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Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Análise

O inferno é o Banco Central dos outros!

Agora em agosto, oito Bancos Centrais já promoveram reduções de juros e os motivos não são animadores

Eduardo Campos
Eduardo Campos
7 de agosto de 2019
17:45 - atualizado às 10:47
Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente do Fed, Jerome Powell
Jerome Powell em primeiro plano e Donald Trump - Imagem: Official White House Photo by Andrea Hanks

O presidente americano, Donald Trump, voltou a atirar contra o Federal Reserve (Fed), banco central americano, depois que três Bancos Centrais (BCs) anunciaram redução de juro. Trump acha que o problema da América não é a guerra comercial com a China. Mas sim Jerome Powell e companhia, que relutam em fazer um corte grande e rápido do juro americano.

Também fiquei surpreso com as reduções feitas pelos BCs da Índia, Nova Zelândia e Tailândia, e fui dar uma olhada no site “Central Bank News”, onde descobri que já são oito BCs reduzindo juros agora em agosto, sendo que não temos uma semana fechada no mês.

O ponto em comum é a preocupação com o menor crescimento da economia mundial e inflações que teimam em se manter longe das metas (nos países que adotam esse regime).

Os mercados parecem não se abalar, mas o aceno dado por essas reduções de juros são de que teremos problemas pela frente. E quanto maiores forem as reduções e o número de BCs atuando, maior pode ser o problema.

Há uma semana, usei o último “memo” de investimentos do gestor da Oaktree, Howard Marks, para fazer um contraponto a essa visão de que juro para baixo é sempre boa notícia. Entre as conclusões, podemos destacar que em alguns momentos a atuação preventiva do BC pode apenas mascarar o inevitável ciclo econômico, que tem seus momentos de alta e de baixa.

Ou como bem colocou outra lenda dos investimentos, o fundador da GMO, Jeremy Grantham, "não é possível tirar sangue de pedra".

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Juros menores, que animam as bolsas e demais ativos de riscos, podem acabar apenas mascarando um ajuste de baixa (ou recessão), que quanto mais tempo leva para acontecer, mais custoso pode ser.

Ainda me apoiando em Howard Marks, é sempre bom lembrar que não existe meio termo nos mercados. As percepções são de cenário perfeito ou desesperador.

Prova disso foi o pregão de segunda-feira, um legítimo "sea of red", depois que o Banco Central da China deixou o yuan se desvalorizar para além da mística linha dos 7 por dólar. Nesta quarta-feira, a linha central de flutuação foi jocosamente colocada em 6,9996.

Ações de BCs conversam com todo os demais mercados, mas essa nova etapa da briga entre Trump e os chineses joga o foco sobre o câmbio e a possibilidade de uma guerra cambial.

De forma simplificada, os EUA tarifam a China, que promove uma desvalorização da moeda anulando o aumento de custo. Pense nisso como um jogo de múltiplas rodadas e com novos participantes entrando e tendo, também, de desvalorizar suas moedas para manter grau de competitividade e temos uma “corrida para o fundo do poço”, (race to the bottom).

Pelas últimas falas e ações de Trump, que já taxou a China de "manipulador cambial", parece que se o Fed não der o que ele quer via juros menores, ele parte para uma desvalorização do dólar via atuações do Tesouro, algo que ninguém sabe direito como poderá ser feito.

Tempos estranhos

A percepção ao ler os sites e jornais de finanças e as declarações de investidores, gestores e economistas é de que tem algo estranho acontecendo.

Parece existir um desconforto ou incompreensão com uma dinâmica global de juros zero ou mesmo negativo, que desafia a lógica do mercado (já são mais de US$ 15 trilhões alocados em taxas negativas), países como Grécia e Itália pagando menos que os EUA para se financiar, o preço do ouro batendo novas máximas históricas e empresas “disruptivas”, mas que não dão lucro virando o “novo normal” nas bolsas (a lista é extensa, pode completar).

Juro baixo e por muito tempo parece “emburrecer” ou "amansar" o capital, que deixa de ser arredio e passa a aceitar alguns desaforos. Mas essa é uma dinâmica que parece pouco sustentável.

Lembrando mais uma vez de Howard Marks, quando não é possível enxergar muito bem adiante, mova-se com cautela. Não é possível ter o máximo de ganhos e preservação do capital ao mesmo tempo.

Toda a conversa parece caber ao quadro global, mas nós vimos bem, na segunda-feira, o que acontece por aqui quando bate o desespero no resto do mundo.

Estamos avançando com nossa agenda de reformas liberais e limpando os estragos na Nova Matriz Macroeconômica e outras experiências heterodoxas. O que parece garantir um “novo normal” de Selic baixa, estimulando o crescimento e o desenvolvimento dos mercados.

Mas esse caminho não deve ser suave. É o tal “bumby road” dos americanos ou o mais popular “segura que vai balançar”. Algo que vai testar nos nervos e a convicção de toda a classe de investidor, principalmente daqueles que foram obrigados a abandonar o “conforto” dos títulos do governo e outros instrumentos clássicos da renda fixa.

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