Ibovespa reduz queda com melhora de Petrobras, mas tensão política segue pressionando o dólar
Sem Nova York como norte, o Ibovespa sente o peso da crise política em Brasília.

A nuvem carregada que paira sobre Brasília não se dispersou ao longo do fim de semana. Com as bolsas americanas fechadas nesta segunda-feira (05), o volume de negociações deve ser reduzido, o que leva a capital federal a seguir sendo a raiz da dor de cabeça dos investidores.
As denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas pelo governo federal nem foram esclarecidas e o Planalto já tem outro incêndio para apagar: a ex-cunhada de Jair Bolsonaro implicou o presidente no esquema de “rachadinha”, entrega de salário de assessores, pelo qual Flavio Bolsonaro já é investigado.
Sem o referencial americano, o Ibovespa começou o dia no vermelho e vem renovando as mínimas. Por volta das 16h, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,40%, aos 127.126 pontos, nível mais elevado do que o observado mais cedo.
A recuperação parcial do índice acompanha uma melhora nas cotações da Petrobras. A estatal, que chegou a recuar mais de 2% pela manhã, tem queda mais moderada após anunciar um novo reajuste no preço da gasolina. O dólar à vista sobe 0,60%, aos R$ 5,0836.
A cautela também tem um ‘quê’ de antecipação pela semana cheia de indicadores que temos pela frente - mesmo que por aqui também tenhamos uma semana mais curta também. A decisão da Opep+ sobre o futuro da produção de petróleo deve acontecer nos próximos dias e ainda teremos ata da última reunião do Federal Reserve e número de inflação e vendas no varejo no Brasil.
Com um olho no IPCA e outro em Brasília, os juros futuros também ficam pressionados nesta tarde. Confira:
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- Janeiro/22: de 5,68% para 5,73%
- Janeiro/23: de 7,07% para 7,16%
- Janeiro/25: de 8,15% para 8,23%
- Janeiro/27: de 8,60% para 8,67%
Olhos no presidente
Em reportagem divulgada nesta segunda-feira (05) pelo portal UOL, a ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro trouxe evidências do envolvimento do presidente no esquema de "rachadinhas".
O esquema de "rachadinha", entrega de salários de assessores para o político empregador, ficou popularmente conhecido com as investigações da prática no gabinete do filho do presidente, Flávio Bolsonaro.
A denúncia de hoje encontra um governo já sobrecarregado com as denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas da Covaxin, feita na semana passada. A CPI da covid-19 segue investigando o caso e na semana passada levou diversas entidades a protocolarem um 'superpedido de impeachment.
No caso da Covaxin, um documento do Ministério da Saúde mostra que o valor da dose inicialmente era de US$10, mas o contrato foi fechado a US$ 15.
O momento coincide com uma piora da aprovação do governo Bolsonaro. De acordo com a pesquisa da CNT/MDA, a desaprovação cresceu 11 pontos percentuais desde a última medição, feita em fevereiro, indo a 62,5%.
Descendo quadrada
Não é só o Executivo que inspira cautela nos investidores. A reforma tributária proposta pela equipe econômica e que mexe com a tributação de investimentos e a tabela do Imposto de Renda para pessoas física e jurídica.
Desde que o texto foi anunciado, o mercado financeiro tenta antecipar o seu impacto nas empresas. Até agora, a repercussão tem sido negativa, com os agentes do mercado prevendo um aumento da carga tributária e um grande peso sobre as ações que se destacam por serem boas pagadoras de dividendos.
Sobe e desce
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
MULT3 | Multiplan ON | R$ 23,90 | 3,24% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 21,81 | 2,59% |
BRML3 | BR Malls ON | R$ 10,23 | 1,89% |
IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 40,75 | 1,88% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 45,80 | 1,62% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO | VAR |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 26,06 | -2,76% |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 37,10 | -2,08% |
BBDC4 | Bradesco PN | R$ 25,03 | -2,00% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 21,03 | -1,59% |
BBDC3 | Bradesco ON | R$ 21,24 | -1,50% |
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