Ibovespa sobe mais de 3% com exterior calmo e menor tensão em Brasília; dólar avança a R$ 5,71
O Ibovespa sobe e recupera parte das perdas de sexta-feira, beneficiado pelo clima menos tenso em Brasília e pelos ganhos vistos lá fora. O dólar chegou a operar em queda durante a manhã, mas já sobe e busca novas máximas
					Após o turbilhão visto na sexta-feira (24), o Ibovespa exibe um tom mais tranquilo nesta segunda-feira (27). A bolsa brasileira opera em alta de mais de 3%, recuperando parte das perdas da sessão passada — o dólar à vista, por outro lado, segue estressado.
Por volta de 16h05, o Ibovespa subia 3,97%, aos 78.321,29 pontos, pegando carona no tom mais ameno visto lá fora: na Europa, as principais praças avançaram em bloco; nos Estados Unidos, o Dow Jones (+1,63%), o S&P 500 (+1,61%) e o Nasdaq (+1,21%) também têm ganhos.
No câmbio, o dólar à vista até começou o dia mais tranquilo, chegando a cair 2,20% na mínima, aos R$ 5,5370. Mas a moeda americana foi ganhando força ao longo da manhã e, no momento, sobe 0,96%, a R$ 5,7158 — a divisa já vem de uma sequência de quatro altas seguidas.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta segunda-feira. Veja abaixo:
 
O bom humor visto lá fora se deve à percepção menos negativa em relação ao surto de coronavírus. Com a curva de contágio desacelerando na Europa e em algumas regiões dos Estados Unidos, iniciativas para relaxamento gradual da quarentena nessas áreas já começam a ser ensaiadas, o que traz algum alento aos mercados.
Além disso, também há uma expectativa em relação a novos pacotes de estímulo por parte de governos e autoridades econômicas — nesta semana, o Federal Reserve e o Banco Central Europeu promovem suas reuniões de política monetária, podendo anunciar medidas de incentivo à atividade.
O clima externo, assim, tem um papel importante na recuperação dos ativos domésticos. Contudo, novidades no front do cenário político brasileiro também são importantes para diminuir o estresse dos investidores.
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Colocando panos quentes
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista ao lado dos ministros Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), além do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, numa tentativa de apaziguar os ânimos em Brasília após o ex-juiz federal Sergio Moro pedir demissão do ministério da Justiça.
A saída de Moro e a percepção de que Guedes vinha sendo deixado de lado desde o início da crise do coronavírus elevaram a tensão quanto à possível debandada do ministro da Economia — Tereza Cristina, outra figura que tem apoio do mercado, também estaria correndo risco.
"Homem que decide economia no Brasil é um só e se chama Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir", disse Bolsonaro, tentando tirar força da narrativa de que Guedes também poderia deixar o governo.
Essa iniciativa serviu para trazer alívio à bolsa, mas não foi capaz de sustentar o dólar à vista no campo negativo — o cenário ainda nebuloso em Brasília inspira cautela aos investidores, e a moeda americana sempre é usada como um refúgio para quem busca proteção.
A nova alta do dólar ocorre mesmo após duas atuações do Banco Central no mercado de câmbio: mais cedo, o BC fez um leilão de dólar à vista, no montante de US$ 600 milhões, e um leilão extraordinário de swap, totalizando US$ 500 milhões.
No mercado de juros, o dia começou com ajustes negativos, em meio às projeções cada vez mais pessimistas em relação ao PIB do país em 2020, conforme mostrado pelo boletim Focus — o que, em tese, dá força à leitra de será necessário continuar cortando a Selic para dar sustentação à atividade doméstica.
No entanto, a pressão continuada sobre o câmbio e as incertezas ainda grandes no front político motivaram uma nova puxada nos DIs, tanto na ponta curta quanto na longa:
- Janeiro/2021: de 3,11% para 3,19%;
 - Janeiro/2023: de 5,58% para 5,60%;
 - Janeiro/2025: de 7,61% para 7,34%.
 
Embraer em apuros
Em termos corporativos, destaque para as ações ON da Embraer (EMBR3), que têm forte queda de 6,40%, a R$ 7,75, em meio ao cancelamento da parceria com a Boeing no setor de aviação comercial.
O acordo foi anunciado em 2018, após meses de negociação — na prática, a Boeing compraria a divisão de aviação comercial da Embraer, por US$ 4,2 bilhões.
Contudo, a crise do 737 Max e a baixa demanda aérea desde o início da pandemia parecem ter feito a diferença para a empresa americana — a Embraer diz que a Boeing 'fabricou falsas alegações' para rescindir o acerto entre as partes.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO | 
| VVAR3 | Via Varejo ON | 7,34 | +15,05% | 
| BRKM5 | Braskem PNA | 21,27 | +12,36% | 
| BRFS3 | BRF ON | 20,40 | +9,97% | 
| TOTS3 | Totvs ON | 58,22 | +9,64% | 
| MRFG3 | Marfrig ON | 11,45 | +9,57% | 
Confira também as maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO | 
| EMBR3 | Embraer ON | 7,75 | -6,40% | 
| HYPE3 | Hypera ON | 29,51 | -1,67% | 
| QUAL3 | Qualicorp ON | 25,28 | -1,56% | 
| SMLS3 | Smiles ON | 13,76 | -1,36% | 
| RAIL3 | Rumo ON | 20,30 | -1,22% | 
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