Novo pacote de estímulos e reabertura econômica na Europa animam os negócios
Otimismo externo deve impulsionar o Ibovespa em dia de dados do Caged e cenário político incerto

Em meio à tensão renovada entre Estados Unidos e China - com declarações do presidente americano Donald Trump afirmando que estuda medidas mais duras contra o país asiático -, os mercados acionários globais começam o dia embalados pelo otimismo.
As principais razões seguem sendo a reabertura gradual de alguns país e o avanço nos estudos de uma vacina para o coronavírus. Além disso, é esperado para hoje o anúncio de um pacote bilionário de estímulo na União Europeia. Na agenda de divulgações, o destaque fica com o Livro Bege do Federal Reserve, nos EUA.
No Brasil, o clima político mais ameno levou o dólar a se afastar ainda mais da marca dos R$ 6. Está previsto para hoje a sanção do presidente ao auxílio emergencial para Estados e municípios - com o aguardado veto ao reajuste do funcionalismo público até 2021. Além disso, teremos os primeiros dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) desde janeiro.
Descompressão
O dólar segue sendo o destaque do ano. Não estamos falando de nenhum recorde de fechamento, mas do movimento contrário realizado pela moeda americana.
Após atingir a marca de R$ 5,97 no dia 14 de maio, a moeda atingiu ontem a cotaçã de R$ 5,3578, em baixa de 1,83%. O dólar zerou os ganhos no mês e agora já aparece no campo negativo.
O processo de alívio no câmbio é resultado de uma soma de fatores. Em primeiro lugar, o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril não teve o efeito devastador esperado, o que diminuiu a percepção de risco político em Brasília. Lá fora, também tivemos uma melhora no ambiente de negócios, com os investidores animados com os avanços de uma nova vacina para o coronavírus e os processos de eabertura econômica de países que já ultrapassaram o pico da doença.
Leia Também
Embora as bolsas americanas tenham fechado o dia em alta firme, o Ibovespa, que operou grande parte do dia no positivo, acabou fechando o dia em leve queda de 0,23%, aos 85.468,91 pontos, após um movimento de realização dos lucros recentes.
É hoje?
Após duas semanas de espera, o presidente Jair Bolsonaro deve finalmente sancionar o projeto de socorro aos estados e vetar o reajuste ao funcionalismo público até 2021.
Nessa janela de tempo, diversos estados já anunciaram reajustes e novas contratações. O presidente aguardava a aprovação da MP, que promove reajustes e convocações para policiais e bombeiros do Distrito Federal, que possuem a folha de pagamento paga pela União.
Boletim médico
Os investidores monitoram a situação da pandemia no país. Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o Brasil foi o país responsável pelo maior número de mortos em apenas 24 horas: 1.039.
Mesmo com o aparente descontrole no número de casos e mortos, o presidente voltou a se colocar contra o isolamento social. O país tem 391 mil casos confirmados e 24,5 mil mortos.
O destaque hoje vai para a coletiva do governador João Doria, em São Paulo. Doria deve anunciar as medidas de quarentena seletiva que serão empregadas após o dia 1º de junho. Na capital, a expectativa é grande para saber se medidas mais duras de isolamento serão anunciadas.
Novo foco de conflito?
A operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades na construção de hospitais de campanha no Rio se Janeiro, e que teve como alvo o governador do Rio Wilson Witzel, pode colaborar para uma piora no recém conquistado ambiente de paz entre Jair Bolsonaro e os governadores.
O movimento levanta dúvidas se as investigações terão como objeto apenas adversários políticos do presidente e pode comprometer o entendimento selado entre as partes na semana passada.
Tensão constante
Após um dia de alívio com a perspectivas de reabertura econômica nos países europeus e pautado pela esperança no surgimento de uma vacina ou tratamento para o coronavírus, a tensão entre Estados Unidos e China volta a ficar em primeiro plano.
Na semana passada, a China ameaçou impor uma nova lei de segurança nacional em Hong Kong, que entre outras coisas teria commo objetivo diminuir a influência estrangeira na ilha. Desde então, os Estados Unidos ameaçam retaliar o gigante asiático se o país for adiante com o plano.
Ontem, o presidente Donald Trump afirmou que discutirá possíveis sanções à China nos próximos dias e um anúncio deve ser feito até o fim de semena. Dentre as medidas estudadas está o controle sobre transações e o congelamento de ativos de autoridades e empresas chinesas.
Com algumas praças se apoiando nas medidas de relaxamento impostas na região - como a decretada no começo da semana no Japão -, algumas bolsas asiáticas fecharam em alta, configurando um pregão misto no continente.
Pacote de socorro
Na Europa, o dia começa com os principais índices em alta. Parte do bom humor também se dá pela reabertura de alguns países europeus, após um longo período de isolamento social.
Mas outro assunto também é destaque positivo para os negócios no continente: o aguardado pacote de estímulos da Comissão Europeia, braço executivo da UE.
O fundo deve ser anunciado pela presidente do bloco, Ursula von der Leyen, com o intuito de combater os efeitos do coronavírus na região. A expectativa é que o projeto aprovado seja o proposto pela França e Alemanha - um fundo pan-europeu de 500 bilhões de euros.
Ainda que o cenário seja positivo no velho continente, as tensões entre Estados Unidos e China limitam os ganhos na região.
Nos Estados Unidos, os índices futuros também amanhecem em alta firme.
Agenda
Nesta quarta-feira (27), temos a sondagem da Indústria de maio (10h). Em destaque está a divulgação dos dados de emprego pelo Caged (10h) - a última divulgação havia sido feita em janeiro. Os números devem trazer o impacto da pandemia no mercado formal.
Nos Estados Unidos o destaque do dia é a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve, às 15h.
Balanço
O Iguatemi divulgou os seus números na noite de ontem. Segundo a companhia, o lucro líquido teve uma queda de 77,5%, a R$ 12,453 milhões no primeiro trimestre. A receita líquida foi de R$ 156,795, um recuo de 9,4%. A empresa também divulgou o cancelamento do guidance de margem, investimento e receita para 2020.
Fique de olho
- Centauro divulgou que realizará nova oferta de ações. A medida deve movimentar cerca de R$ 928,8 milhões.
- Marfrig, em parceria com a trading agrícola ADM, firmou uma joint venture de carnes vegetais nos Estados Unidos, chamada PlantPlus Food.
- Justiça liberou Joesley Batista para voltar ao trabalho no grupo J&F, após três anos de afastamento.
- CVM abriu dois inquéritos para aberiguar as acusações feitas pela Squadra contra o IRB.
- Guararapes anunciou que tem o direito de receber R$ 140,862 milhões em créditos tributários referentes à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins.
- C&A reservou R$ 162 milhões em dividendos para reserva especial durante a pandemia.
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos
JBS (JBSS3) aprova assembleia para votar dupla listagem na bolsa de Nova York e prevê negociações em junho; confira os próximos passos
A listagem na bolsa de valores de Nova York daria à JBS acesso a uma base mais ampla de investidores. O processo ocorre há alguns anos, mas ainda restam algumas etapas pela frente