seja favorito para ganhar no segundo turno (teve mais de 48% no primeiro turno), terá que caminhar para o centro.
Nas condições atuais, um segundo turno geralmente é positivo para o mercado, forçando uma moderação de tons (há necessidade de negociar com outros partidos).
Enquanto isso, o bolsonarismo deveria comemorar, apesar de Bolsonaro ter ficado em segundo lugar.
A eleição de um Congresso predominantemente composto por figuras de centro, centro-direita e direita, deverá impedir eventuais aventuras petistas muito heterodoxas.
Os dois desfechos agora me parecem positivos para o mercado local:
- Uma virada de Bolsonaro (seria histórico, uma vez que ninguém conseguiu chegar em segundo no primeiro turno e depois virar as eleições) serviria para mobilizar a legislatura eleita, tendo solo fértil para a execução de um plano mercadológico aos moldes do que se observava em 2019, antes da pandemia;
- O governo Lula deverá acontecer muito provavelmente, mas terá governabilidade comprometida e precisará fazer concessões ao centro para governar, impedindo muita criatividade para atuar sobre o mercado.
01:56 — Na expectativa pelos dados de emprego
Nos EUA, os investidores esperam virar a página depois da pancada que foi experimentada em setembro, se voltando para o calendário de outubro.
Nesta semana, acompanhamos uma vasta lista de membros do Federal Reserve Bank que falam com o mercado em diferentes ocasiões, embora a expectativa geral seja de que a autoridade monetária mantenha o tom duro em direção à meta de não retroceder prematuramente na política monetária restritiva (taxas de juros mais altas).
Ao mesmo tempo, também ficamos de olho nos relatórios de empregos sobre o mês de setembro no final da semana.
Na semana passada, o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) mostrou uma aceleração maior do que a esperada, o que provavelmente convencerá ainda mais o Fed de que deve manter sua postura agressiva em relação a aumentos futuros de juros.
Se os dados de emprego vierem fortes, a tendência será mantida.
02:41 — Uma provável baleia morta na praia?
Já há alguns anos o Credit Suisse vem passando por momentos ruins. Agora, os investidores globais têm pela frente o desafio de enfrentar a crise do Credit Suisse (da máxima em 2018, as ações do banco já caem mais de 80%).
O sentimento negativo contamina o mercado europeu nesta manhã, diante do nervosismo do mercado sobre a posição de capital do banco suíço.
Na sexta-feira, o CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, disse aos funcionários em um memorando interno que o capital e a liquidez eram robustos, mas as coisas mudaram no final de semana — o CDS (custo de proteção contra um default) aumentou em 15% e já está em um patamar semelhante ao de 2009, depois da crise do subprime.
Agora, a instituição pediu mais 100 dias para apresentar uma estratégia de recuperação.
Além da questão financeira também há o choque de credibilidade junto aos negócios de investimentos e private banking.
Há pouco espaço para uma salvação verdadeira aqui, uma vez que tentativas anteriores de reestruturação também foram frustradas.
Uma atualização sobre a nova estratégia deverá ser divulgada até o final do mês, no dia 27 de outubro, mas os caminhos são escassos.
Estima-se que sejam necessários algo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para endereçar a reestruturação, com o enxugamento da companhia e a demissão de funcionários.
Uma aquisição por outro player não seria improvável, mas ainda há muito por acontecer e vários processos para lidar.
Uma quebra completa teria consequências desastrosas para a Europa e poderia sinalizar o começo de um processo maior…
03:58 — Os 15% da Ucrânia
No final da semana passada, a Rússia anexou 15% da Ucrânia (uma área do tamanho de Portugal) ao aceitar a adesão à federação de quatro regiões ucranianas.
O movimento de Putin é a maior apropriação forçada de terras na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e mostra como ele vê a guerra na Ucrânia como uma luta existencial entre seu país e o mundo ocidental.
Haverá retaliação, claro. O presidente Biden disse que as anexações territoriais de Putin não têm legitimidade e os ministros das Relações Exteriores do G7 as consideraram uma ofensa à soberania ucraniana.
Ao mesmo tempo, a Rússia não ocupou totalmente nenhuma das quatro regiões que anexou, o que ficou bem claro quando as tropas ucranianas em uma dessas províncias cercaram as forças russas.
Dessa forma, os países ocidentais desencadearam uma nova rodada de sanções, inclusive contra o presidente do banco central da Rússia.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky respondeu solicitando formalmente a adesão à OTAN em um cronograma acelerado, embora não esteja claro se será aprovado.
A situação russa é delicada: sofreu perdas embaraçosas com o contra-ataque ucraniano e centenas de milhares de russos deixaram seu país para evitar serem convocados para o serviço militar.
Um possível enfraquecimento de Putin não é impossível.
04:50 — O preço do petróleo
Os contratos futuros de petróleo Brent e West Texas Intermediate (WTI) decolaram da última sexta-feira para cá, repercutindo os relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) está considerando um corte na produção de petróleo de mais de um milhão de barris por dia.
Tal medida seria a maior tomada pela organização para lidar com a fraqueza na demanda global desde 2020, quando o grupo reduziu a produção em um recorde de 10 milhões de barris por dia por conta da pandemia.
Com uma reunião esperada para o dia 5 de outubro, surpresas são possíveis, empurrando o preço da commodity para cima, de modo a neutralizar a excessiva baixa no mercado.
Ao mesmo tempo, estima-se que qualquer corte de produção abaixo de 500 mil barris por dia deverá ser ignorado pelo mercado.
Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?
Se fosse para colocar o meu suado dinheirinho na fabricante do Labubu ou na mineradora, escolho aquela cujas ações, no longo prazo, acompanham o fundamento da empresa
Novo pacote, velhos vícios: arrecadar, arrecadar, arrecadar
O episódio do IOF não é a raiz do problema, mas apenas mais uma manifestação dos sintomas de uma doença crônica
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)