Lucro da Petrobras salta 55,7% em 2019 e chega a R$ 40,1 bilhões, impulsionado pela venda de ativos
A Petrobras fechou 2019 com o maior lucro líquido anual de sua história, sustentada pelos fortes desinvestimentos e ganhos de eficiência na extração de petróleo — fatores que compensaram os menores preços da commodity no exterior

Desde o início da gestão Roberto Castello Branco, a Petrobras deixou claro que tinha dois objetivos a serem perseguidos no curto e médio prazo: reduzir seu tamanho e tornar-se mais eficiente. E os esforços empreendidos para atingir essas metas foram sentidos no balanço da estatal em 2019.
A companhia fechou o ano passado com um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 40,1 bilhões, uma alta de 55,7% em relação ao resultado de 2018. Trata-se do maior lucro anual já reportado pela Petrobras — um número que, em grande parte, se deve ao processo acelerado de venda de ativos e aos menores custos nas operações.
O salto no lucro chama ainda mais a atenção quando olhamos para a linha da receita líquida, que fechou 2019 em R$ 302,2 bilhões — uma queda de 2,6% na comparação com 2018. Afinal, as cotações do petróleo caíram ao longo do ano passado, o que, obviamente, impacta o valor das vendas da commodity.
Um outro indicador do aumento da eficiência da Petrobras é o Ebitda, ou seja, o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. Em 2019, a linha chegou a R$ 129,2 bilhões, avançando 12,5% na base anual.
Ao longo do ano passado, a Petrobras fez dois grandes desinvestimentos: vendeu 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG) por R$ 33,5 bilhões, e se desfez de 30% da BR Distribuidora por meio de uma oferta de ações, levantando mais R$ 8,56 bilhões.
Outras operações de menor porte também foram concluídas em 2019, com a venda de participações em ativos de produção e exploração de petróleo — um processo que encheu os cofres da estatal e, consequentemente, reduziu seu endividamento.
Leia Também
"Estamos num negócio com horizonte de longo prazo, em que temos os desafios de mitigar os efeitos negativos dos muitos erros cometidos no passado, cuidar do curto prazo e nos prepararmos para as próximas décadas", escreveu o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em mensagem aos acionistas.
E o trimestre?
Considerando apenas o quarto trimestre de 2019, a Petrobras reportou uma queda de 10,3% no lucro líquido na base anual, para R$ 8,15 bilhões, em meio aos maiores impairments — uma espécie de 'efeito deterioração' a ser lançado nos registros contábeis.
A receita líquida, por outro lado, cresceu 6,1% na mesma base de comparação, para R$ 81,8 bilhões. O Ebitda também melhorou nos três últimos meses de 2019, chegando a R$ 36,5 bilhões — uma alta de 12,1% em relação ao quarto trimestre de 2018, dados os menores custos de produção no período.
Ganhos de eficiência
Os menores preços internacionais do petróleo foram compensados pela Petrobras com ganhos de eficiência na extração da commodity.
Considerando apenas as atividades que não têm participação governamental, o custo de extração ficou em US$ 9,62 por barril de óleo equivalente (boe) em 2019, uma queda de 11,7% em relação a 2018.
Ao olharmos apenas para a região do pré-sal, a joia da coroa da Petrobras, vemos uma redução ainda maior: o custo médio para exploração em 2019 foi de US$ 5,61 por boe — uma queda de 14% em um ano.
Os dados do quarto trimestre também apontam para esse ganho de eficiência: entre outubro e dezembro do ano passado, os custos de exploração foram de US$ 8,22 por barril equivalente, queda de 19,8% ante o mesmo período de 2018; no pré-sal, a redução foi de 20,2%, para US$ 5,02.
Estabilidade na dívida
Em termos de endividamento, a Petrobras não conseguiu fazer grandes evoluções nos três últimos meses de 2019. A dívida líquida da estatal somava R$ 317,8 bilhões ao fim de dezembro, cifra 1,2% maior que a reportada ao término do terceiro trimestre do ano passado.
Apesar disso, a alavancagem da companhia — isto é, a relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos doze meses — caiu mais um pouco: saiu de 2,58 vezes em setembro para 2,46 vezes em dezembro. A meta da estatal é atingir uma alavancagem de 1,5 vez ainda em 2020.
Essa relativa estabilidade nas métricas de endividamento está relacionada ao desfecho do leilão do pré-sal, realizado em novembro. Na ocasião, a Petrobras arrematou 90% do campo de Búzios e 100% do campo de Itaipu, por R$ 63,1 bilhões.
Como a estatal possuía um crédito de R$ 34,1 bilhões a ser recebido da União, referente ao ressarcimento da revisão do contrato da cessão onerosa, o saldo líquido ficou negativo em R$ 29 bilhões. E boa parte dessa cifra foi paga com a geração de caixa no quarto trimestre, que somou R$ 30,7 bilhões no período.
Assim, quase sem conseguir reforçar o caixa no quarto trimestre, já que boa parte dos recursos gerados foram usados para pagar o compromisso com a União, a Petrobras não conseguiu dar continuidade à tendência de queda na alavancagem vista no passado recente — um efeito que já era esperado pelo mercado.
Dividendos
Considerando os resultados de 2019, a Petrobras distribuiu aos acionistas, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio, o montante de R$ 10,6 bilhões — ou R$ 0,73 por ação ordinária (PETR3) e R$ 0,92 por papel preferencial (PETR4).
A reação dos investidores internacionais ao balanço da estatal foi positiva: por volta de 21h15 (horário de Brasília), os recibos de ações (ADRs) da Petrobras operavam em alta de 0,67% no after market da NYSE — uma espécie de prorrogação do pregão regular da bolsa americana.
A Petrobras realiza nesta quinta-feira (20) as teleconferências com analistas e investidores, tanto em português (10h) quanto em inglês (11h30).
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Oi (OIBR3) sai de lucro para prejuízo no 2T22, mas dívida líquida desaba
Oi reportou prejuízo líquido de R$ 320,8 milhões entre abril de junho, vinda de um lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano anterior
Cenário difícil para os ativos de risco pesa sobre o balanço da B3 no 2º trimestre; confira os principais números da operadora da bolsa
Companhia viu queda nos volumes negociados e também nas principais linhas do balanço, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior
Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu
O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás
MRV recua 11% após balanço, mas os analistas acreditam que o pior ficou para trás e recomendam compra para as ações MRVE3; saiba mais
A reação negativa ocorre a despeito das perspectivas positivas para o futuro e também da performance da subsidiária norte-americana da companhia
Taesa (TAEE11) vê lucro líquido cair 19,2% no trimestre e anuncia pagamento milionário de dividendos
As empresas do setor energético são conhecidas por encherem os bolsos dos investidores de dividendos. Por isso, o mercado olha com atenção para os números da Transmissora Aliança de Energia Elétrica (TAESA-TAEE11) divulgados nesta quarta-feira (10). Mas o balanço não trouxe boas notícias: a companhia encerrou o segundo trimestre com um lucro líquido de R$ […]
Cury (CURY3) chega a subir mais de 9% após apresentar receita recorde e margens saudáveis no segundo trimestre; confira os destaques do balanço da companhia
O apetite pelos papéis da empresa e de outras construtoras também é alimentado pelo arrefecimento da inflação em julho
XP tem queda nos ativos sob custódia, mas mercado de crédito fortalece as receitas no 2º trimestre
Vale notar que durante a Expert XP 2022, que aconteceu na semana passada, notou-se uma presença expressiva de gestores de fundos de crédito no evento
Lucro do Itaú (ITUB4) aumenta 17% no segundo trimestre e banco anuncia pagamento de juros sobre capital próprio
O Itaú (ITUB4) também revisou para cima as projeções operacionais (guidance) para este ano
BB Seguridade tem salto no lucro e anuncia data para pagar dividendos; banco recomenda compra de BBSE3
A holding de seguros do Banco do Brasil lucrou R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre e vai distribuir mais de R$ 2 bilhões em dividendos no dia 29 de agosto
Lucro da PetroRio (PRIO3) salta 112% no segundo trimestre e custo de extração desce ao menor valor já registrado pela empresa
A PetroRio (PRIO3) já é a maior petroleira privada do Brasil, mas o mercado está curioso para saber o efeito de iniciativas recentes, como a compra da participação na concessão de Albacora Leste e a revitalização de campos de exploração, nos resultados financeiros da empresa. As dúvidas, ao menos sobre a performance no segundo trimestre, […]
Por que a ação da Multiplan (MULT3) cai na bolsa mesmo com lucro e vendas nos shoppings em alta?
Após balanço elogiado por analistas, investidores aproveitam alta recente das ações da Multiplan para embolsar lucros; saiba se é hora de comprar MULT3
Ações da Petrobras (PETR3; PETR4) lideram ganhos do Ibovespa após balanço forte e super dividendos
Analistas elogiam a gorda distribuição de dividendos anunciada pela Petrobras e monitoram impactos da eleição nos papéis
Petrobras (PETR4) lucra R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre e supera projeções dos analistas; ADR sobe 6% em NY
A receita líquida e o Ebitda da Petrobras (PETR4) no segundo trimestre também ficaram acima das estimativas do mercado
Lucro líquido da Vale (VALE3) cai quase 50% no segundo trimestre, mas mineradora anuncia mais de R$ 16 bilhões em dividendos — veja os destaques do balanço
A bolada, que equivale ao valor bruto de R$ 3,572056566 por ação, será destinada aos detentores de papéis da companhia em 11 de agosto
Amazon vende mais que o projetado no segundo trimestre e dispara mais de 10% na bolsa
A Amazon teve prejuízo no trimestre, mas as vendas ficaram acima do que o mercado previa — e, assim, as ações sobem forte no after market
Lucro do Santander (SANB11) cai no 2T22, mas vem pouco acima do esperado. Inadimplência contraria expectativa e fica estável
Queda no lucro também afetou rentabilidade do Santander, que caiu 0,8 ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado
Log (LOGG3) renova recorde de lucro no segundo trimestre e dobra a aposta na “reciclagem” de ativos
A empresa de galpões logísticos controlada pelos sócios do Grupo MRV lucrou R$ 136 milhões entre abril e junho e promete mais
Não curtiu 👎: Meta, controladora do Facebook e do Instagram, vê a receita encolher no trimestre — e as ações caem 📉
A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, ficou aquém das projeções de receita e lucro por ação; veja os detalhes do balanço