Tempos desafiadores: Ambev desaponta com queda de 17,3% no lucro líquido ajustado do último trimestre
O motivo do valor mais baixo está atrelado ao fato de que o crescimento orgânico do Ebitda foi afetado, de forma negativa, por despesas financeiras mais altas
Depois de decepcionar seus acionistas no 3º trimestre de 2018, a Ambev encerrou o quarto trimestre do ano passado com um lucro líquido ajustado de R$ 3,72 bilhões, o que representou uma queda de 17,3% em relação ao período anterior. Os valores são mais baixos do que os que estavam previstos nas estimativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg.
O motivo do valor mais baixo está atrelado ao fato de que o crescimento orgânico do Ebitda foi afetado, de forma negativa, por despesas financeiras mais altas. Na previsão dos especialistas, a Ambev terminaria o último trimestre do ano com lucro líquido ajustado de R$ 4,13 bilhões. No fechamento anual, o lucro líquido anual também deu uma leve decepcionada ao finalizar em R$ 11,59 bilhões, o que representa uma queda de 5%.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que mede a geração de caixa, superou as expectativas dos analistas e encerrou o quarto trimestre em R$ 7, 47 milhões, com um crescimento orgânico de 5,3% e margem bruta de 62,2% (-290 pontos-base). No acumulado do ano, o Ebitda terminou em R$ 21,09 milhões, o que representa uma valorização orgânica de 9,4%.
A receita líquida, por sua vez, terminou o ano em 16,01 bilhões, ante 15,02 bilhões, ou seja, um aumento orgânico de 5,3%. No acumulado do ano, a receita líquida fechou em R$ 50,23 bilhões, o que representa uma alta orgânica de 6,9%. Ambos resultados vieram de acordo e um pouco acima do esperado pelos analistas da Bloomberg, respectivamente.
O momento é particularmente desafiador para a gigante de bebidas. A chegada de concorrentes de peso no mercado brasileiro tem colocado o tradicional modelo de negócios da empresa em xeque. Não à toa que as ações da cervejeira caíram 30% ao longo de 2018, enquanto a bolsa subiu 15%.
Olha os custos aí gente
No quesito gastos, a companhia divulgou que o custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro cresceu 19,1%, excluindo depreciação e amortização.
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O motivo está atrelado a pressões inflacionárias na Argentina e preços mais elevados das commodities, além de uma base de comparação desfavorável no quarto trimestre do ano anterior, que foram particialmente compensados por um câmbio favorável no Brasil.
Já no acumulado do ano, o CPV por hectolitro aumentou 8,7%, se excluirmos depreciação e amortização.
Brasil
No caso brasileiro, a receita líquida do quarto trimestre teve um leve crescimento de 0,9%, suportada pelo aumento de 3,1% na receita líquida por hectolitro. No acumulado do ano, o volume de cerveja no Brasil caiu 3,1%.
Na justificativa, a Ambev alegou que o mercado consumidor do país foi mais desafiador do início do trimestre, mas que começaram a enxergar uma tendência de melhora sequencial em novembro e dezembro. O Ebitda apresentou ligeira redução de 0,6%, com uma contração de 50,4%, na margem de 80 pontos-base.
O desempenho foi afetado pelo preço das commodities, especialmente alumínio e cevada, mas que foram marginalmente compensados por um taxa de câmbio favorável e uma redução das despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A). No acumulado do ano, o volume de cerveja no Brasil caiu 3,1%.
Já no segmento de bebidas não alcoólicas no Brasil (NAB Brasil), a receita líquida diminuiu 9,1% no trimestre, com um aumento na receita líquida por hectolitro de 0,8% e uma diminuição no volume de 9,8%. No acumulado do ano, o volume diminuiu 8,7%.
Já o Ebitda do segmento diminuiu 44,9%, assim como esperado, devido à volatilidade no CPV por hectolitro de bebidas não alcoólicas entre os trimestres. O Ebitda acumulado do ano aumentou 5,1%. A margem EBITDA foi de 31,9% no trimestre enquanto para o acumulado do ano a margem foi de 37,1%.
Para o país, a expectativa da empresa é acelerar o segmento premium com marcas como Budweiser, Stella Artois e Corona, além de elevar o segmento mais "core" da empresa, com marcas como Skol e Brahma.
América do Sul
O cenário macroeconômico também foi desafiador com queda de 7,3% no volume impulsionado, principalmente pela Argentina, onde o volume de cerveja teve desvalorização de dois dígitos. Mesmo assim, a receita líquida orgânica cresceu 21,8% no trimestre.
Na avaliação da empresa, o cenário argentino permanece desafiador, com uma baixa confiança do consumidor ainda impactando o consumo.
No acumulado do ano, o volume caiu 0,8%, dado que a pressão no volume da Argentina no segundo semestre, foi parcialmente compensada por um
forte primeiro semestre.
Ainda que o volume tenha sido mais fraco no trimestre, a empresa disse que conseguiu manter a política de aumentos de preço devido à continuidade de iniciativas de gestão de receita. O EBITDA aumentou 38,9% com expansão de margem de 700 pontos-base para 51,4%, se beneficiando de uma taxa de câmbio favorável.
2019 em jogo
Para este ano, a empresa destacou que está entusiasmada com o segmento de bebidas não alcoólicas no Brasil (NAB Brasil) e que vai continuar a investir na expansão da sua linha premium com marcas como Lipton, Do Bem, Tônica e Gatorade, já que elas contribuem para um mix mais rentável.
Além disso, ela falou que pretende continuar com a promoção da principal marca da companhia que é a Guaraná Antarctica.
No relatório, a Ambev destacou que a perspectiva para 2019 é positiva por conta dos melhores fundamentos macroeconômicos e que estão confiantes de que tem o plano certo para acelerar a alta do Ebitda. Por outro lado, a preocupação para este ano permanece com o aumento significativo dos custos.
E 2018?
Já sobre o ano que passou, a Ambev disse que não estava satisfeita com os resultados, mas que estava comprometida em melhorar o desempenho por meio de uma estratégia clara de execução.
Na visão da empresa, "o ano de 2018 foi marcado por investimentos transformacionais em nosso portfólio de cervejas no Brasil, com inovações em novos líquidos e embalagens. Nossa mentalidade de donos exige um foco na criação de valor sustentável de longo prazo, mesmo que uma volatilidade temporária tenha pressionado nossos resultados no curto prazo".
O plano da companhia tem como base um portfólio que permite participar de todos os segmentos do mercado de cerveja brasileiro, alcançando um crescimento de top-line mais equilibrado entre volume e receita, aliando a sua capacidade de distribuição com as inovações no pipeline, investimentos comerciais e gente.
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