Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
As ações do Nubank (NU) negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE) e seus BDRs negociados na B3 (NUBR33) chegaram a subir 20% nesta terça-feira (16) após o banco digital ter divulgado seu balanço do segundo trimestre na noite de ontem.
Os investidores, assim como alguns analistas, preferiram ver o copo meio cheio dos bons indicadores operacionais da companhia, como o crescimento na base de clientes, nos indicadores de receita, na taxa de atividade, nos depósitos e no volume total de pagamentos.
Mas a visão dos analistas - mesmo dos mais otimistas com a empresa - foi mista, devido a um dado que vem preocupando o mercado: a deterioração na taxa de inadimplência do Nubank.
O UBS, que tem recomendação de compra para os papéis e preço-alvo de US$ 8 em 12 meses, e o BTG Pactual, que tem recomendação neutra e preço-alvo em 12 meses de US$ 4, ficaram do lado mais otimista da análise, destacando os feitos operacionais do Nubank.
Para ambas as instituições, alguns dos destaques positivos do balanço foram:
- Crescimento no número de clientes: 10% na comparação trimestral e 57% na comparação anual, para 65,3 milhões;
- Crescimento da receita líquida: 230% na comparação anual, para a cifra recorde de R$ 1,2 bilhão;
- Crescimento do lucro líquido ajustado: 68% na comparação trimestral e 3% na comparação anual, para US$ 17 milhões;
- Crescimento da Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC, na sigla em inglês): 16% na comparação trimestral e 105% na comparação anual, para US$ 7,80;
- Taxa de atividade (número de clientes ativos mensais dividido pelo total de clientes) recorde de 80%, com a base de clientes chegando a 36% da população adulta do Brasil;
- Crescimento do volume de compras (Volume Total de Pagamentos ou TPV, na sigla em inglês): 26% na comparação trimestral e 102% na comparação anual, para US$ 20 bilhões;
- Crescimento no volume de depósitos: 6% na comparação trimestral e 87% na comparação anual, para US$ 13,3 bilhões.
Mas o Itaú BBA, que tem recomendação de venda para as ações NU, com preço-alvo de US$ 4 no fim do ano, ficou do lado mais pessimista da análise, destacando, com preocupação, o aumento da inadimplência do Nubank.
Leia Também
Mesmo o UBS e o BTG chamaram também atenção para a deterioração da qualidade de crédito como ponto negativo dos resultados do segundo trimestre.
Para Itaú BBA, Nubank pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Um dos pontos de maior atenção dos analistas em relação ao Nubank é a questão da qualidade do crédito e dos índices de inadimplência. Estes vêm se deteriorando e estão muito acima dos indicadores equivalentes dos grandes bancos, o que tem sido um ponto de preocupação para o mercado.
No segundo trimestre, o Nubank reportou uma inadimplência acima de 90 dias de 4,1%, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação ao índice de 3,5% do trimestre anterior.
Porém, esses números são fonte de uma mudança na metodologia de cálculo. Sem a alteração, a inadimplência acima de 90 dias teria sido de 5,4% no segundo trimestre, 1,2 ponto percentual acima do índice de 4,2% do trimestre anterior, uma alta superior às estimativas do mercado.
Além disso, o Itaú BBA chamou a atenção para um aspecto da mudança de metodologia no cálculo da inadimplência que pode estar mostrando que o Nubank, na verdade, subestimou o risco do crédito pessoal e não tem sido tão seletivo assim ao conceder esse tipo de empréstimo.
O banco lembra que, na nova metodologia, o Nubank reduziu o prazo de baixa dos empréstimos pessoais em atraso de 360 para 120 dias, enquanto a baixa dos cartões de crédito permaneceu em 360 dias.
A mudança foi feita, segundo o Nubank, para adequar o cálculo às regras de contabilidade internacional IFRS, que consideram o potencial de recuperação.
Entretanto, ao fazer essa alteração nessa janela temporal, diz o Itaú BBA, o Nubank está "essencialmente mostrando que empréstimos pessoais têm um potencial de recuperação menor do que os cartões de crédito, o que não concilia com a alegação recente de que os empréstimos pessoais são concedidos aos 30% melhores clientes de cartão de crédito."
Os analistas alertam, portanto, que o risco deste produto (empréstimos pessoais) pode ter sido subestimado antes, e que uma consequência disso poderia ser a "já notável desaceleração no crescimento do crédito pessoal". O Itaú destaca que essa linha se expandiu apenas R$ 700 milhões ante o trimestre anterior, enquanto no primeiro tri a expansão trimestral havia sido de R$ 1,7 bilhão.
Nós já havíamos chamado atenção para este risco em um relatório recente. O fato de que os empréstimos pessoais do Nubank estavam crescendo mais do que os de alguns incumbentes pode ter limitado o potencial do banco em ser seletivo ao conceder tais créditos. Os empréstimos pessoais correspondem apenas a 21% do total, mas geram cerca de metade das receitas de juros da companhia. Eles são uma peça-chave da estratégia de crescimento e monetização de longo prazo do Nubank.
Relatório do Itaú BBA.
Veja também: NUBANK VIROU POUPANÇA? 3 contas rendeiras que AINDA PAGAM 100% do CDI desde O 1° DIA
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
