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Cotações por TradingView
Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Balanço do mês

Mesmo com montanha-russa eleitoral, bolsa brasileira é o melhor investimento de outubro; veja o ranking completo

Títulos prefixados e atrelados à Selic também tiveram bom desempenho, enquanto ouro, dólar e títulos atrelados à inflação tiveram quedas no mês

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
31 de outubro de 2022
19:47 - atualizado às 20:06
Touro amarelo com investidor em cima dele em direção para o alto, representando um bull market do Ibovespa e da bolsa brasileira
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

A volatilidade das bolsas foi grande ao longo do mês de outubro, mas no fim das contas, tanto no Brasil quanto no exterior, o saldo foi positivo. Depois da montanha-russa e dois turnos de eleições presidenciais, ainda assim o Ibovespa conseguiu terminar outubro como o melhor investimento do mês, com alta de 5,45%, aos 116.037 pontos.

O principal índice da bolsa brasileira foi acompanhado no topo do pódio pelos títulos públicos prefixados e também aqueles indexados à taxa Selic - enquanto os primeiros se beneficiaram de um certo alívio na inflação e nos juros futuros, os segundos ainda se aproveitam da taxa básica estacionada em um patamar elevado.

Na parte negativa do ranking, encontramos o ouro, o dólar e os títulos públicos indexados à inflação. Confira na tabela a seguir quais foram os melhores e piores investimentos do mês:

Os melhores investimentos de outubro

InvestimentoRentabilidade no mêsRentabilidade no ano
Ibovespa5,45%10,70%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 20331,31%-
CDI*1,12%9,95%
Tesouro Selic 20271,06%10,72%
Tesouro Selic 20251,05%10,40%
Tesouro Prefixado 20290,97%-
Tesouro IPCA+ 20260,91%6,51%
Bitcoin0,77%-58,78%
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)*0,70%9,30%
Poupança antiga**0,68%6,51%
Poupança nova**0,68%6,51%
Tesouro Prefixado 20250,58%6,04%
Índice de Debêntures Anbima - IPCA (IDA - IPCA)*0,05%5,82%
IFIX0,02%6,66%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032-0,23%-
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040-0,40%2,75%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055-1,22%0,48%
Tesouro IPCA+ 2035-1,45%-0,60%
Dólar PTAX-2,76%-5,79%
Dólar à vista-4,24%-7,35%
Tesouro IPCA+ 2045-4,24%-9,00%
Ouro-5,57%-17,88%
(*) Até dia 28/10. (**) Poupança com aniversário no dia 28.
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..

Eleição até que não caiu tão mal

No início de outubro, o Ibovespa foi logo impulsionado pelo fato de a eleição presidencial ter sido levada para o segundo turno, com um desempenho melhor que o esperado de Jair Bolsonaro e de candidatos bolsonaristas.

Bolsonaro era o candidato mais bem visto pelo mercado por sua postura mais liberal na economia, e o fato de que ele ainda tinha chances de reeleição animou a bolsa, principalmente as ações de estatais.

À medida que o desempenho do capitão na campanha foi apresentando problemas - como o incidente envolvendo seu aliado Roberto Jefferson com a Polícia Federal e o conflito de sua campanha com o Tribunal Superior Eleitoral -, a animação dos investidores foi esvanecendo, embora algumas pesquisas favoráveis ao presidente na reta final tenham trazido momentos de otimismo ao mercado.

De qualquer forma, a perspectiva de um Congresso mais alinhado ao bolsonarismo - principalmente no Senado - e a eleição de muitos governadores aliados ao presidente impediram que o Ibovespa retrocedesse totalmente.

A visão passou a ser a de que, mesmo com uma vitória de Lula, o petista não teria muito espaço para se afastar do centro na economia, o que é bom para os ativos brasileiros.

Passada a eleição e com a vitória de Lula, um esperado recuo nos preços das ações acabou não se concretizando. O Ibovespa avançou nesta segunda-feira, último dia de outubro, uma vez que o risco eleitoral foi afastado, bem como o risco de contestação dos resultados - ao menos é o que parece.

O capital estrangeiro também fluiu para a bolsa brasileira, uma vez que o investidor gringo gosta mais de Lula que de Bolsonaro.

Seja como for, na última semana, as ações das empresas que tendem a se beneficiar de um governo Lula já vinham subindo, enquanto as ações de Petrobras e Banco do Brasil despencavam com a perspectiva de um governo mais intervencionista em estatais.

As melhores ações de outubro

EmpresaCódigoDesempenho no mês
3R PetroleumRRRP330,02%
BraskemBRKM527,82%
PRIOPRIO327,50%
WegWEGE324,80%
SabespSBSP320,83%
LocawebLWSA320,44%
SuzanoSUZB319,53%
KlabinKLBN1119,34%
RumoRAIL319,21%
EmbraerEMBR317,94%
Fontes: B3/Broadcast

As piores ações de outubro

EmpresaCódigoDesempenho no mês
MRVMRVE3-17,95%
IRBIRBR3-14,55%
PetzPETZ3-13,86%
AmericanasAMER3-8,78%
ValeVALE3-6,83%
Banco do BrasilBBAS3-3,82%
CSNCSNA3-3,77%
UsiminasUSIM5-3,72%
QualicorpQUAL3-3,55%
CosanCSAN3-3,05%
Fontes: B3/Broadcast

Em Wall Street o mês também foi positivo

Mas nem só de eleições viveram os mercados brasileiros em outubro, claro. O que acontece no exterior influencia e muito os preços dos ativos por aqui. As bolsas americanas viveram ao longo do mês a sua montanha-russa particular, que acabou, em vários momentos, influenciando as negociações por aqui.

A primeira metade do mês foi marcada por indicadores que aumentaram o temor de uma nova alta de juros de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Federal Reserve, o banco central americano. A geração de empregos veio mais forte que o esperado, enquanto índices inflacionários também vieram acima das expectativas de mercado.

Isso, combinado ao mau desempenho de boa parte das grandes empresas de tecnologia, machucou os principais índices acionários americanos e pesou sobre os juros futuros do país.

No entanto, mais para o fim do mês, os ânimos dos investidores foram melhorando, uma vez que dirigentes do Fed já começaram a se posicionar sobre o início da redução na alta de juros nos Estados Unidos, que deve começar em breve. Isso impulsionou os ativos de risco e aliviou os juros e, consequentemente, o dólar.

A moeda americana viu leve perda frente a outras moedas fortes, ao mesmo tempo em que divisas como o euro e a libra esterlina se recuperaram, após a troca de governo no Reino Unido e a estocagem bem-sucedida de gás natural na Europa para o inverno.

Mas, ante o real, o dólar americano se enfraqueceu mais, encerrando outubro com queda de mais de 4% na cotação à vista, cotado a R$ 5,17.

Juros e inflação têm momento melhor

Além do ingresso de capital estrangeiro na bolsa, por aqui a situação dos juros mais curtos e da inflação também foi benéfica. Os índices inflacionários cederam um pouco mais, com queda inclusive nos preços dos alimentos, e o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano, como já era esperado.

O Brasil se encontra agora num momento do ciclo diferente dos países ricos, com o aperto monetário já encerrado. Isso, combinado com o alívio na inflação local e nos juros americanos, permitiu que os juros futuros locais de prazos mais curto também cedessem.

A combinação de alívio nos juros curtos e na inflação beneficiou ainda mais os títulos prefixados, que têm brilhado desde que começaram os sinais de fim do ciclo de alta da Selic. Já a taxa básica mantida num patamar elevado ainda contribui para um retorno bastante alto dos títulos Tesouro Selic.

Por outro lado, os títulos atrelados à inflação têm sofrido com a alta dos juros mais longos, afetados pelo fato de que a queda da inflação hoje tem vindo à custa de muita renúncia fiscal, fora o aumento de gastos com benefícios sociais - e tudo isso deve cobrar seu preço lá na frente. Além disso, a deflação afasta os investidores desse tipo de papel, uma vez que sua remuneração é corrigida pelo IPCA.

O ouro, por sua vez, teve seu desempenho negativo influenciado pela queda do dólar ante o real - uma vez que o preço do metal nos mercados internacionais é denominado na moeda americana -, mas também caiu globalmente em outubro.

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