O erro de Michael Jordan – e como levar dezenas de fundos imobiliários com um clique
O que me parece fazer mais sentido agora é buscar uma boa dose de diversificação e, na atual conjuntura, um belo fundo de fundos imobiliários (famosos FoFs) é uma opção bastante adequada
No começo dos anos 90, o Brasil viveu sua primeira febre da NBA – as transmissões da Band, com o genial Luciano do Valle, permitiram que minha geração acompanhasse, ao vivo e a cores, a carreira do maior atleta dos últimos 40 anos em qualquer esporte.
Sem essa história de Conferência Leste na Sportv e Oeste na ESPN (ou seria o contrário) e os Game Pass da vida para você assistir todos os jogos com narração até em aramaico, tudo que nos restava eram as parcas (mas ótimas) transmissões da Band, que eu acompanhava na TV Philco de 14” do meu quarto, com direito a Bombril na antena e a interferência toda vez que minha irmã ligava o secador de cabelos – ah, os mistérios do eletromagnetismo.
As conversas sobre Jordan marcaram os recreios da época do ginásio (ensino fundamental é uma coisa muito moderna para o meu cérebro jurássico) e me acompanharam até o primeiro semestre da faculdade, quando eu ainda era um projeto de biólogo.
A carreira do Jordan acabou (temporariamente) assim como os meus planos de dedicar a vida ao estudo da evolução (definitivamente) em 1998. Esse último ano é o foco de um documentário (“The Last Dance”) maravilhoso disponível na Netflix (se você não esteve isolado num bunker nas últimas semanas, ao menos o trailer deve ter passado na sua telinha).
Falar que Jordan foi um gênio é um clichê e um understatement. Ele mudou não só o basquete dentro da quadra, mas todos os esportes fora dela. Os contratos dos três Ronaldos, Messi, Tom Brady, Tiger Woods, Nadal e LeBron James são todos filhotes do primeiro contrato de Jordan com a Nike.
Jordan mudou a forma como as pessoas consomem esportes, lidam com seus ídolos e acompanham o noticiário esportivo.
Leia Também
Em paralelo, a dedicação, a forma como encarava erros, sua competitividade e, claro, o foco nos momentos mais decisivos são lições importantes para a vida e também para seus investimentos – dá para fazer um monte de parábola entre Jordan e o mercado de ações.
Mas, entre tantos acertos e vitórias do “Sir Airness”, o que mais me chamou a atenção foi o, na minha opinião, o maior erro de toda a sua carreira. Pior do que “perder” dois anos jogando baseball e pior do que sair da aposentadoria para vestir a camisa dos Wizards.
No começo de sua segunda temporada como profissional, Jordan sofreu uma lesão bem chatinha – ele fraturou o pé no terceiro jogo da temporada e teve que sentar no banco por longos 64 jogos.
Parcialmente recuperado, mas se sentindo pronto para jogar, ele forçou a volta às quadras, mesmo quando foi informado de que havia 10% de chance de uma segunda lesão com potencial para acabar com sua carreira.
Com 22 anos e o ímpeto da juventude, optou por jogar e até levou os Bulls aos playoffs naquele ano.
Risco x Probabilidade
Em retrospecto, a decisão parece ter sido acertada – não se machucou novamente e, ao longo dos próximos 15 anos, escreveu a história do basquete e do esporte mundial. Ao forçar a volta às quadras, Jordan cometeu um erro muito comum no mundo dos investimentos – confundiu risco com probabilidade.
O fato das probabilidades lhe serem favoráveis pouco diz a respeito do risco. Caso o menino Michael se machucasse novamente, seria o fim da carreira. Uma tragédia não só para a família Jordan, mas para o mundo todo, que seria privado de acompanhar um dos fenômenos mais espetaculares das últimas décadas.
Pense na boa e velha roleta-russa: você tem 83% de chance de ganhar. Mas, se perder, você perde tudo – a morte é a ruína completa.
Uma outra forma de encarar a coisa é a seguinte: no primeiro colegial, eu era apaixonado por uma menina do segundo. Além de linda, cantava bem, era divertida, gostava de Beatles e fazia teatro comigo.
Mas, eu era um mané do primeiro colegial e ela era uma das mais populares da escola. Nunca tive coragem de chamá-la para sair. Se tivesse, 99% de chances de tomar um fora, claro. Mas qual era o risco real? Nenhum. Talvez ficasse mal uns dois dias, a autoestima ia sofrer um pouquinho, mas a vida ia seguir meio que como sempre foi.
Apesar das probabilidades jogarem contra mim, ali não havia nenhum real com que me preocupar. Foi um erro não ter mandado um “quer ir ver Titanic nesse sábado?”.
O resultado negativo (mais provável) não me traria nenhum prejuízo, ao contrário da roleta-russa que, se der errado (menos provável), literalmente acaba com a sua vida.
E, imagino, o objetivo de todos aqui seja o de continuar respirando até o fim dessa quarentena e bem depois dela também.
Com investimentos é absolutamente a mesma coisa: a primeira ordem do dia, de todos os dias, é sobreviver. É chegar no dia seguinte em posição de continuar no jogo.
Em palavras mais sofisticadas: seu primeiro objetivo no mundo dos investimentos deve ser sempre evitar a ruína. Em palavras menos sofisticadas: não pode quebrar, bicho. E para isso, é preciso evitar riscos desnecessários, mesmo que isso te prive de algum rendimento.
Na última conversa que tivemos por aqui, no distante 30 de abril, eu dediquei uma boa parte do espaço para explicar por que estava com uma cabeça menos construtiva e que achava importante jogar na retranca naquele momento. A ideia é sempre ser um pouco mais conservador e sobreviver até o fim do dia, para então pensar em começar a ganhar dinheiro novamente.
De lá para cá, o Ibovespa subiu quase 10% e me deu um belo cala a boca. Ao menos minha recomendação, o GTWR11, andou 1,80%, o dobro dos 0,9% do Ifix, se isso serve de consolo.
Oras, se eu estava reticente com os mercados há um mês, agora estou ainda mais, dado que as coisas ficaram 10% mais caras (grosso modo) e os riscos que enxergava não se dissiparam, apesar de eu concordar que o risco político chegou a cair no curto prazo com a divulgação do vídeo na última sexta-feira.
Quem está de olho nas comunicações do governo com o STF percebe facilmente que há uma queda de braço entre os dois poderes, com ameaças pouco veladas do general Heleno ao ministro Celso de Mello, que, protocolarmente, encaminhou à PGR pedido de apreensão do celular de Jair Bolsonaro, feito por alguns partidos.
Ontem, com a ação da Polícia Federal que foi atrás de alguns apoiadores bolsonaristas por suposto esquema de divulgação de fake news, o clima esquentou ainda mais. A corda está cada vez mais esticada e o risco de ruptura institucional ainda é baixo, mas certamente não é desprezível.
De novo, baixas probabilidades, mas com potencial ruína se as coisas derem errado.
Por outro lado, o discurso na Faria Lima e nos bares (fechados) do Leblon já mudou: o “smart money” está virando a mão e tem uma gente boa bastante otimista com Brasil, esperando mais uma pernada da Bolsa para cima.
O que comprar
No curto prazo, é bem possível que a Bolsa realmente ganhe fôlego e vá lá testar os 100 mil pontos novamente, mas ainda não consigo acreditar em uma retomada rápida da economia com o volume de problemas que teremos pela frente.
Ou seja, continuo achando que o modo sobrevivência é que faz mais sentido no momento, mesmo que isso me custe um pouco do retorno e que você venha me xingar de medroso daqui umas semanas. Tudo bem, faz parte. Mas não dormiria tranquilo se te vendesse um discurso muito otimista nem se recomendasse nada muito arriscado por aqui.
Assim, o que me parece fazer mais sentido agora é buscar uma boa dose de diversificação e, na atual conjuntura, um belo fundo de fundos imobiliários (famosos FoFs) é uma opção bastante adequada.
Dentro das opções disponíveis, a que mais me agrada no momento é o HFOF11 (Hedge Top FOFII 3 FII). É um fundo gerido pela Hedge Investments, gestora de fundos imobiliários formada por uma equipe que nasceu na Hedging Griffo e é liderada pelo mais do que competente André Freitas, que tem décadas de experiência no mercado imobiliário brasileiro.
O HFOF11 é bem diversificado e está mais focado em fundos de lajes corporativas e de CRIs, mas tem também uma boa exposição a galpões, shoppings e agências bancárias – é uma carteira de FIIs completinha para você.
Além da excelente equipe na análise técnica, o fundo tem um DNA de “trader” e opera bastante no curto prazo, visando capturar oportunidades momentâneas do mercado – com isso, geram ganhos de capital que vão incrementando a distribuição mensal de proventos e compõem bem o retorno do fundo.
A cereja no bolo foi uma tacada de sorte da equipe de gestão, que entrou na crise logo depois de uma captação e, portanto, tinha caixa para ir às compras logo depois da queda mais significativa do mercado – é sempre bom ter um pouco de caixa, mas ter caixa no meio de uma crise é uma vantagem quase imbatível.
A ideia é comprar as cotas (que são bem líquidas) e já, sem muito esforço, montar uma carteira com mais de uma dezena de bons fundos e ainda contar com a gestão profissional do pessoal da Hedge.
Pode comprar HFOF11 até o limite de R$ 110, mas sempre sabendo que, por melhor que seja a equipe e o fundo, não estão imunes a uma segunda onda de pessimismo que pode surgir a qualquer momento.
Além desse risco de mercado, considero o maior risco de um FOF o fato de você ser “refém” das decisões dos gestores – não há nenhuma garantia de que tomarão sempre as melhores decisões em linha com os interesses dos cotistas, mas confio bastante na equipe da Hedge e é um risco que estou disposto a correr.
Com boa parte do patrimônio investido em fundos de CRIs, também vale citar o risco de crédito, mas a diversificação e qualidade dos papéis me deixam mais confortável. Por fim, o fundo não está livre do risco de vacância, dada a alta exposição ao fundo de lajes e galpões, nem do risco macroeconômico, que pode pesar bastante conforme formos tomando conhecimento dos reais efeitos da crise ao longo dos próximos meses.
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros