A instabilidade nos sistemas provocada pelo cadastro dos clientes pode ser o menor dos problemas dos bancos com o PIX, o sistema de transferências instantâneas do Banco Central.
Pelas estimativas da Moody's, a plataforma que permitirá aos brasileiros fazerem pagamentos e transferências com custo zero pode tirar até 8% das receitas com a cobrança de tarifas dos bancos. A entrada em operação do PIX está prevista para novembro, mas o cadastro já começou.
A perda dependerá do quanto cada instituição recebe hoje por tarifas com transferência. Pelos cálculos da Moody's, os bancos faturam hoje até R$ 10,2 bilhões com a cobrança da TED, considerando um valor médio de R$ 10 por transação.
Além das transferências, os bancos ganham hoje com o processamento de pagamentos no cartão com a cobrança de valores dos comerciantes por transação.
“Essas tarifas serão pressionadas à medida que o PIX se torne um substituto para o uso do cartão de débito”, escreveu a Moody's, em relatório assinado pelo analista Farooq Khan.
O aumento da concorrência, o avanço da tecnologia e as perdas no crédito com a crise provocada pela pandemia do coronavírus colocam imensa pressão sobre os bancos.
Não por acaso, as ações de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander acumulam uma queda entre 36% e 41% no ano, contra uma queda de 17,4% do Ibovespa no mesmo período.