Dólar crava um novo recorde e fecha a R$ 4,32; Ibovespa cai mais de 1%
Mercado de moedas continuou pressionado após mais um corte da taxa básica de juros; sinal no exterior também é negativo

Desde o início desta sexta-feira (7), o dólar à vista deixou claro que testaria novos recordes. A moeda americana abriu em alta e foi ganhando força ao longo do dia, numa sessão marcada pelo enfraquecimento das divisas de países como um todo.
No fechamento, o dólar à vista apontava R$ 4,3209, em alta de 0,83%. Trata-se de uma nova máxima nominal de encerramento e a primeira vez que a moeda ultrapassa a barreira de R$ 4,30.
Como resultado, a divisa americana terminou a semana com um ganho acumulado de 0,89% — desde o início de 2020, o dólar à vista já subiu 7,70%.
A situação não é muito diferente no mercado de ações: por volta de 17h10, o Ibovespa recuava 1,08%, aos 113.948,56 pontos. Com o desempenho do momento, o índice praticamente zera os ganhos acumulados na semana — agora, registra ganhos de 0,08% desde segunda-feira.
O mercado de moedas continua pressionado após mais um corte da taxa básica de juros. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic para 4,25%.
A decisão estreitou ainda mais a diferença em relação aos juros dos Estados Unidos, que hoje estão na faixa entre 1,5% e 1,25%. Com o diferencial mais baixo, os investidores que buscam rendimentos fáceis têm menos estímulo para colocar recursos no Brasil.
Leia Também
Mas esse não é o único fator por trás da nova onda de pressão no câmbio. A sessão desta sexta-feira é marcada pela valorização do dólar em relação às divisas de países emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno, o rand sul-africano e o peso colombiano, entre outras.
Ou seja: há um movimento generalizado de aversão ao risco — e, no mercado de moedas, isso se traduz numa fuga dos ativos emergentes e uma busca por proteção nas divisas mais seguras, como o dólar ou o iene.
Cautela no exterior
O noticiário externo é responsável por parte desse tom mais defensivo. Lá fora, as preocupações quanto ao coronavírus voltam a assombrar os investidores, especialmente após o governo da China mostrar preocupação quanto aos impactos da doença à economia do país.
Segundo o banco central chinês, possíveis contramedidas para amortecer o baque do surto do vírus estão sendo analisados — o cenário-base é de turbulência à economia local no curto prazo.
A postura mais cautelosa das autoridades chinesas, somada à disseminação do coronavírus no mundo — ao todo, são mais de 30 mil infectados e 638 mortos — elevam a tensão nos mercados e desencadeiam um movimento de realização de lucro nas bolsas americanas.
No mesmo horário, o Dow Jones (-0,83%), o S&P 500 (-0,44%) e o Nasdaq (-0,38%) operavam em queda após quatro sessões no campo positivo — um desempenho que acaba pressionando o Ibovespa.
No front da agenda de dados econômicos, destaque para o relatório de empregos dos EUA em janeiro, mostrandoa criação de 225 mil vagas no mês — acima da mediana de 160 mil, segundo analistas consultados pelo Projeções Broadcast.
Por outro lado, a taxa de desemprego subiu para 3,6% ao ano, o que traz preocupação aos investidores.
Tom defensivo
No Brasil, o principal indicador econômico divulgado nesta sexta-feira reforçou a ociosidade da economia: a inflação variou 0,21% em janeiro, conforme dados do IPCA informados pelo IBGE.
Além disso, uma declaração da agência de classificação de risco Fitch continua gerando pessimismo: segundo a instituição, um país com o perfil do Brasil pode levar até dez anos para recuperar o grau de investimento.
O selo de bom pagador é fundamental para aumentar a confiança dos investidores estrangeiros e resulta numa maior entrada de recursos externos - o que diminuiria a pressão sobre o câmbio.
Ajuste nos DIs
Apesar da pressão no dólar e do sentimento negativo que tomou conta dos mercados, as curvas de juros de curto prazo conseguiram fechar em baixa, devolvendo parte dos ajustes de ontem. Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta sexta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,33% para 4,27%;
- Janeiro/2023: de 5,54% para 5,56%;
- Janeiro/2025: de 6,14% para 6,19%;
- Janeiro/2027: de 6,47% para 6,55%.
Lojas Renner em alta
As ações ON da Lojas Renner (LREN3) avançam 1,29% e aparecem entre os destaques positivos do Ibovespa. A empresa reportou um lucro líquido de R$ 512,1 milhões no quarto trimestre de 2019, um aumento de 16,7% na base anual; os ganhos acumulados no ano subiram 7,7%, chegando a R$ 1,099 bilhão.
Em comentário enviado a clientes, a equipe de análise do Credit Suisse disse que os resultados da Lojas Renner foram bons, deixando claro que a varejista continua a "subir a barra" em termos de execução.
No entanto, a instituição também ressalta que o mercado já aguardava que a Renner registrasse um bom desempenho no trimestre, o que limita o potencial de ganhos das ações.
Top 5
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
- BB Seguridade ON (BBSE3): +2,53%
- Carrefour Brasil ON (CRFB3): +1,41%
- Lojas Renner ON (LREN3): +1,29%
- Bradesco PN (BBDC4): +1,23%
- Braskem PNA (BRKM5): +1,13%
Confira também as maiores quedas do índice:
- IRB ON (IRBR3): -6,61%
- MRV ON (MRVE3): -4,69%
- B2W ON (BTOW3): -4,49%
- JBS ON (JBSS3): -4,11%
- Gerdau PN (GGR4): -3,91%
Dólar cai na semana e fecha a R$ 5,52; gatilhos de alta e queda se confrontam no curto prazo
Alta dos juros pelo Copom ensaiou favorecer o real na semana, mas confronto geopolítico mundial limitou os ganhos e ajudou o dólar
Ibovespa fecha semana no zero a zero, com correção após Copom; Embraer (EMBR3) e Cosan (CSAN3) são destaques
Em semana marcada por Super Quarta e conflito internacional, o Ibovespa andou de lado, mas com repercussões significativas; entenda
Bolsas derretem: o que fez o Ibovespa cair 1,15% e dólar subir a R$ 5,5249
Na B3, ações mais sensíveis ao ciclo econômico operaram no vermelho. No topo da lista de piores desempenhos, estiveram Cosan, Vamos, Petz, Hapvida e Magazine Luiza.
Investidor não gostou do que Powell disse: bolsas devolvem ganhos em Nova York e Ibovespa acompanha; dólar sobe a R$ 5,5009
O Fed manteve a taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, como era esperado, mas a declaração do chefe do banco central norte-americano jogou um balde de água fria nos mercados
Por que você deveria comprar as ações da RD Saúde (RADL3) mesmo após a grande decepção no 1T25, segundo o Bradesco BBI
Para analistas, é justamente o desempenho fraco que oferece uma oportunidade para quem deseja se tornar sócio da rede de farmácias a preços atrativos
“Ozempic à brasileira” pode ajudar a engordar ainda mais as ações desta farmacêutica — e você deveria comprar os papéis agora, diz o Itaú BBA
Na visão dos analistas, a chegada da “caneta do emagrecimento” nas farmácias brasileiras pode ajudar esta ação a ganhar novos impulsos em 2025
Follow-on do Méliuz (CASH3) movimenta R$ 180 milhões com adesão de 239 investidores; veja os detalhes da emissão
A oferta de ações primárias faz parte da estratégia da plataforma de cashback para intensificar seus investimentos em bitcoin (BTC)
Não compre BBAS3 agora: ação do Banco do Brasil está barata, mas o JP Morgan avisa que é melhor não se deixar levar pelo desconto
Os analistas optaram por manter uma recomendação neutra e revisar para baixo as expectativas sobre as ações BBAS3. Entenda os motivos por trás dessa visão cautelosa
Possibilidade de Trump entrar no conflito entre Irã e Israel faz petróleo disparar mais de 4% e bolsas do mundo todo fecham no vermelho
O petróleo avança nesta tarde com a notícia de que os EUA poderiam se meter no conflito; postagens de Trump adicionam temor
As ações da Gol (GOLL54) estão voando alto demais na B3? Entenda o que está por trás da disparada e o que fazer com os papéis
A companhia aérea acaba de sair da recuperação judicial e emitiu trilhões de ações para lidar com o endividamento
Usiminas (USIM5): os sinais de alerta que fizeram o Itaú BBA revisar a recomendação e o preço-alvo da ação
O banco de investimentos avaliou a pressão sobre os preços e os efeitos nos resultados financeiros; descubra se chegou o momento de comprar ou vender o papel
Detentores de BDRs do Carrefour têm até 30 de junho para pedir restituição de imposto de renda pago na França; confira as regras
O pedido é aplicável aos detentores dos papéis elegíveis aos dividendos declarados em 2 de junho
Gol (GOLL54) perde altitude e ações desabam 70% após estreia turbulenta com novo ticker
A volatilidade ocorre após saída da aérea do Chapter 11 e da aprovação do plano de capitalização com a emissão de novas ações
Renda passiva com mais dividendos: PagBank (PAGS34) entra no radar de bancão americano e dos investidores
A instituição financeira brasileira foi além: prometeu mais três pagamentos de proventos, o que animou o mercado
Embraer (EMBR3): dois gatilhos estão por trás do salto de 6% das ações nesta segunda-feira (16)
Os papéis atingiram a máxima de R$ 71,47 hoje, mas acabaram fechando o dia um pouco abaixo desse valor, cotados a R$ 69,99
LWSA (LWSA3) cai no radar do Itaú BBA e pode subir até dois dígitos em 2025 — mas você não deveria comprar as ações agora
O banco iniciou a cobertura das ações da empresa com recomendação market perform, equivalente a neutro. Entenda o que está por trás da tese mais conservadora
Cessar-fogo no radar dos investidores: Ibovespa se aproxima dos 140 mil pontos, enquanto dólar e petróleo perdem fôlego
O Irã sinaliza que busca um fim para as hostilidades e a retomada das negociações sobre seu programa nuclear
17 OPA X 0 IPO: Em meio à seca de estreias na bolsa, vimos uma enxurrada de OPAs — e novas regras podem aumentar ainda mais essa tendência
Mudança nas regras para Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) que entram em vigor em 1º de julho devem tornar mais simples, ágil e barato o processo de aquisição de controle e cancelamento de registro das companhias listadas
Dividendos bilionários: JBS (JBSS32) anuncia data de pagamento de R$ 2,2 bilhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Após o pagamento dos dividendos, há ainda uma previsão de leilão das frações de ações do frigorífico
Quatro fundos imobiliários estão em vias de dizer adeus à B3, mas envolvem emissões bilionárias de outros FIIs; entenda o imbróglio
A votação para dar fim aos fundos imobiliários faz parte de fusões entre FIIs do Patria Investimentos e da Genial Investimentos