O mercado financeiro reduziu a projeção para a economia brasileira em 2020, segundo a edição do Focus, do Banco Central, desta segunda-feira (25). A publicação reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras do país.
A estimativa, que na semana passada era de queda de 5,12% do Produto Interno Bruto (PIB), foi alterada para um tombo de 5,89% — reiterando o pessimismo do mercado financeiro em meio à crise do novo coronavírus. Um mês atrás a expectativa quera de baixa de 3,34%.
O governo federal também espera uma queda do PIB, de 4,7%, segundo projeção do Ministério da Economia divulgada no último dia 13. No ano passado, o PIB brasileiro avançou apenas 1,1%.
Inflação, dólar e Selic
O Focus também mostra uma redução de estimativa para a inflação medida pelo IPCA, de 1,59% para 1,57%. Um mês atrás a projeção estava em 2,20%, já quando a crise havia começado.
O coronavírus derrubou a demanda: o Brasil registrou deflação de 0,31% em abril, segundo o IBGE. Em 12 meses, a inflação avançou 2,40%.
O país deve registrar ao final deste ano inflação abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% neste ano. O IPCA pode oscilar entre 2,5% e 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
O horizonte de inflação baixa foi uma das razões para o Banco Central reduzir a Selic, a taxa básica de juros, para 3% ao ano. Segundo o Focus, ao final de 2020 o indicador chegará a 2,5%.
Ainda de acordo com a publicação, o dólar deve terminar 2020 a R$ 5,40 — na semana passada a estimativa era de R$ 5,28. Na sexta-feira, a moeda fechou cotada a R$ 5,57.