R$ 4,39: dólar sobe pelo quarto dia e quebra mais recordes; Ibovespa cai mais de 1%
O mercado de câmbio continuou pressionado pelo coronavírus e pela fraqueza da economia doméstica. Nesse cenário, o dólar à vista ficou a um triz de bater os R$ 4,40, enquanto o Ibovespa devolve os ganhos da sessão anterior
O mercado de câmbio continuou pressionado nesta quinta-feira (20), dando sequência à onda dos últimos dias. O dólar à vista passou o dia em alta, fechando a R$ 4,39 e, com isso, renovando as máximas nominais, tanto em termos intradiários quanto de encerramento.
No momento de maior estresse, a moeda americana chegou a tocar os R$ 4,3981 (+0,74%) — ao fim do dia, a tensão diminuiu um pouco e o dólar à vista terminou a R$ 4,3912, em alta de 0,59%. Somente nesta semana, a divisa acumula ganhos de 2,11%.
O Ibovespa também passa por apuros nesta quinta-feira. Por volta de 17h20, o índice recuava 1,59%, aos 114.662,59 pontos. A bolsa brasileira acompanha a cautela vista lá fora: nos EUA, o Dow Jones (-0,58%), o S&P 500 (-0,54%) e o Nasdaq (-0,88%) caem em bloco.
Tanto no Brasil quanto no exterior, os investidores assumem uma postura mais defensiva nesta quinta-feira. Lá fora, o coronavírus volta a assombrar os mercados, em meio à leitura de que a economia mundial sofrerá algum tipo de desaceleração por causa da doença.
Mais cedo, a agência de classificação de risco Moody's reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) chinês, de 5,8% para 5,2% em 2020, em meio ao surto — estimativa que, consequentemente, afeta as perspectivas para o crescimento global.
Assim, os mercados acionários mundiais ficam sem forças para dar continuidade ao movimento de recuperação visto ontem. No câmbio, esse tom mais prudente se traduz numa busca por dólares em detrimento de ativos mais arriscados, como as moedas de países emergentes.
Leia Também
Assim, a sessão é marcada pela valorização da divisa americana em relação ao real e seus pares, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano, o rand sul-africano e o peso chileno, entre outros — um sinal de aumento na aversão ao risco.
BC segue quieto
Mesmo com o dólar à vista buscando novas máximas e se aproximando da faixa de R$ 4,40, o Banco Central (BC) continuou sem promover novas atuações no mercado de câmbio. Na semana passada, a autoridade promoveu um leilão extraordinário de swap, no montante de US$ 1 bilhão, quando a divisa chegou a R$ 4,38.
Mas, mesmo com o dólar ultrapassando esse patamar, o BC ainda não deu qualquer sinal de que irá se mexer para aliviar a pressão cambial — o que, de certa maneira, trouxe alguma ansiedade aos investidores, que ainda tentam encontrar o possível "limite de resistência" por parte do Banco Central.
Cautela doméstica
Por aqui, dados divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a percepção de lenta recuperação da economia e aumentam as apostas num novo corte na Selic. O IPCA-15 desacelerou para 0,22% em fevereiro — menor nível para o mês desde 1994.
Mas, em meio à disparada do dólar rumo aos R$ 4,40, nem mesmo a leitura de que há espaço para mais reduções na Selic foi capaz de colocar as curvas de juros em baixa. A tendência hoje foi de abertura nos DIs, tanto os curtos quanto os longos.
Veja abaixo como ficaram as principais curvas nesta quinta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,19% para 4,20%;
- Janeiro/2022: de 4,65% para 4,67%;
- Janeiro/2023: de 5,20% para 5,22%;
- Janeiro/2025: de 5,97% para 6,00%;
- Janeiro/2027: de 6,37% para 6,41%.
Segundo o consultor de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a percepção de que as reformas em Brasília podem progredir de maneira lenta este ano também aumenta a aversão ao risco. "O fato de estarmos às vésperas de um feriado prolongado também não ajuda", diz.
O cenário político doméstico é outro ponto de estresse para os mercados. Declarações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, acusando o Congresso de estar "acuando" o governo, geraram mal estar em Brasília e voltam a acender dúvidas quanto à articulação política da administração Bolsonaro.
Balanços em foco
No front corporativo, a temporada de balanços do quarto trimestre continua movimentando o Ibovespa. Em primeiro plano, aparece o lucro de R$ 40,1 bilhões reportado pela Petrobras em 2019, uma alta de 55,7% ante 2018 — foi o maior ganho anual já reportado pela estatal.
Apesar disso, o cenário de maior preocupação entre os investidores impede uma reação positiva das ações: no momento, os papéis ON (PETR3) caem 2,52%, enquanto os PNs (PETR4) recuam 1,93%.
Ultrapar PN (UGPA4), por outro lado, tem forte baixa de 7,33% após divulgar uma queda de 61% no lucro líquido de 2019 em relação ao ano anterior, para R$ 440 milhões. Outro papel que reage mal é GPA PN (PCAR4), com perda de 7,12%, com o mercado decepcionado com os dados do setor de multivarejo.
Raia Drogasil ON (RADL3), com baixa de 1,33%; Marfrig ON (MRFG3), com queda de 0,80%; Fleury ON (FLRY3), desvalorizando 2,44%; e Gol PN (GOLL4), com perda de 4,54%, são outras empresas que reportaram seus números trimestrais recentemente — veja aqui um resumo dos balanços.
Top 5
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
- Embraer ON (EMBR3): +3,26%
- MRV ON (MRVE3): +1,67%
- Ambev ON (ABEV3): +0,93%
- Suzano ON (SUZB3): +0,55%
- Cyrela ON (CYRE3): +0,51%
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
- Ultrapar ON (UGPA3): -7,33%
- GPA PN (PCAR4): -7,12%
- Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4): -6,41%
- IRB ON (IRBR3): -6,22%
- Gol PN (GOLL4): -4,54%
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3

