Os planos do Banco Bmg para crescer no digital e recuperar o preço das ações na B3
Ruídos envolvendo o Bmg ainda afetam as ações do banco um ano após o IPO na B3. Mas a CEO da instituição enxerga as cotações atuais como uma oportunidade e fala sobre avanço do banco digital

O Banco Bmg completou em outubro um ano da oferta pública inicial de ações na bolsa. Mas o investidor que entrou no IPO e se tornou sócio da instituição não tem muito o que comemorar. Desde a estreia no pregão da B3, as ações (BMGB4) amargam uma queda de mais de 50%.
O clima também não era de celebração na sede do banco, que foi alvo no fim de outubro de busca e apreensão como parte da Operação Descarte, que investiga crimes contra o sistema financeiro.
“Estamos no meio de uma transformação e fomos surpreendidos por esse tema”, me disse Ana Karina Bortoni Dias, presidente do Bmg, logo no começo da entrevista que concedeu ao Seu Dinheiro.
Ela destacou as medidas tomadas após o caso, como a criação de um comitê independente e a contratação de um escritório de compliance de investigação para analisar o caso. Os trabalhos ainda não têm prazo de conclusão.
Os ruídos envolvendo o Bmg — que incluem também questionamentos sobre a contabilização de provisões no balanço logo após o IPO — acabaram prejudicando o desempenho da ação nesse primeiro ano na bolsa.
Mas a CEO do banco enxerga as cotações atuais como uma oportunidade para o investidor. “Está no melhor momento para quem comprar as ações”, ela afirmou, ao comentar sobre o desempenho dos papéis na bolsa.
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A razão para a confiança está justamente no processo de transformação que ela comanda desde que assumiu o cargo, dois anos depois de ser contratada para aprimorar a governança do banco, ainda como consultora na McKinsey.
Em 2019, veio o convite para assumir a presidência do conselho e, no fim do ano passado, o cargo de CEO da instituição mineira controlada pela família Guimarães.
Mais um banco digital?
Historicamente uma instituição de nicho, o Bmg decidiu ir além dos produtos em que é reconhecido, como o crédito consignado, e se lançou ao “mar aberto”, com o lançamento de seu banco digital.
Imagino que você esteja se perguntando: “mais um banco digital”? Como o Bmg espera diferenciar na concorrência com as dezenas de fintechs que também disputam esse mercado?
“O digital abriu uma oportunidade absurda não só para as fintechs como para os bancos médios como o Bmg” — Ana Karina Bortoni Dias, CEO do Bmg.
O banco aposta em três frentes principais para ganhar espaço no meio da competição acirrada por um espaço no celular dos clientes. A primeira é a abertura de conta pelos atuais tomadores de crédito e cartão consignado. “O fato de o banco ser bastante conhecido dos clientes ajuda nesse processo”, diz.
A nova roupagem para conquistar os clientes também incluiu uma mudança sutil na marca, que passou a ser escrita com apenas uma das três letras em maiúscula (de BMG para Bmg).
Por falar em marca, o Bmg também vê na parceria com os times de futebol e na conexão com os torcedores outra avenida para crescer no digital. O banco tem aplicativos personalizados dos três clubes que patrocina: Corinthians, Atlético Mineiro e Vasco.
Ana Karina aponta ainda os produtos e serviços embarcados no aplicativo da conta como uma forma de ampliar a base de clientes. Ela destacou entre as iniciativas o já conhecido cashback em compras no cartão, além do “poupa pra mim”, um serviço que arredonda para cima o valor de transações realizadas e transfere o excedente para uma espécie de “cofrinho virtual”.
“Uma pesquisa com clientes que usam o serviço mostrou que 49% deles nunca havia poupado na vida”, disse.
Os resultados da estratégia digital começaram a ficar mais palpáveis no balanço do terceiro trimestre. O banco encerrou setembro com 1,9 milhão de correntistas, o triplo do mesmo período do ano passado, com a abertura de 7,6 mil contas por dia útil.
A migração não só das operações como os processos para o ambiente digital é outra prioridade para o banco em busca de redução de custos e uma maior eficiência, segundo a executiva.
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Crise e pós-crise
As ações do Bmg também sofreram bastante durante o pânico de março nos mercados provocado pela disseminação do coronavírus. O grande temor era o de uma crise de crédito e liquidez que pudesse, no limite, levar a uma quebradeira de bancos de menor porte.
O Bmg entrou na crise capitalizado pelo dinheiro captado dos investidores na oferta de ações. Os recursos do IPO e mais as medidas de injeção de liquidez no sistema financeiro tomadas pelo Banco Central ajudaram o banco a atravessar a crise com relativa tranquilidade.
Além do dinheiro dos novos sócios, o banco se valeu das linhas criadas pelo BC, como o novo depósito com garantia especial do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). “Traçamos vários cenários de estresse, mas não chegamos perto de nenhum”, disse Ana Karina.
O cartão de crédito consignado responde por mais 70% da carteira do banco, que não parou de crescer mesmo com a crise. Em setembro, o saldo total de financiamentos da instituição estava em R$ 13 bilhões, um avanço de 20,8% em 12 meses.
A inadimplência na carteira total caiu 0,1 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, para 5,8%. As provisões para calotes aumentaram durante a crise, mas em setembro o número já começou a mostrar inflexão, segundo a CEO do Bmg.
Apesar do bom desempenho da economia após o baque da crise, Ana Karina não espera uma clássica recuperação em "V" da economia. Para 2021, ela disse que é preciso ficar alerta aos eventuais impactos no fim do auxílio emergencial, em particular no primeiro trimestre do ano. “O mais importante é não relaxar, não está na hora de relaxar.”
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