O PIB cai e a bolsa dispara. Faz sentido?
					No ano de 2003, quando eu ainda dava os meus primeiros passos na cobertura econômica, o Ibovespa registrou uma valorização estupenda de quase 100%. Pé quente ou sorte de principante?
Seja como for, a euforia dos investidores me intrigava por revelar um claro contraste com a situação da economia, que teve uma queda de 0,2% naquele ano — o número seria revisado para cima depois.
Se não me falha a memória, foi nesse momento que ouvi pela primeira vez de um analista a expressão “Bolsa não é PIB”.
Como assim? Se o desempenho das ações está ligado diretamente aos resultados das empresas, como elas podem subir quando o resto da economia vai mal?
Se voltarmos ainda mais ao passado, percebemos que o contrário também pode acontecer. Os anos do chamado “milagre econômico” da ditadura militar estão entre os de pior desempenho do Ibovespa.
Existem várias explicações para o descasamento entre a bolsa e o PIB. Uma delas é a de que o mercado de ações representa apenas uma parte da economia, formada pelas maiores empresas do país.
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Num quadro de recessão aguda como o que vivemos, essas companhias em tese têm melhores condições de resistir ao baque do que as menores. O que, no limite, pode diminuir a concorrência e ser benéfico para elas.
Em proporções bem diferentes, o fenômeno “PIB cai, bolsa sobe” se repetiu nesta terça-feira. O Ibovespa praticamente não tomou conhecimento da contração recorde de 9,7% sofrida pela economia brasileira no segundo trimestre deste ano e marcou uma forte alta de 2,82%.
O Kaype Abreu foi atrás de analistas e agentes financeiros e traz para você cinco pontos que animaram o mercado financeiro mesmo com os dados mostrando a economia na lona.
MERCADOS
• “La garantía soy yo”. A promessa do governo de que conseguirá manter de pé o teto de gastos e ainda avançar nos projetos de reforma ajudou a impulsionar os mercados. Além da forte alta da bolsa, o dólar fechou em queda expressiva.
ECONOMIA
• Paulo Guedes disse que a queda recorde do PIB divulgada hoje pelo IBGE é consequência do “impacto do raio que caiu” com a pandemia do coronavírus. O ministro novamente adotou tom otimista e disse que o Brasil está “decolando em V”.
• Ao lado de Guedes e de líderes do Centrão, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende encaminhar a proposta de reforma administrativa ainda nesta semana. As novas regras alcançarão só futuros servidores.
•O auxílio emergencial foi prorrogado até o fim de 2020, mas pela metade do valor, de R$ 300. O programa criado em abril é voltado para trabalhadores informais que ficaram sem renda em consequência da crise do coronavírus.
EMPRESAS
• A Stone cedeu às críticas do mercado e fez uma nova oferta para incorporar a Linx, empresa de tecnologia para o varejo, oferecendo agora R$ 6,28 bilhões. Mas não resolveu o ponto mais polêmico da transação.
• A incorporadora Lavvi exagerou nas expectativas — e teve de fixar em R$ 9,50 o preço por ação no IPO da empresa. O preço ficou abaixo da faixa indicativa, e a demanda fraca ainda teria forçado a controladora Cyrela a entrar como compradora na oferta.
• Enquanto isso, a Oi se movimenta para vender mais partes de seu negócio. A companhia, em recuperação judicial, iniciou um processo de prospecção para a venda do seu negócio de TV por assinatura por satélite.
COLUNISTAS
• Pantera Negra revolucionou os quadrinhos como o primeiro super-herói de ascendência africana. Enquanto isso, na bolsa temos outra revolução com a entrada em massa de novos investidores. Na coluna de hoje, o Felipe Miranda traz recomendações valiosas aos “panteras negras” do mercado. Vale a leitura!
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