A Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (9) que vai lançar nos próximos dias uma loja online em que o consumidor poderá reservar e dar sinal de entrada para aquisição de qualquer um dos modelos da marca.
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Durante o anúncio, o presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, disse que o projeto já vinha sendo desenvolvido, mas foi acelerado após a chegada da pandemia.
A loja, chamada de e-store, foi construída junto com as concessionárias e o banco Volkswagen, informou Pablo.
Projeções
Citando a pressão sobre os custos de produção vinda, principalmente, da valorização do dólar, o CEO da Volkswagen na América Latina considerou serem "super otimistas" as previsões da indústria que apontam a um mercado de 2,4 milhões de veículos no ano que vem.
Pablo informou que a montadora está trabalhando com a perspectiva de consumo no Brasil, incluindo todas as marcas, na faixa de 2,3 milhões a 2,4 milhões de veículos, mas que estará preparada caso não se confirme o teto da projeção, cuja concretização significaria um aumento em torno de 20% das vendas da indústria.
"O mercado, obviamente, vai ser maior, mas acho que a previsão de 2,4 milhões da Anfavea é uma visão super otimista", afirmou o dirigente da Volks
"Acho que não vamos crescer tanto quanto 2,4 milhões. Nosso planejamento é este de 2,3 milhões a 2,4 milhões, mas se não acontecer vai ser mais fácil desacelerar o programa de produção", comentou.
O motivo da cautela reside no aumento dos preços de matérias-primas. Uma vez repassado às tabelas das concessionárias, como vem acontecendo, o consumo ficará mais limitado.
Hoje, Pablo disse que a Volks tem procurado acelerar a nacionalização de peças, tanto no Brasil quanto na Argentina, para reduzir a dependência a componentes importados e, logo, a exposição ao câmbio.
Ele ponderou, contudo, que aumentar o índice de materiais nacionais no carro envolve projetos de longo prazo, que podem levar mais de cinco anos.
Enquanto isso não acontece, a Volks, conforme relatou o seu dirigente na região, vem travando uma "luta diária" nas negociações de preços com seus fornecedores. "Temos algumas conversas fáceis e outras difíceis com fornecedores", contou Pablo a jornalistas.
Descongelamento
Apesar do conservadorismo nos cenários traçados para 2021, o executivo disse que a montadora vem retomando investimentos que tinham sido congelados na pandemia, o que inclui a produção do utilitário esportivo Taos na Argentina.
A ser comercializado no Brasil no segundo trimestre do ano que vem, o modelo, cujo projeto foi atrasado pela pandemia, faz parte de um investimento de US$ 650 milhões realizado na fábrica da Volks na região metropolitana de Buenos Aires.
Ele informou que um novo ciclo de investimentos está sendo estudado no segmento de utilitários esportivos. Mas o anúncio fica para 2021. "Estamos pensando num novo ciclo de investimento, mas hoje não é o dia de anúncio."
*Com Estadão Conteúdo