Coletiva de Trump e espera pelo PIB do 1º trimestre trazem cautela ao mercado nesta sexta-feira
A escalada de tensão entre Estados Unidos e China volta ao primeiro plano, com o clima de cautela generalizado nos mercados globais. No Brasil, clima político tenso e números do PIB devem ditar o ritmo dos negócios.

O último pregão de maio chegou e com ele mais um dia recheado de cautela tanto no cenário global como no doméstico.
Por aqui, os investidores aguardam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que ainda deve refletir pouco os estragos deixados pelo coronavírus, mas que mesmo assim pode anotar a pior queda para o período em 11 anos. O cenário político local também continua tenso, com tensão elevada entre o governo Bolsonaro e o STF.
No exterior, Donald Trump dá as cartas. É esperado para hoje uma coletiva em que o presidente americano deve anunciar medidas contra a China, em retaliação ao projeto de lei de segurança nacional proposto pelo país asiático à Hong Kong.
Estrela do dia
Nesta sexta-feira, o mercado aguarda ansiosamente os números do PIB do 1º trimestre, às 9 horas, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O esperado é que o número ainda traga muito pouco do estrago causado pela pandemia do coronavírus na economia, mas, ainda assim, tenhamos o pior número para o período em 11 anos.
Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, a estimativa média é de uma queda de 1,57%, em comparação ao quarto trimestre de 2019. Na pesquisa feita pela Broadcast, analistas demonstram tendência semelhante, com as apostas variando de -2,80% a -0,50%, em uma média de queda de 1,5%.
Leia Também
Em maio, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma 'prévia' do Produto Interno Bruto, apontou um queda de 1,95% no 1º trimestre do ano.
O esperado é que os números do segundo trimestre sejam os mais afetados pela pandemia.
Vale lembrar que o mercado já prevê uma queda de 5,98% no PIB em 2020, segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, com algumas instituições indicando uma retração superior a 7%. O governo projeta uma queda de 4,7% no PIB para o ano.
Fechou o tempo
Depois de alguns dias de alívio, o clima político em Brasília voltou a pesar nos negócios locais.
Novas tensões surgiram na capital federal, envolvendo um embate direto entre o governo, aliados de Jair Bolsonaro e o STF, após a operação da Polícia Federal que visou apoiadores do presidente.
A ação deflagrada na última quarta-feira, faz parte da investigação contra o financiamento e divulgação de fake news. O resultado imediato foi que o presidente e seus aliados elevaram o tom contra os ministros do Supremo Tribunal Federal, aumentando a percepção de risco político.
O maior ato de desafio foi o pedido de habeas corpus feito pelo ministro da Justiça em favor do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que foi chamado para explicar suas declarações feitas na reunião ministerial do dia 22 de abril.
A piora do clima político apagou o alívio observado nos mercados brasileiros nos últimos dias, com os investidores correndo para realizar os lucros. Além disso, uma piora do quadro no exterior também acelerou a virada de tempo por aqui.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou o dia com queda de 1,13%, aos 86.949,09 pontos. O dólar teve alta expressiva de 1,97%, indo a R$ 5,3832.
Crise na saúde
Enquanto os ruídos políticos continuam em primeiro plano, os números da pandemia seguem crescendo no país.
O Brasil já tem 26.754 mortos e mais de 438 mil casos confirmados. Ontem, foi o terceiro dia consecutivo com mais de mil mortes registradas. São Paulo segue sendo o epicentro da doença.
Retaliações
As bolsas americanas terminaram o dia no negativo, em uma virada de última hora.
A razão foi uma reação cautelosa à notícia de que Donald Trump dará uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, podendo anunciar novas medidas contra a China.
Os dois países vêm protagonizando uma nova onda de conflitos nas últimas semanas, envolvendo a origem do coronavírus, preocupações com o pacto comercial e, mais recentemente, a autonomia de Hong Kong.
A China quer elaborar uma nova lei de segurança nacional para a ilha, um dos principais centros financeiros do mundo. Na visão do governo americano, a proposta irá prejudicar a autonomia da região. Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália soltaram uma declaração conjunta condenando o ato chinês e declarando que o país estará descumprindo uma série de acordos internacionais se seguir com o plano.
Enquanto a maior parte das bolsas asiáticas fecharam em queda, na China os índices Xangai Composto e o Shenzhen Composto avançaram, de olho nas possíveis novas medidas de estímulos econômicos. O primeiro-ministor do país, Li Keqiang, disse que o governo ainda tem espaço para mexer em suas políticas ficais e monetária caso seja necessário.
Em compasso de espera pela fala de Trump, as bolsas europeias operam em baixa e os investidores refletem os últimos dados divulgados no continente - a revisão do PIB italiano no primeiro trimestre mostrou uma contração maios, de 5,3%. Na França, país que já entrou em recessão técnica, a queda também foi de 5,3%, número menor do que o da primeira leitura.
Nos Estados Unidos, a aversão ao risco também impera, com os índices futuros operando em baixa nesta manhã. No país, as ações das gigantes das redes sociais, como Facebook e Twitter, sofreram com o decreto de Trump que limita a proteção dada à essas empresas pela lei federal.
Agenda
Além da aguardada coletiva e do número do PIB brasileiro do primeiro trimestre, a sexta-feira tem mais alguns indicadores econômicos nos Estados Unidos, como o índice de sentimento do consumidor (11h).
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, também fala em webinar da Princeton Economics.
Fique de olho
- Braskem reduziu sua meta de investimentos prevista para 2020. O número agora é de R$ 600 milhões.
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos
JBS (JBSS3) aprova assembleia para votar dupla listagem na bolsa de Nova York e prevê negociações em junho; confira os próximos passos
A listagem na bolsa de valores de Nova York daria à JBS acesso a uma base mais ampla de investidores. O processo ocorre há alguns anos, mas ainda restam algumas etapas pela frente
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Como declarar fiagros e fundos imobiliários (FIIs) no imposto de renda 2025
Fundos imobiliários e fiagros têm cotas negociadas em bolsa, sendo tributados e declarados de formas bem parecidas