Morreu, mas passa bem
Aos 40 anos de idade, o touro mais velho do mundo acaba de morrer, mas passa bem. Iniciado em 1981, o longevo bull market do mercado de bonds foi interrompido neste ano.
É um fenômeno marcante, de várias gerações. Eu mesmo nunca presenciei um cenário diferente. Depois de só termos visto uma longa sequência de taxas de juros caindo de maneira sistemática, encontraremos o contrário agora. Estamos preparados?

Tenho argumentado que, apesar de um reajuste circunstancial de portfólios e de natural volatilidade causada pela desalavancagem, as ações conseguiriam atravessar a tormenta. Com efeito, os yields dos Treasuries de dez anos praticamente dobraram no primeiro trimestre, saindo de 0,9% para 1,7%, enquanto as Bolsas norte-americanas continuaram renovando recordes.
O que acontece agora?
O primeiro ponto a se considerar é que, em última instância, a subida das taxas de juros de mercado tem acontecido por um bom motivo: a expectativa de retomada das economias e forte crescimento em 2021 e 2022, sem que as condições financeiras sejam excessivamente apertadas. Uma economia forte significa lucros se expandindo. E, como sabemos, no final do dia, as ações acompanham mesmo os lucros; nada muito surpreendente.
O segundo elemento se refere à provável alta mais gradual e morosa a partir de agora. Mesmo os economistas mais alarmistas sobre o processo de alta dos yields não esperam uma escalada além dos níveis de 2–2,25% do yield dos Treasuries de dez anos no horizonte tangível.
Leia Também
Anatole Kaletsky, da Gavekal, escreve que um provável nível alvo para essa referência seria o 1,75%, talvez 2% ou mesmo 2,25%. O espaço para subidas adicionais, portanto, seria mais limitado. Segundo ele, se o rendimento dos Treasuries de dez anos não superar os 3%, como de fato se projeta, não haverá maiores problemas para as ações.
Curiosamente, com o yield dos Treasuries ainda devendo caminhar para cima, é o investidor da renda fixa (dos bonds) que pode estar mais em risco do que aquele da renda variável.
Em 2021, seremos lembrados de que os juros também podem subir e que a inflação não é algo superado em definitivo. Ela é e sempre foi um fenômeno monetário e pode acordar diante de tanta impressão de dinheiro e da retomada da economia.
Há uma preocupação legítima para os cidadãos brasileiros, mas que talvez não seja tão pertinente aos investidores de ações: nosso país vai dar certo?
Tenho poucas respostas, mas me obrigo a fazer as perguntas certas. Essa aí é uma pergunta errada — até porque não sabemos a resposta.
Se o Brasil der certo, bom… então ele terá dado certo. Bolsa em alta.
Se o Brasil não der certo, como será feito o ajuste? Basicamente, via inflação. E as pessoas vão comprar ativos reais.
Essa é a recomendação de Ray Dalio ao dizer: "buy stuff". Compre coisas. Imóveis, ações (que são empresas), bitcoin, porque tudo isso anda nominalmente.
Aos 40 anos de idade, o idoso bull market dos bonds terminou. Ao menos para as ações, porém, o urso é manso. Morreu, mas passa bem.
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell