A versão apimentada do método 60/40, a estratégia simples e eficiente para a sua aposentadoria Fire
Parte fundamental ao importamos conceitos vencedores é saber traduzi-los para o nosso ambiente de negócios.
Olá, seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre Aposentadoria FIRE® (Financial Independence, Retire Early).
Há duas semanas que tenho escrito sobre o método 60/40. Uma estratégia simples, fácil de você implementar sozinho e com excelentes resultados em longo prazo.
Na primeira coluna sobre o tema, expliquei como você pode montar sozinho a sua carteira previdenciária, com apenas três ativos diferentes.
Na semana passada, nos aprofundamos. Analisei os pontos fortes e fracos desse método, a que tipo de investidor ele melhor se adapta e comparei seu histórico com outras estratégias mais caras e complexas, mas que raramente entregam resultados superiores em longo prazo.
Hoje, vou concluir essa série de textos (semana que vem, passaremos para outros assuntos relevantes!).
Como quem vive de passado é museu, vou analisar onde estamos e para onde vamos em termos do método 60/40: as principais adequações pelas quais o método passará nos próximos anos.
Leia Também
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Mudança de paradigma
Nessa semana, Ray Dalio - gestor da famosa Bridgewater Associates - palestrou na Expert.
Para quem não o conhece, Dalio é um dos investidores mais respeitados do mundo. Seus fundos batem o mercado com consistência há décadas.
É aquele negócio: uma vez é sorte; duas é muita sorte; vinte vezes não há sorte que explique.
Há muito tempo Ray Dalio defende que o mercado passa naturalmente por sucessivas “mudanças de paradigma”.
Não é um calendário perfeito, com ritmo circadiano, mas os melhores investimentos dos últimos 10 anos dificilmente se provam os melhores investimentos dos próximos 10.
Existem exceções, é claro. Mas neste caso, as exceções parecem confirmar ainda mais a regra.
Pela sua humildade, o método 60/40 - em que investimos 60% do capital em ações e 40% em renda fixa - sempre navegou bem pelas mudanças de paradigma.
Em anos terríveis para os 60% da estratégia alocados em ações, a fatia de 40% em renda fixa ajudava a segurar a onda.
Da mesma maneira, em anos de retornos gigantescos para as ações, a renda fixa fazia o equilíbrio com uma performance mais sóbria, mantendo no chão os pés do investidor.
Em períodos atípicos, como 1970-1979, a estratégia pode até entregar retornos similares nas duas pontas.
Fato é: o método 60/40 sempre foi uma abordagem ponderada. Essa mesma ponderação, porém, pode estar em risco.
E como muda o paradigma?
Uma corrente de investidores adeptos do método 60/40 argumenta que não é mais sustentável manter uma fatia de 40% em renda fixa.
Nos EUA, um título público com vencimento em 10 anos paga hoje apenas 0,6% ao ano. Nos Japão e nos principais países europeus a dinâmica é a mesma.
Como o banco central dos EUA, o Fed, mantém uma meta de inflação em 2% ao ano, na prática os títulos de longo prazo apresentam hoje retornos reais negativos.
Daí a insatisfação dos adeptos do método: 40% do portfólio muito provavelmente entregará retornos ruins nos próximos 10 anos.
A solução? Adaptar o método para uma abordagem 80/20. Ou seja, 80% alocado em ETFs de ações, 20% apenas em ETFs de renda fixa.
Método tropical
Parte fundamental ao importamos conceitos vencedores é saber traduzi-los para o nosso ambiente de negócios.
Faço isso através do gráfico abaixo, em que comparo os juros de 10 anos nos EUA e no Brasil.
Depois de 2014 - em que os juros por aqui foram a patamares obscenos - o Brasil passou a acompanhar o restante do mundo, com uma queda significativa dos juros.
Parte dessa queda foi por mérito próprio, como a aprovação do teto de gastos do setor público, as reformas trabalhista e previdenciária, e a melhora de governança nas principais empresas públicas nacionais.
Ainda assim, a diferença entre os juros tupiniquins e americanos é enorme.
Além disso, somos um país em desenvolvimento, com desafios claros de crescimento à nossa frente. Qualquer comparação com os EUA, por exemplo, precisa ser feita sob um olhar extremamente crítico.
Por isso, e considerando todo o cenário de incertezas que temos à frente com o coronavírus, acredito ser precipitado adotar o 80/20 para o Brasil, sem antes nos aproveitarmos da matriz de risco e retorno ainda favorável no tradicional e tão eficaz 60/40.
É isso que eu e o Rodolfo Amstalden temos feito no Empiricus FIRE®.
Seguimos o clássico 60/40, com algumas ideias mais apimentadas de ações com alto potencial de valorização nos próximos anos para compensar os retornos magros que podem vir da renda fixa.
Na prática, acaba sendo um pouco mais elaborado que aqueles simples três ativos que eu mencionei nos textos passados. Ainda assim, preservamos a essência da coisa, mantendo custos baixos e uma alocação majoritariamente mecânica.
Na última terça-feira por exemplo, sugerimos uma ação com alto potencial de multiplicação caso a economia local comece a realmente acelerar neste segundo semestre. Destrave seu acesso aqui para conhecer a ação e começar a implementar a sua estratégia 60/40 turbinada.
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento