Athena Saúde, investida do Pátria, inicia processo de IPO com promessa de avançar fora do eixo Rio-SP
Abertura de capital da Athena acontece em um momento de possíveis restrições para Hapvida, outra gigante do setor; empresa foi fundada há apenas cinco anos por meio de aquisições
A Athena Saúde, que tem o Pátria Investimentos como principal sócio, acaba de dar início ao processo de abertura de capital na B3. Formada há apenas cinco anos, a empresa busca recursos para expandir as operações fora do eixo Rio-São Paulo.
O foco da companhia — uma das maiores de planos e seguros de saúde do país — são regiões metropolitanas secundárias e aquelas que a empresa julga com dinâmica competitiva favorável, ainda não dominadas por outras gigantes do setor.
A abertura de capital da Athena acontece em um momento em que a Hapvida, gigante de Recife (CE), deve desacelerar o ritmo de aquisições por causa de possíveis restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O crescimento por meio de compra de outras empresas faz parte da Athena desde sua fundação: a companhia foi criada por grandes investidores a partir da compra de várias empresas pequenas visando o ganho de escala e a redução de custos, em processo chamado no meio de private equity de "roll up".
O avanço inorgânico é também a própria razão do IPO (oferta pública de ações), já que a empresa pretende usar 30% dos recursos da oferta primária em aquisições futuras e o restante em contratos já firmados com Grupo São Bernardo, Hospital Marechal Cândido Rondon, Grupo Promédica e Fátima Saúde.
A Athena é dona de cinco operadoras de planos de saúde, nove hospitais, 1,046 leitos hospitalares, 24 centros médicos e sete pronto-atendimentos. As operações da companhia estão distribuídas nos estados do Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Paraná.
A empresa informa ter registrado uma receita líquida de R$ 1,3 bilhão em 2020, com um lucro de R$ 14,4 milhões (ante R$ 3 milhões no ano anterior) e Ebitda de R$ 128,5 milhões — alta anual de 57%. A Athena possuía R$ 289 milhões em caixa no final do ano passado e um capital social de R$ 1,4 bilhão.
A oferta terá o Bank of America (BofA) como coordenador-líder, além da participação da XP Investimentos, do Bradesco BBI, do BTG Pactual, do Itaú BBA, do Santander e do ABC Brasil.
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