Bolsa fecha em alta forte e dólar cai com compromisso com teto de gastos e reforma
Prorrogação do auxílio emergencial, encaminhamento da reforma administrativa e reafirmação de compromisso com teto e reformas agradaram os investidores hoje
O governo ofereceu hoje um fio de bigode como garantia de que o teto de gastos será cumprido e as reformas de interesse dos agentes do mercado serão realizadas nos próximos meses. Aproveitando o espaço deixado pela forte queda do Ibovespa na véspera, os investidores aceitaram a garantia, entraram no embalo e fizeram com que a bolsa subisse com vigor e o dólar retomasse por aqui a tendência de queda observada no exterior.
Isto em um dia no qual veio a confirmação de que a economia brasileira entrou em recessão técnica, com o produto interno bruto (PIB) brasileiro registrando a maior queda trimestral desde o início da atual série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 1996.
O voto de confiança dos investidores no governo deriva da expectativa de uma recuperação econômica mais rápida do que anteriormente se esperava e da promessa de entregar reformas que ainda passarão pela intermediação do Congresso Nacional, entre outros aspectos.
Também é fato que a queda acentuada do PIB já era esperada, mas o esforço para trocar o disco e dourar a pílula foi evidente.
Pela manhã, durante entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro confirmou a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro no valor de R$ 300 por mês, metade do que foi pago até agosto. A prorrogação será efetuada por meio de medida provisória.
Bolsonaro também afirmou que o texto da reforma administrativa será encaminhado ao Congresso na quinta-feira. Ele ressaltou que essa reforma atingirá apenas os futuros servidores públicos.
Leia Também
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou a ocasião para reiterar o comprometimento do governo com o teto de gastos e as reformas apoiadas pelo mercado. Guedes alegou ainda que o tombo no segundo trimestre foi "impacto do raio que caiu em abril" e que a economia nacional terá uma recuperação em 'V'.
Foi o suficiente para abrir o apetite por risco e desatar um rali generalizado que levou o Ibovespa a fechar em alta de 2,82%, aos 102.167,65 pontos, próximo das máximas da sessão.
“A queda de ontem foi muito exagerada, então em algum momento haveria um ajuste técnico”, observou Pedro Galdi, analista de mercado da Mirae Asset. “Agora tivemos a apresentação do orçamento, a prorrogação do auxílio, o governo se comprometendo na questão fiscal, tudo isso contribuindo para este ajuste.”
De fora, a bolsa brasileira contou com o suporte da alta em Nova York depois de o índice ISM de atividade industrial ter vindo melhor que o esperado em agosto. Com isso, os índices Nasdaq e S&P-500 mantiveram a rotina recente de quebrar recordes de fechamento.
Confira a seguir quais foram as maiores altas e baixas do dia entre as empresas listas no Ibovespa.
MAIORES ALTAS
Hering ON (HGTX3) +9,02%
Hapvida ON (HAPV3) +6,58%
Ultrapar ON (UGPA3) +6,22%
Multiplan ON (MULT3) +6,00%
Iguatemi ON (IGTA3) +5,58%
MAIORES BAIXAS
Marfrig ON (MRFG3) -3,37%
IRB Brasil ON (IRBR3) -2,24%
Cosan ON (CSAN3) -1,87%
Minerva ON (BEEF3) -1,38%
JBS ON (JBSS3) -0,62%
Auxílio emergencial melhora perspectiva para o PIB
“O total do programa deve adicionar cerca de R$ 100 bilhões até o final do ano”, observou André Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora, ao comentar a prorrogação do auxílio emergencial.
“Levando em conta que o PIB acumulado nos últimos quatro trimestres foi de R$ 7,2 trilhões, isto significa uma adição de 1,4% no PIB até o fim de 2020. Isto deve ajudar na revisão do PIB de 2020”, afirmou Perfeito.
Como contraponto, apesar do bom desempenho da bolsa hoje, Galdi pontuou que a proposta orçamentária do governo para 2021, por exemplo, não contempla gastos com o Renda Brasil.
“Isso provavelmente vai entrar em pauta durante as discussões no Congresso e, quando isso acontecer, pode ter um novo ajuste para baixo por causa disso”, advertiu.
Medidas ofuscam pior leitura do PIB na história
A prorrogação do auxílio e o encaminhamento da reforma administrativa ofuscaram os números ruins do produto interno bruto brasileiro (PIB) no segundo trimestre.
A economia brasileira registrou um tombo de 9,7% no segundo trimestre de 2020, na comparação com os três primeiros meses do ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Trata-se da segunda queda trimestral seguida - o que confirma a entrada do País em recessão técnica - e do pior resultado para a economia brasileira desde o início da série histórica do IBGE, em 1996. Os dados refletem o impacto da pandemia da covid-19 na atividade.
Dólar e juro
O dólar operou em queda em relação ao real do início ao fim do pregão, devolvendo a alta da véspera em meio à depreciação generalizada da moeda norte-americana nos mercados internacionais.
Pedro Galdi, da Mirae Asset, observa que o mercado de câmbio também passou por um movimento exagerado ontem. “Lá fora, desde que o Fed anunciou mudanças na semana passada, a tendência é de desvalorização do dólar. Como o real apanhou muito recentemente, esse ajuste é natural”, conclui ele.
Ao fim da sessão, a moeda norte-americana era cotada a R$ 5,3852 (-1,74%).
Já os contratos de juros futuros abriram em alta repercutindo temores fiscais, mas passaram a cair depois da coletiva de Bolsonaro e assim permaneceram até o fim da sessão.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,840% para 2,790%;
- Janeiro/2023: de 4,040% para 3,960%;
- Janeiro/2025: de 5,880% para 5,770%;
- Janeiro/2027: de 6,850% para 6,740%.
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados