Racha no Senado e chegada de ômicron aos Estados Unidos levam o Ibovespa a renovar as mínimas do ano (mais uma vez); dólar sobe
Embora o dia tenha começado positivo para o Ibovespa e as demais bolsas globais, a variante ômicron e a dificuldade de aprovar a PEC dos precatórios azedaram os negócios
A dinâmica dos mercados globais nos últimos dias lembra muito os primeiros momentos de incerteza que marcaram o início da pandemia do coronavírus, no início de 2020.
A covid-19 não é mais uma doença desconhecida, e as vacinas já estão disponíveis no mercado, mas a desigualdade na distribuição de imunizantes e a recusa de muitos em tomar as duas doses necessárias para completar a proteção levam a novas mutações que podem ser ainda mais transmissíveis.
Depois da variante delta, agora é a ômicron que assusta os governos, fecha fronteiras e ameaça as economias globais. Desde que a existência da mutação veio a público na semana passada, os mercados globais não têm conseguido manter o otimismo e o fôlego para a recuperação por mais de um dia.
Entre os altos e baixos, hoje parecia ser um dia de alta, com as bolsas americanas e o Ibovespa buscando ganhos de mais de 1% após a queda da véspera. Mas dois golpes duros mudaram o rumo dos negócios.
O primeiro veio de fora. Assim como ontem, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reafirmou que a inflação perdeu o seu caráter temporário, o que pode acelerar a retirada dos estímulos monetários e alta da taxa de juros.
Na sequência, o primeiro caso da variante ômicron foi identificado nos Estados Unidos, tirando as bolsas americanas das máximas e levando-as a fechar o dia em queda de mais de 1%.
Leia Também
A última dança de Warren Buffett: 'Oráculo de Omaha' vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Com as perdas em Nova York, o segundo golpe veio de Brasília. A votação da PEC dos precatórios no plenário do Senado era esperada para hoje, mas os senadores parecem longe de um acordo, e o assunto só deve ser retomado amanhã. Entre os pontos que causam o racha estão o valor e a permanência do teto de gastos até 2026.
Após subir quase 2% mais cedo com a ajuda do bom desempenho das commodities, o Ibovespa fechou o dia em queda de 1,12%, aos 100.774 pontos, mais uma vez renovando as mínimas do ano. O dólar à vista subiu 0,63%, a R$ 5,6708.
PEC dos precatórios
O texto da PEC dos precatórios foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas parece que essa história ainda se encontra longe de um fim.
Como a proposta só poderia ser votada após a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), evento que só terminou há pouco, a votação deve ocorrer apenas amanhã.
No fim da tarde, mais ruídos vindos do Planalto Central tiraram o apetite por risco dos investidores, com divergências entre os senadores para que a pauta caminhe. Amanhã, as atenções devem seguir em Brasília.
Sobe e desce do Ibovespa
As empresas produtoras de commodities desaceleraram a alta com a virada de humor nos mercados, mas ao longo do dia foram elas que patrocinaram o apetite por risco.
O minério de ferro teve uma madrugada positiva, avançando 2,05%, cotado a US$ 104,49 por tonelada, o que influenciou o desempenho de empresas dos setores de mineração e siderurgia, como Gerdau e Gerdau Metalúrgica.
As ações da Suzano também foram destaque. Marcio Lórega, gerente de research do Pagbank, aponta que, ainda que o preço da celulose sofra uma queda no início do próximo ano, a alavancagem das empresas do setor deve se manter baixa, compensada pelos movimentos de alta recente nos preços.
"Cinco produtores tiveram classificação estável pela agência de risco Fitch. Eles têm capacidades para sustentar a pressão da queda dos valores e o achatamento da curva de custo de produção", diz Lórega.
O posto de maior alta do Ibovespa no dia ficou com a Braskem (BRKM5). Os investidores seguem de olho nas tratativas de venda das participações da Novonor (ex-Odebrecht) e da Petrobras. Com os ruídos em torno de uma possível oferta de ações, os papéis se recuperaram da queda das últimas semanas. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 52,78 | 5,45% |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 58,05 | 3,37% |
| GGBR4 | Gerdau PN | R$ 26,17 | 1,43% |
| GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 10,80 | 1,41% |
| PETZ3 | Petz ON | R$ 18,45 | 1,32% |
Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 6,88 | -11,79% |
| CASH3 | Méliuz ON | R$ 2,65 | -11,37% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 11,88 | -9,93% |
| VIIA3 | Via ON | R$ 5,20 | -8,29% |
| IGTI11 | Iguatemi ON | R$ 175,00 | -7,89% |
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
