A inteligência artificial vai destruir as ações do Google?
Estamos falando de um futuro em que a inteligência artificial permanecerá gratuitamente aberta, ao acesso de qualquer um, exatamente como o Google?
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Na semana passada, fiz uma demonstração sobre como o algoritmo de inteligência artificial da fundação OpenAI conseguiria me ajudar no processo de investimentos.
Os feedbacks de vocês ficaram divididos entre o medo e a excitação.
Já as dúvidas que mais me chamaram atenção foram as seguintes:
- Algoritmos como esse podem matar o negócio e as ações do Google?
- Estamos falando de um futuro em que isso permanecerá gratuitamente aberto, ao acesso de qualquer um (exatamente como o Google)?
Para as duas perguntas, eu tendo a acreditar que a resposta é “não”.
Inteligência Artificial vai matar o Google?
Bom, podemos testar essa hipótese agora mesmo.
Em vez de falar sobre investimentos, que tal testarmos se o algoritmo poderia ajudar seu filho ou filha a fazer um dever de casa?
Leia Também
O analista americano Ben Thompson, num texto recente, perguntou ao algoritmo da OpenAI se o filósofo inglês Thomas Hobbes acreditava na separação dos poderes (executivo, legislativo e judiciário).
Na imagem acima — que eu extrai da coluna dele —, o algoritmo traz exemplos na obra de Hobbes que comprovam que ele foi um defensor e um crente da importância dos três poderes.
Excelente, com um pequeno detalhe: a resposta está errada.
Hobbes nunca foi um defensor da separação dos poderes. Em sua filosofia política, ele sempre defendeu o contrário. Ou seja, que apenas um poder central e absoluto seria uma alternativa viável à anarquia.
O Google, por sua vez, respondeu corretamente a essa pergunta.
Existe um motivo pelo qual o Google acertou, e o algoritmo da ChatGPT não
Eu selecionei a dedo o exemplo acima, pois gostaria de trazer um ponto adicional a essa discussão.
O Google estava certo porque, diferente do ChatGPT, seus algoritmos não formularam uma resposta.
A lógica do mecanismo de busca está no rankeamento dos conteúdos de terceiros através de várias métricas de relevância.
Os algoritmos do Google Search não estão preocupados em aprender sobre Thomas Hobbes, mas sim em identificar conteúdos produzidos por fontes que entendem sobre o tema.
Essas duas abordagens são MUITO diferentes.
Apesar de parecidos na interface, não é exagero dizer que esses são dois produtos para mercados essencialmente distintos.
O que nos leva à pergunta seguinte:
Esses algoritmos não permanecerão gratuitos para sempre?
Como a OpenAI não é uma empresa de capital aberto, não sabemos ao certo qual a sua estrutura de custos.
Porém, você pode imaginar, não é barato manter data centers de última geração rodando 24 horas por dia, sete dias por semana, para trazer respostas prontas para o trabalho de escola da sua filha.
Algumas estimativas que eu julguei interessantes chegaram num custo aproximado de US$ 3 milhões por dia (aproximadamente R$ 16 milhões) para que a OpenAI mantivesse aberto o teste do seu algoritmo ChatGPT.
Agora é a hora em que você me pergunta: o algoritmo de buscas do Google é gratuito, e aí?
O algoritmo do Google é gratuito pois os anunciantes estão dispostos a pagar (cada vez mais caro) para serem o primeiro link disponível no resultados para a sua pergunta.
Com o tempo, se a OpenAI não se tornar ela também uma empresa de anúncios, seus produtos serão naturalmente comercializados através de um serviço por assinatura.
Se não um serviço exclusivo, serão provavelmente incluídos em “bundles” mais completos. Entre eles o Office 365 (a Microsoft é investidora da OpenAI), o Google Work, o Adobe Creative Cloud, ou outros similares.
Conclusão
O fato de os algoritmos de linguagem natural terem feito tanto sucesso nas últimas semanas me parece dizer respeito mais a uma questão de usabilidade que impacto.
O algoritmo da ChatGPT é realmente muito fácil de ser utilizado. Mas como eu tentei mostrar nesta coluna, esse ainda é um produto experimental e que mudará bastante ao longo dos próximos anos.
E, sendo bem sincero, fazer o trabalho de escola da sua filha ou te explicar o que é o Ebitda são talvez os “usos” mais inúteis dessa nova tecnologia.
O que a inteligência artificial tem o potencial de realizar é revolucionar indústrias como a de pesquisa médica e a de energia. Então se você quer saber como, não deixe de visitar esta coluna nas próximas semanas.
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor