Gestores voltam a apostar no mercado de ações e enxergam Ibovespa acima dos 110 mil pontos
Progresso na agenda de reformas e melhor percepção com relação à economia melhoram humor dos investidores consultados pelo Bank of America. Emergentes se tornaram o mercado preferido entre gestores globais
Depois de uma baixa em outubro, o sentimento dos gestores pesquisados pelo Bank of America (BofA) voltou a melhorar com relação ao Brasil. O percentual de investidores que pretende elevar o investimento em ações atingiu 62% agora em novembro, maior leitura desde o começo da pesquisa.
Especificamente no Brasil, 85% dos gestores acreditam que o mercado de ações terá uma performance acima da média nos próximos seis meses, maior leitura desde março de 2018, e quase 70% acredita em Ibovespa acima dos 110 mil pontos, maior percentual em quatro meses. Em outubro, 47% tinham essa percepção com relação ao Ibovespa.
Segundo o BofA, a pesquisa com os gestores coincidiu com sinais de melhora na economia no Brasil, aprovação de reformas e alguns índices de confiança mostrando recuperação. Junto disso, segue o movimento de corte da Selic, e dois de cada três gestores trabalham com juro básico de 4,5%. Cenário que não se concretizaria apenas se o dólar superasse a linha dos R$ 4,20.
De fato, com relação ao câmbio, a maioria espera alguma apreciação do real até o fim do ano, com 70% trabalhando com a cotação do dólar entre R$ 3,8 e R$ 4,0, contra 50% na pesquisa de outubro. Aqui o BofA faz um adendo, lembrando que a pesquisa não capturou o resultado dos leilões do pré-sal, que praticamente não tiveram participação estrangeira.
Questionados sobre qual fator seria o mais relevante para uma retomada consistente da atividade, 80% dos investidores apontaram a retomada do investimento privado. Outros eventos listados tiveram pouca importância, como reforma tributária, melhora externa e privatizações.
O tom positivo com relação ao Brasil não se repete com outros pares da América Latina. No México, a avaliação é de menor crescimento e perda do grau de investimentos nos próximos anos. Na Argentina, se espera piora no quadro político ao longo dos próximos seis meses.
Nada de recessão
Na pesquisa global, a preocupação com uma recessão desapareceu, com o percentual líquido de participantes acreditando em uma economia global mais forte em 2020 atingindo 6%. Parece pouco, mas é uma alta de 43 pontos percentuais em comparação com outubro. Essa é a maior reversão de expectativas já captada pela pesquisa.
Os investidores também esperam maior inflação (31%, um salto de 29 pontos em um mês), e trabalham com curvas de juros positivamente inclinadas.
Para 52% dos gestores globais, o mercado de ações terá a melhor performance entre os ativos financeiros de 2020, seguido pelas commodities (21%).
“Os touros estão de volta”, disse o estrategista de investimentos do banco, Michael Hartnett, em comunicado.
E isso é boa notícia para os mercados emergentes, que passaram a ocupar a primeira posição entre os mercados preferidos pelos gestores globais. Posição, até então ocupada pelos EUA.
Segundo Hartnett, os investidores estão no modo “medo de ficar de fora” (Fomo - the fear of missing out, em inglês), o que impulsionou uma onda de otimismo e posicionamento no mercado de ações.
Com relação ao câmbio, a visão é de um dólar mais fraco ao longo dos próximos 12 meses para 37% dos entrevistados. Desde 2007 não se via um panorama tão fraco para o dólar.
Para 84% dos gestores, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, não sobe a taxa de juros antes das eleições de 2020.
Com relação ao índice S&P 500, a visão é de que pico será aos 3.246 pontos, acima dos 3.166 pontos apontados em outubro. Atualmente, o S&P 500 está na faixa dos 3.080 pontos.
No lado dos riscos, sem novidade, a guerra comercial encabeça a lista de preocupações com 39% das menções. Assim, uma trégua comercial levaria os investidores a ampliar a exposição em ativos de risco. Na sequência dos medos está a bolha no mercado de títulos corporativos (16%), impotência da política monetária (12%) e desaceleração chinesa (11%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 7 de novembro com 230 gestores responsáveis por UR$ 700 bilhões em ativos. Na pesquisa global foram 178 participantes, com US$ 574 bilhões, e 107 gestores participaram das sondagens regionais, com US$ 259 bilhões.
A gasolina mais barata está com os dias contados? BofA lista 8 riscos que podem fazer o petróleo disparar ou desabar nos próximos meses
Analistas veem forte volatilidade no futuro da commodity, que está entre a cruz da recessão global e a espada da crise energética na Europa
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Bank of America prevê trimestre difícil para construtoras da B3, mas enxerga três oportunidades no setor — veja quais
Os analistas do BofA preferem os papéis do segmento de baixa renda que, ainda que mais pressionados pela inflação, podem entregar um crescimento lucrativo
Goldman Sachs (GSGI34) supera expectativas no 2º trimestre, mas Bank of America (BOAC34) não empolga o mercado
Goldman Sachs (GSGI34) supera expectativas no 2º trimestre, mas Bank of America (BOAC34) não empolga o mercado
De malas prontas pra Nasdaq: será que é hora de comprar Inter (BIDI11)? O Bank of America responde pra você
O BofA cortou o preço-alvo das units de R$ 36 para R$ 17 — o que representa um potencial de valorização de 29,5% com relação ao fechamento de quinta-feira (26)
Putin não pode mais contar com a China? Rússia enfrenta limites em sua rota de fuga das sanções; saiba quais
Embora os chineses sejam contrários às medidas punitivas impostas por EUA e Europa, Pequim não tem muita margem de manobra para ajudar Moscou. Mas algo sempre pode ser feito — saiba o que
Por que o Ibovespa vai terminar 2022 aos 135 mil pontos, segundo analistas do Bank of America
Caso a projeção se confirme, o Ibovespa chegará ao fim do ano acumulando ganhos de quase 29% em relação ao último pregão de 2021
PetroRio é alternativa à Petrobras (PETR4)? Bank of America diz se é hora de comprar ações PRIO3
Disparada dos preços do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, aquisições e aumento da produção estão no cenário das petroleiras brasileiras
Suzano figura entre as maiores baixas do Ibovespa após queda no lucro, mas BofA aposta em alta de 53% para SUZB3
O apetite pelos papéis também é reduzido pela queda vertiginosa do dólar nos últimos dias, o que pode diminuir os ganhos com exportações
Compre bolsa no Brasil e venda no México, recomenda o Bank of America
Analistas do BofA decidiram buscar alternativas mais baratas nas bolsas e empresas na América Latina e elevaram a recomendação para as ações brasileiras
Leia Também
-
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais começam o dia no vermelho após balanços e aguardam PIB dos EUA; Ibovespa acompanha reforma tributária e Petrobras (PETR4) hoje
-
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)
-
Balanço da Boeing: Queima de caixa e queda de receita são destaque no primeiro trimestre, em meio à crise de produção
Mais lidas
-
1
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
2
Após o halving, um protocolo 'surge' para revolucionar o bitcoin (BTC): entenda o impacto do protocolo Runes
-
3
A verdade dura sobre a Petrobras (PETR4) hoje: por que a ação estaria tão perto de ser “o investimento perfeito”?