Nova cepa do coronavírus pega mercado de surpresa; Ibovespa recua quase 4% no dia e apaga ganhos da semana
Ao longo da semana, o Ibovespa também foi pressionado pela indefinição em torno da PEC dos precatórios e a pausa para o feriado nos Estados Unidos
Se você já estava pronto para tirar o pó da sua fantasia de Carnaval, talvez seja melhor esperar mais um pouco. Além de algumas cidades brasileiras terem decidido adiar a festança por mais um ano, uma reviravolta no andamento da pandemia deixou mais uma vez o mundo em pânico.
A variante B.1.1.529 (batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde), foi descoberta na África do Sul e trouxe um alerta para o mercado global — a pandemia ainda não acabou e muito pouco se sabe sobre as diferentes mutações que o coronavírus ainda pode ter.
Os especialistas ainda não sabem ao certo se a nova cepa é mais transmissível, letal ou mesmo a extensão da eficácia das vacinas contra ela. As empresas fabricantes dos imunizantes já se mobilizam para iniciar os testes, mas as respostas só devem ser conhecidas dentro de algumas semanas.
Ao longo de todo o dia, diversos países anunciaram o fechamento de fronteiras para passageiros da região sul-africana, e a OMS declarou que a mutação encontrada é “preocupante”, ressuscitando o temor de que medidas de isolamento social voltem a afetar a atividade, pressionando ainda mais a inflação em um momento em que os bancos centrais possuem menos instrumentos de política monetária ou fiscal para conter a crise.
O barulho causado pela variante ômicron apagou o que havia sido uma semana calma e positiva para os ativos de risco — até mesmo no Brasil, onde os problemas fiscais seguem os mesmos.
Com o risco de novos lockdowns, a pressão sobre a oferta e a demanda das commodities voltou a crescer, e o barril de petróleo caiu mais de 13% só hoje. O feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos trouxe uma menor liquidez para o mercado, e o pregão mais curto em Wall Street nesta sexta-feira limitou as perdas.
Leia Também
Ainda assim, os índices americanos recuaram mais de 2%. O dólar desvalorizou frente a uma cesta de moedas fortes, e o VIX, indicador que mede a volatilidade do mercado e é conhecido como “índice do medo”, subiu mais de 50%.
No Brasil, o Ibovespa foi um pouco além dos índices americanos e recuou 3,93%, fechando aos 102.224 pontos. Apenas duas ações terminaram a sessão em leve alta, enquanto as companhias aéreas registraram quedas de mais de 10%. O desempenho negativo visto hoje apagou os ganhos da semana, e o principal índice da bolsa recuou 0,79% no período.
O dólar à vista chegou a bater R$ 5,66 na máxima do dia, mas terminou a sessão em alta moderada de 0,55%, a R$ 5,5958, uma desvalorização de 0,23% nos últimos dias. O possível impacto negativo na economia, demandando novos estímulos, fez com que o mercado de juros cedesse.
Por água abaixo
Mesmo em dia de Black Friday, as empresas ligadas ao setor de consumo foram as que mais sofreram com o novo revés da pandemia.
As companhias aéreas foram mais uma vez fortemente impactadas pela possibilidade de restrição de circulação. A Azul (AZUL4) caiu mais de 14%, enquanto Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) recuaram cerca de 11%.
Antes do caos
O estresse visto hoje nos mercados não reflete a calmaria dos últimos dias, ainda que a bolsa brasileira tenha apresentado grande volatilidade diante da indefinição em torno do Auxílio Brasil.
Os mercados globais, limitados pelo feriado nos Estados Unidos, viveram dias de tranquilidade e otimismo, ainda que na Europa o crescimento dos casos da covid-19 entre não vacinados tenha assustado.
Parte desse bom humor foi patrocinado pela permanência de Jerome Powell na presidência do Federal Reserve, o que foi visto como um sinal de continuidade na postura que vem sendo adotada até o momento pelo Banco Central americano.
Sobe e desce do ibovespa
Mesmo com a forte queda registrada nesta sexta-feira, as ações da Petrobras tiveram o melhor desempenho na semana. Ontem (25), a companhia anunciou uma nova política de dividendos que prevê pagamento trimestral aos acionistas, além da possibilidade de dividendos extraordinários.
A recuperação do minério de ferro no início da semana, após o governo chinês mostrar alguma flexibilidade com a delicada situação das incorporadoras locais, ajudou o setor de materiais básicos, levando a uma alta de empresas de peso como Vale e Bradespar. Confira as maiores altas da semana:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| PETR4 | Petrobras PN | R$ 28,47 | 9,08% |
| PETR3 | Petrobras ON | R$ 29,17 | 7,28% |
| VALE3 | Vale ON | R$ 68,64 | 7,20% |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 50,36 | 6,79% |
| BRAP4 | Bradespar PN | R$ 48,82 | 6,18% |
Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| CASH3 | Meliuz ON | R$ 3,18 | -19,90% |
| AZUL4 | Azul PN | R$ 23,30 | -16,07% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 8,06 | -13,05% |
| BIDI4 | Banco Inter PN | R$ 12,02 | -11,62% |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 11,66 | -11,60% |
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
