Dólar vira e cai a R$ 4,33 após atuação do BC; Ibovespa recua, de olho no coronavírus
Moeda americana começou o dia em alta e bateu os R$ 4,38, mas recuou após o BC convocar um leilão de swap cambial; o Ibovespa opera em baixa, atento ao surto de coronavírus

O dólar à vista começou a sessão desta quinta-feira (13) estressado, dando sinais de que buscaria mais recordes. A fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, somada ao clima de tensão no exterior por causa do coronavírus, levaram a moeda americana a R$ 4,38 — nível que chamou o Banco Central (BC) para o jogo.
A autoridade monetária cedeu à pressão e convocou um leilão extraordinário de swap cambial, no valor de US$ 1 bilhão — o que, na prática, significa a injeção de dinheiro novo no mercado. Somente após a movimentação do BC é que o dólar virou de trajetória e passou a cair, fechando a sessão em baixa de 0,39%, a R$ 4,3339, interrompendo a sequência de cinco altas seguidas.
Com isso, o mercado brasileiro de câmbio foi na contramão de seus pares: divisas como o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano se desvalorizaram na comparação com o dólar, em meio ao clima de maior preocupação e aversão ao risco visto no exterior.
Essa cautela também afeta diretamente as bolsas globais, que vinham numa toada positiva nos últimos dias. Os índices da Ásia e da Europa fecharam em queda, enquanto as bolsas dos EUA ficam perto do zero a zero, sem força para continuar subindo
Nesse cenário, o Ibovespa acaba sendo puxado ao campo negativo:por volta de 17h10, o índice operava em baixa de 0,93%, aos 115.590,90 pontos — na mínima, foi aos 114.800,64 pontos (-1,61%).
Tensão com o coronavírus
O grande foco de apreensão entre os investidores é o salto no número de contaminados pelo coronavírus no mundo. Ontem, os dados oficiais davam conta de cerca de 45 mil pessoas infectadas, mas, hoje, esse número já está acima de 60 mil.
Leia Também
Os óbitos também aumentaram subitamente: agora, são mais de 1.300 pessoas mortas em função da doença — até ontem, eram pouco mais de mil.
Esse aumento expressivo joga por terra a percepção de que o surto de coronavírus estava perdendo força, e que, consequentemente, os impactos da doença à economia global seriam diminutos. Com esses números em mente, os investidores voltam a assumir uma postura mais defensiva, saindo das bolsas e aumentando a demanda por dólares.
O mercado doméstico de câmbio, assim, consegue destoar do exterior graças à atuação do Banco Central, trazendo alívio à disparada da moeda americana por aqui.
Mal estar
"Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo para a Disneylândia. Uma festa danada"
Paulo Guedes, ministro da Economia
A declaração, obviamente, gerou imenso mal estar em Brasilia — o ministro referia-se ao nível mais elevado do dólar, ao defender que combinação entre juros em queda e desvalorização do real era positiva e que, no passado, a moeda americana mais barata trazia consequências negativas ao país.
Imediatamente, houve uma enorme repercussão negativa nas redes sociais — no Twitter, os assuntos "Paulo Guedes" e "Caco Antibes" estavam entre os mais discutidos pelos usuários brasileiros. Vale lembrar que, na semana passada, Guedes já havia gerado polêmica ao chamar servidores públicos de 'parasitas'.
Juros em alta
As curvas de juros fecharam em alta nesta quinta-feira, devolvendo parte das baixas acumuladas nos últimos dias. Veja abaixo como ficaram os principais DIs hoje:
- Janeiro/2021: de 4,22% para 4,26%;
- Janeiro/2023: de 5,37% para 5,40%;
- Janeiro/2025: de 6,03% para 6,07%;
- Janeiro/2027: de 6,39% para 6,44%.
Suzano se recupera
As ações ON da Suzano (SUZB3) sobem 3,70% e aparecem entre os destaques positivos do Ibovespa, com o mercado reagindo positivamente ao balanço da companhia no quarto trimestre de 2019.
A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,2 bilhões nos três últimos meses do ano passado, uma queda de 61% na base anual — o resultado, no entanto, representa uma reversão em relação às perdas de R$ 3,46 bilhões registradas no terceiro trimestre de 2019.
O dado que agradou os investidores, no entanto, foi a redução nos estoques de celulose, que superou as expectativas dos analistas e abriu a possibilidade de uma dinâmica de preços mais favorável em 2020.
Top 5
Veja as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
- Usiminas PNA (USIM5): +4,36%
- Marfrig ON (MRFG3): +3,90%
- Suzano ON (SUZB3): +3,70%
- BTG Pactual units (BPAC11): +2,64%
- Cia Hering ON (HGTX3): +2,49%
Confira também as maiores quedas do índice:
- Ecorodovias ON (ECOR3): -3,01%
- Rumo ON (RAIL3): -2,86%
- Santander Brasil units (SANB11): -2,60%
- Braskem PNA (BRKM5): -2,57%
- Fleury ON (FLRY3): -2,52%
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles