Grandes bancos começam a olhar crise pelo retrovisor, mas com lucro ainda em queda
Lucro combinado de Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander deve aumentar em relação ao trimestre anterior, mas ainda ficará bem abaixo dos patamares de 2019
Os grandes bancos devem começar a ver os efeitos da crise do coronavírus pelo retrovisor nos resultados que começam a ser publicados na próxima terça-feira. A grande dúvida do mercado agora é quando (e se) Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil voltarão a viver os dias de glória.
Leia também:
- OPORTUNIDADE: Confira as ações e FIIs favoritos das carteiras recomendadas das corretoras
- Grandes bancos sobem forte na B3 com projeções do UBS BB para resultados do 3º tri
- Às vésperas do PIX, bancos travam ‘guerra das chaves’ para ganhar cliente
- Fundos perdem a preferência do investidor pessoa física na crise
O lucro combinado das quatro grandes instituições financeiras com capital aberto deve atingir R$ 15,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a estimativa média dos analistas. O resultado projetado representa um aumento de 17% em relação ao trimestre anterior, mas ainda é 27% menor que o obtido pelos bancões no mesmo período de 2019.
As despesas bilionárias com provisões para perdas no crédito com a pandemia do coronavírus derrubou o lucro dos grandes bancos no primeiro semestre deste ano. Mas os analistas esperam que a maior parte do estrago já foi feita.
A expectativa positiva para os números do trimestre inclusive levou um pequeno rali nas ações de Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander neste mês de outubro, com altas de até 20%. No acumulado do ano, porém, o setor segue com um dos piores desempenhos da bolsa.
O problema é que a estrada à frente está longe de ser tranquila. Os bancões certamente terão de lidar com uma maior inadimplência, que foi contida em um primeiro momento diante dos processos de renegociação e prorrogação dos vencimentos de parcelas no auge da crise.
Isso sem falar no grande ponto de interrogação com o avanço da concorrência das fintechs, as novas empresas de tecnologia financeira. O grande indutor da competição é o Banco Central, que lança em novembro o Pix, o sistema de transferências e pagamentos instantâneos — e gratuitos.
Leia Também
Nos cálculos da agência Moody's, os bancos podem perder até 8% das receitas com tarifas após a entrada em operação do Pix. Leia a seguir o que esperar para os resultados de cada banco.
Santander acelera
Dos quatro bancos, o Santander é o que deve mostrar a maior evolução nos resultados, segundo os analistas. A média das estimativas aponta para um lucro de R$ 2,764 bilhões, um avanço de 29,4% na comparação com o trimestre anterior, mas ainda assim uma queda de 25% frente ao mesmo período de 2019.
A expectativa positiva para o balanço provocou um pequeno rali nas ações da unidade brasileira do banco espanhol (SANB11), que acumulam valorização de quase 15% em outubro.
“A retomada da economia brasileira, especialmente a concessão de crédito imobiliário, automóveis e cartão de crédito, deve ter um impacto positivo no crescimento da carteira de crédito do banco”, escreveram os analistas do UBS BB, em relatório a clientes. O Santander divulga o balanço na terça-feira (27), antes da abertura da bolsa.
Bradesco noturno
O Bradesco vai romper uma antiga tradição no balanço que sai na próxima quarta-feira (28). Em vez de publicar os resultados bem cedo pela manhã, o banco com sede na Cidade de Deus programou a divulgação para depois do fechamento dos mercados.
A projeção média dos analistas aponta para um lucro líquido de R$ 4,513 bilhões para o Bradesco, alta de 16,5% no trimestre e queda anual de 31%.
A melhora nos resultados do terceiro trimestre virá principalmente das despesas com provisões, que devem recuar 24% em relação ao trimestre anterior, para R$ 6,8 bilhões, de acordo com o Credit Suisse.
Pelas estimativas do banco suíço, a rentabilidade do Bradesco deve subir de 11,9% para 14,1%. Apesar da melhora, o retorno ainda está bem abaixo do desejo do presidente do banco, Octavio de Lazari, de retomar o nível histórico de 20%.
Itaú conservador
No auge da crise, o Itaú Unibanco adotou uma postura mais conservadora e reduziu a concessão e refinanciou as linhas de crédito de maior risco, como o cheque especial. O problema é que esses também são os produtos mais rentáveis.
Com isso, a expectativa para o lucro do maior banco privado brasileiro é de R$ 4,745 bilhões, uma alta de 12,8% na comparação com o segundo trimestre — a menor entre os bancões. O Itaú divulga o balanço no dia 3 de novembro, após o fechamento da bolsa.
Para os analistas do UBS BB, o banco deve sofrer a maior pressão na margem financeira, a linha do balanço que contabiliza as receitas dos bancos com a concessão de crédito menos os custos de captação.
Ainda assim, as ações do Itaú (ITUB4) são as favoritas do setor para os analistas. No ano, os papéis acumulam queda da ordem de 30%.
Além dos resultados, os investidores vão acompanhar de perto as movimentações em torno da sucessão no banco. Candido Bracher, o atual presidente, completa em dezembro 62 anos, idade-limite do estatuto para que um executivo permaneça no comando da instituição.
Banco do Brasil em transição
Por falar em mudança no comando, o Banco do Brasil tem novo presidente com a confirmação de André Brandão, ex-HSBC, no mês passado.
Ele deve ser questionado sobre os rumos do banco no atual cenário de pressão competitiva que vive o setor. O BB adotou a estratégia de separar e buscar sócios para algumas áreas de negócio.
Depois do IPO da unidade de seguros, com a criação da BB Seguridade, a instituição fechou uma parceria com o UBS em banco de investimento. O mercado aguarda que um movimento semelhante ocorra com a área de gestão de fundos, a BB DTVM.
O Banco do Brasil divulga os resultados do terceiro trimestre no dia 5 de novembro, antes da abertura da bolsa. Pela estimativa média dos analistas, o banco deve ter lucro de R$ 3,735 bilhões, o que representa uma alta de 16,4% no trimestre e uma redução de 12,2% na comparação anual.
“Esperamos uma inadimplência menor e possível recuperação mais rápida que o mercado”, escreveram os analistas da XP Investimentos, em relatório.

Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
Dividendos e bonificação em ações: o anúncio de mais de R$ 1 bilhão da Klabin (KLBN11)
A bonificação será de 1%, terá como data-base 17 de dezembro e não dará direito aos dividendos anunciados
Dividendos e recompra de ações: a saída bilionária da Lojas Renner (LREN3) para dar mais retorno aos acionistas
A varejista apresentou um plano de proventos até 2030, mas nesta segunda-feira (8) divulgou uma distribuição para os acionistas; confira os prazos
Vale (VALE3) é a ação preferida dos investidores de commodities. Por que a mineradora não é mais a principal escolha do UBS BB?
Enquanto o banco suíço prefere outro papel no setor de mineração, Itaú BBA e BB-BI reafirmam a recomendação de compra para a Vale; entenda os motivos de cada um
Cemig (CMIG4) ganha sinal verde da Justiça de Minas para a venda de usinas
A decisão de primeira instância havia travado inclusive o contrato decorrente do leilão realizado em 5 de dezembro de 2024
Nubank (NU/ROXO34) pode subir cerca de 20% em 2026, diz BB Investimentos: veja por que banco está mais otimista com a ação
“Em nossa visão o Nubank combina crescimento acelerado com rentabilidade robusta, algo raro no setor, com diversificação de receitas, expansão geográfica promissora e a capacidade de escalar com custos mínimos sustentando nossa visão positiva”, escreve o BB Investimentos.
“Selic em 15% não tem cabimento”, diz Luiza Trajano. Presidente e CEO do Magazine Luiza (MGLU3) criticam travas ao varejo com juros nas alturas
Em evento com jornalistas nesta segunda-feira (8), a empresária Luiza Trajano voltou a pressionar pela queda da Selic, enquanto o CEO Frederico Trajano revelou as perspectivas para os juros e para a economia em 2026
IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira
Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
