JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
O Bank of America (BofA) já deu o nome da sua ação favorita do setor alimentício. Apesar de ter visto seu lucro contrair 9,5% no segundo trimestre, a JBS (JBSS3) continua entre as recomendações preferidas dos analistas para este ano.
Porém, o banco revisou suas projeções para o frigorífico. Os analistas cortaram o preço-alvo que haviam fixado para os papéis, de R$ 67 para R$ 55.
Ainda assim, isso implica em um potencial de alta de 69,44% em relação ao fechamento das ações JBSS3 no último pregão, de R$ 32,46.
O corte no preço-alvo incorporou o aumento do WACC (custo médio ponderado de capital, em português) da JBS, que passou de 9,8% para 10,6%.
Isso porque o WACC é considerado a taxa mínima aceitável de retorno em um investimento em uma empresa. Por esse motivo, quanto maior o indicador, menor a avaliação e mais elevado o risco.
BofA otimista com a JBS (JBSS3)
Mas então, o que faz o Bank of America escolher logo a JBS (JBSS3) como ação favorita, se os riscos estão mais elevados e a valorização potencial para a ação diminuiu, na análise da própria casa?
Leia Também
“À luz da volatilidade esperada durante o ciclo de baixa da carne bovina dos EUA, examinamos os casos de alta e baixa. Concluímos que o risco ainda está muito inclinado para o lado positivo e reiteramos nossa classificação de compra”, disse o BofA, em nota.
Segundo a casa de análise, em qualquer cenário, “o fluxo de caixa permanece forte e o balanço é saudável”. Os analistas sustentam essa tese otimista por três pilares:
01. Diversificação
O primeiro deles é em função da “resiliência de resultados da JBS em função da diversificação dos negócios”.
A própria companhia justificou os números fortes no segundo trimestre com seu portfólio de produtos diversificado.
“Nos Estados Unidos, a demanda nos canais de varejo e food service permaneceu robusta mesmo diante de um cenário inflacionário desafiador. As melhoras operacionais, o portfólio diversificado, a boa rentabilidade no negócio de big birds e o contínuo crescimento dos produtos com marca foram os principais impulsionadores do aumento da rentabilidade no período”, disse a companhia.
02. Resultado trimestral
O segundo ponto que sustenta o otimismo dos analistas com a ação da companhia é justamente o resultado do segundo trimestre.
A JBS (JBSS3) teve um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões entre abril e junho deste ano, um recuo de 9,5% em relação a igual intervalo de 2021.
Apesar do recuo, o indicador ainda veio acima das expectativas dos analistas de mercado. O consenso Refinitiv esperava um lucro de R$ 3,2 bilhões no período.
No trimestre, a receita da companhia ainda avançou 7,7% na base anual, para R$ 92,1 bilhões — também acima do esperado, de R$ 91,5 bilhões.
“O balanço sólido permite oportunidades orgânicas e inorgânicas e retorno consistente de caixa aos acionistas”, disse o BofA, em relatório.
03. Valuation
O terceiro pilar da tese do Bank of America é o valuation atrativo da ação.
Segundo os analistas, o indicador reflete um múltiplo de ciclo de pico em quatro vezes o valor da empresa (EV) em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em português) da companhia para os próximos três anos.
Além disso, o valuation é reflexo do rendimento do fluxo de caixa livre de 21% no ano que vem e de 20% em 2024.
- Leia também: Tudo em família: filho de Wesley, sobrinho de Joesley é o novo presidente global de operações da JBS (JBSS3)
A JBS (JBSS3) em um cenário neutro
Os analistas do BofA acreditam que uma das principais variáveis da JBS (JBSS3) que os investidores prestam atenção é a performance da margem da companhia.
As ações tiveram desempenho inferior ao Ibovespa em 22% no acumulado do ano, na expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, que corresponde a 40% das vendas da empresa.
“No nosso caso de base, vemos margens mais altas no Brasil compensando parcialmente um ciclo de baixa nos EUA, apoiando os lucros.”
O pior cenário da JBS
Quando analisando o bear case — isto é, o caso de baixa para a JBS —, o Bank of America destaca três projeções negativas que podem afetar o desempenho da empresa. São elas:
- Baixas históricas para a margem de carne bovina dos EUA a partir de 2023 em diante;
- Margens para outras divisões abaixo da média de oito anos;
- Queda de 20% nos preços de carne bovina e de frango nos EUA em relação aos níveis atuais.
“Isso parece improvável, pois as proteínas em diferentes regiões tendem a ser anticíclicas, principalmente a carne bovina”, destacou a casa.
A JBS nas melhores projeções
Já quando os analistas imaginam os melhores cenários possíveis para a JBS (JBSS3), o bull case projeta:
- Margem Ebitda de longo prazo para carne bovina dos EUA acima da média histórica de 2023 em diante. Segundo o banco, o indicador poderia ser suportado por restrições de mão de obra e capacidade de abate, devido à consolidação;
- Margens médias de oito anos para outras divisões;
- Preços de carne bovina e de frango nos Estados Unidos mantidos nos patamares elevados atuais.
O BofA destaca que a principal diferença entre os cenários é, no bull case, a projeção das margens da carne bovina dos EUA.
“Supondo que, acima da média histórica, seja viável, com o mercado frigorífico consolidado, há uma restrição de mão de obra para aumentar a capacidade de abate, e a China — e, portanto, as exportações — vem desempenhando um papel importante na demanda.”
Os analistas destacam que esse fator não é levado em conta no caso base, uma vez que a casa adota uma “abordagem mais conservadora até que essas variáveis se tornem mais claras, especialmente em um cenário de ciclo de baixa”.
Veja também: Nova era do ethereum em risco? I Analistas alertam: Não é hora de receber o ethereum 2.0
É hora de vender São Martinho (SMTO3)? Morgan Stanley rebaixa ação na B3 — mas não é por causa das queimadas
Os analistas ainda cortaram o preço-alvo das ações de R$ 35 para R$ 26, o que implica em uma leve desvalorização de 1,6% em relação ao último fechamento
Tem estudante trocando os livros pelo Jogo do Tigrinho e pelas bets — e esta é a nova ameaça às empresas de educação na B3
Banco BTG Pactual vê crescimento das bets como uma potencial ameaça às empresas de educação, mas tem uma ação preferida no setor
A véspera do dia mais importante do ano: investidores se preparam para a Super Quarta dos bancos centrais
Em meio a expectativa de corte de juros nos EUA e alta no Brasil, tubarões do mercado local andam pessimistas com o Ibovespa
O que pensam os “tubarões” do mercado que estão pessimistas com a bolsa — e o que pode abrir uma nova janela de alta para o Ibovespa
Após o rali em agosto, grandes gestoras do mercado aproveitaram para mexer nas posições de seus portfólios — e o sentimento negativo com a bolsa brasileira domina novas apostas dos economistas
BTG eleva projeção para o S&P 500 em 2024 e elege as 20 melhores ações americanas para investir em setembro
Apesar das expectativas para o cenário de juros e as eleições nos EUA, o cenário macro para as ações continua forte e com oportunidades
Demissões na Boeing vêm aí? Em crise, empresa defende corte de gastos durante greve por aumento de salário
Greve dos funcionários na Boeing exige reajuste salarial de 40%, mas pode resultar em demissões temporárias e congelamentos de vagas
Localiza (RENT3) assustou com balanço pior que o esperado no 2T24 — mas bancão está confiante com a ação e prevê alta de 20% até 2025
Goldman Sachs manteve recomendação de compra para as ações RENT3, com preço-alvo de R$ 52,60 para os próximos 12 meses
Enquadrada pela CVM, JBS (JBSS3) divulga projeções financeiras e estima um Ebitda até duas vezes maior para 2024; confira o guidance da companhia
A “xerife” do mercado de capitais brasileiro determinou a publicação do guidance JBS após a companhia incluir as informações em uma apresenção divulgada em fevereiro deste ano
Lojas Renner (LREN3): agora vai? Ação da varejista saltou 20% no último mês e BTG vê espaço para mais
A varejista que sofreu com o protagonismo das “gigantes” asiáticas pode ter trimestres mais positivos daqui para frente; BTG cita otimização logística e sinais mais positivos no crédito
Americanas (AMER3) vai dizer adeus à bolsa? Minoritários querem exclusão definitiva da varejista do Novo Mercado — e oferta por ações na B3
Instituto que representa minoritários pediu à B3 um pedido de exclusão definitiva da Americanas do Novo Mercado e realização de OPA
Corte de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.? Nada disso: senadores democratas pedem diretamente para o chefe do BC dos EUA que Fed corte juros em 0,75 p.p.
As autoridades dos EUA acrescentam que “claramente” chegou a hora de reduzir as taxas, diante da desaceleração dos preços e de dados indicando o arrefecimento do emprego
Dólar cai e se aproxima dos R$ 5,50 mesmo com ‘puxadinho’ de Flávio Dino no Orçamento — e a ‘culpa’ é dos EUA
Real tira proveito da queda do dólar nos mercados internacionais diante da expectativa de corte de juros pelo Fed
Petrobras (PETR4) levanta US$ 1 bilhão em emissão de títulos globais e vê demanda superar a oferta em mais de 200%
A demanda superou a oferta em 3,2 vezes, com a participação de investidores da América do Norte, Europa, Ásia e América Latina
‘Crise de depreciação’ do real tem dois ‘vilões’, segundo o BIS – mas a moeda brasileira não é a única a perder para o dólar
O ‘banco central dos bancos centrais’ defende que as incertezas na economia dos Estados Unidos impactaram os ativos financeiros de países emergentes nos últimos meses
Estes dois fatores podem fazer com que as ações da Tenda (TEND3) saltem mais de 60% na bolsa, na visão do BTG Pactual
O banco de investimentos reiterou hoje a recomendação de compra para a Tenda, que é sua favorita entre as construtoras de baixa renda listadas na bolsa brasileira
Light (LIGT3) paga credores de debêntures de até R$ 30 mil — mas ainda há caminho a percorrer na recuperação judicial
O pagamento era um dos termos do plano de reestruturação de dívidas, que determinava que os credores quirografários que detivessem créditos de até R$ 30 mil recebessem o valor “automaticamente”
Um passo rumo à reestruturação? Azul (AZUL4) confirma negociações com arrendadores para quitar dívidas; ações lideram altas na bolsa
A companhia aérea afirmou, no entanto, que as discussões seguem em andamento e não há documento vinculante até o momento
Ouro nas máximas históricas: tem espaço para mais? Goldman Sachs dá a resposta e diz até onde metal deve ir
“Nossos analistas veem uma alta potencial de cerca de 15% nos preços do ouro com o aumento das sanções norte-americanas, igual àquele visto desde 2021”, destaca o relatório
É hora de comprar PETR4: Mais um bancão eleva recomendação para as ações da Petrobras — e dividendos estão por trás do otimismo
Os analistas do Itaú BBA calculam um potencial de retorno com dividendos (dividend yield) da estatal de 14% para 2025
Perdeu o sabor? Dólar alto e falta de espaço para reajuste de preços levam bancão a rebaixar M.Dias Branco (MDIA3)
M.Dias Branco atravessa o pior momento entre as representantes do setor alimentício com capital aberto cobertas pelo JP Morgan