🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView
Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Mudança radical

Não foi por moralismo: por que o site OnlyFans decidiu banir a pornografia da sua plataforma

Startup decidiu proibir o conteúdo sexualmente explícito que a tornou conhecida e muitos usuários se sentiram traídos. Entenda a estratégia.

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
21 de agosto de 2021
18:06 - atualizado às 22:44
OnlyFans
Imagem: Shutterstock

O site OnlyFans, que cresceu e ganhou notoriedade durante a pandemia de covid-19, acabou se tornando sinônimo de "nudes" e pornografia - o que os americanos costumam chamar, puritanamente, de "conteúdo adulto".

Mas na última semana, a plataforma tomou uma decisão polêmica, que revoltou uma grande parte dos seus usuários e que, à primeira vista, pode ser interpretada como moralista: decidiu banir o conteúdo sexualmente explícito.

O que é o OnlyFans

Com 100 milhões de usuários registrados e mais de 1 milhão de criadores de conteúdo, o OnlyFans permite que criadores sejam financiados por seus seguidores ("fãs"), por meio de pagamentos diretos, de gorjetas a assinaturas, em troca de conteúdo exclusivo.

A princípio, era para ser uma plataforma que fornecesse um serviço como o Patreon, que permite aos fãs fazerem doações para seus criadores favoritos em troca de algum conteúdo exclusivo; ou o Skillshare, que os usuários assinam para poder aprender determinadas habilidades com seus influencers preferidos.

Mas como não tinha barreiras para nudez e pornografia, o OnlyFans acabou se tornando o refúgio de trabalhadores sexuais, desde aqueles que atuam apenas online até os que se viram sem a possibilidade de trabalhar presencialmente durante a pandemia, como strippers e garotos e garotas de programa.

Mesmo pessoas que não eram trabalhadores sexuais, mas perderam seus empregos durante a pandemia, viram na plataforma uma "tábua de salvação" para fazer algum dinheiro com conteúdo sexualmente explícito.

Além disso, tanto o fundador do OnlyFans, Tim Stokely, quanto outro dos seus sócios majoritários, Leonid Radvinsky, têm histórico de empreender com conteúdo adulto para a internet.

Nem toda nudez será castigada

Na quinta-feira passada, porém, o OnlyFans anunciou a decisão de banir a pornografia a partir do dia 1º de outubro, deixando para trás o tipo de conteúdo que o tornou famoso. O anúncio despertou a fúria dos criadores de conteúdo adulto, que se sentiram traídos.

O motivo é que o OnlyFans tem tido dificuldade de conseguir aportes de investidores para continuar crescendo. Mas sexo vende, não? Então qual é o problema?

A questão aqui não é a nudez ou o sexo em si - na verdade, a "nudez simples", sem conteúdo sexualmente explícito, continuará permitida. O problema é a possibilidade de haver conteúdos relacionados à exploração sexual, inclusive de menores, e tráfico humano, o que eleva substancialmente o risco do negócio.

De fato, conteúdo publicado no OnlyFans já chegou a ser investigado por essas práticas criminosas, e uma reportagem recente da BBC mostrou que a repressão a conteúdo ilegal na plataforma não é tão rígida quanto deveria ser.

Além disso, os investidores se preocupam com o fato de que muitas marcas possam não querer associar sua imagem à do OnlyFans enquanto este for um site majoritariamente de pornografia, o que cria restrições para parcerias, anúncios e outras fontes de receita. Os próprios meios de pagamento têm resistência a prestarem seus serviços a sites desta natureza.

Vale a pena investir na ação da Sinqia (SQIA3)? O repórter Victor Aguiar responde no vídeo a seguir. Assista:

Já é unicórnio

Apesar de ser uma startup, o OnlyFans já é lucrativo e foi avaliado em US$ 1 bilhão. O site cobra uma taxa de 20% das receitas dos seus criadores, que no ano passado tiveram um faturamento total de US$ 2 bilhões. Ou seja, a plataforma teve US$ 400 milhões em receita.

No entanto, seus concorrentes "mais comportados" estão melhor posicionados ante os investidores de startups de tecnologia. É o caso da Cameo, que permite a celebridades vender mensagens personalizadas a seus fãs. A startup foi avaliada em mais de US$ 1 bilhão em março, depois de receber aportes de US$ 100 milhões numa rodada de captação da qual participaram investidores como o SoftBank.

Agora, a intenção do OnlyFans é se tornar mais palatável junto ao grande público e explorar conteúdos produzidos por celebridades, atletas e influencers. A grande questão é se o site conseguirá fazer essa virada, ser bem-sucedido na mudança de imagem e ainda fazer dinheiro.

O Tumblr, por exemplo, fez um movimento similar, sem muito sucesso. No Brasil, a plataforma ficou mais conhecida como uma rede social de memes temáticos engraçados, mas no exterior ela se tornou famosa pelo conteúdo sexual.

Em 2018, porém, o Tumblr decidiu banir a postagem de conteúdo adulto na sua plataforma. Mas apenas conseguiu irritar seus usuários e criadores. Um ano depois, a companhia viu uma forte queda no número de downloads e no seu valuation.

*Com informações do Business Insider e da Bloomberg.

Compartilhe

POTENCIAL FOLLOW-ON

Vem oferta de ações da Caixa Seguridade (CXSE3) por aí? Caixa autoriza estudos para possível venda de papéis da seguradora

28 de março de 2024 - 20:16

A Caixa é dona de 82,75% do capital da seguradora, mas o possível follow-on não teria como objetivo alterar o controle da empresa

Bolada pré-feriado

Surpresa de Páscoa: TIM Brasil (TIMS3) pagará R$ 1,31 bilhão em dividendos nos próximos meses; veja quem tem direito

28 de março de 2024 - 19:09

Pagamento de cerca de R$ 0,54 por ação será efetuado nos meses de abril, julho e outubro

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024

28 de março de 2024 - 14:36

Salesio Nuhs contou para o Seu Dinheiro as principais apostas da fabricante de armas para este ano — e deu um “spoiler” sobre o que esperar dos dividendos em 2024

PRATO CHEIO

Grupo GPS (GGPS3) chega ao “bandejão da firma” com aquisição e adiciona bilhões em receita; ações sobem forte na B3

28 de março de 2024 - 12:01

Com a GRSA, o Grupo GPS amplia a oferta no “cardápio” de serviços que oferece. A empresa vem enfileirando aquisições desde o IPO, em 2021

Valor agradou

Conseguiu uma boa grana: Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos após acordo bilionário com a Vale (VALE3), diz XP

28 de março de 2024 - 11:30

Para a corretora, anúncio de venda da Aliança Energia para a Vale não surpreende, mas valor obtido pode turbinar dividendos da Cemig

EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Oi (OIBR3) tem prejuízo, queda de receita e Ebitda negativo no 4T23; empresa propõe novo grupamento para deixar de ser “penny stock”

28 de março de 2024 - 9:16

Oi (OIBR3) teve prejuízo líquido de R$ 486 milhões nos últimos três meses de 2023 e fechou o ano com dívida líquida de mais de R$ 23 bilhões

AGORA ELA É A DONA

Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha

27 de março de 2024 - 19:50

Desse montante, segundo a Cemig, serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação

UM PAPEL PARA GUARDAR NA CARTEIRA

Klabin (KLBN11) ou Suzano (SUZB3)? Uma delas está barata. Itaú BBA eleva preço-alvo das duas ações e conta qual é a oportunidade do momento

27 de março de 2024 - 14:04

Tanto as units da Klabin como as ações da Suzano operam em alta na bolsa brasileira nesta quarta-feira (27), mas só uma delas é a preferida do banco de investimentos; descubra qual

CORRIDA POR TECNOLOGIA

Finalmente, um oponente à altura da Nvidia? Empresas de tecnologia se unem para combater hegemonia da gigante de IA

27 de março de 2024 - 12:15

A joia da coroa da Nvidia está muito menos exposta: é o sistema plug and play da empresa, chamado CUDA, e é com ele que o setor quer competir

A VOLTA

Sete anos após o Joesley Day, irmãos Batista retornam à JBS (JBSS3); ação reage em queda ao resultado do 4T23

27 de março de 2024 - 10:19

A volta de Joesley e Wesley, que foram delatores da Lava Jato, acontece após uma série de vitórias judiciais da JBS e dos empresários

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies