Por que o ‘modelo Ambev’ de negócio foi colocado em xeque
Acostumada a altas margens de lucro, a empresa sofreu um tombo em 2018. Mudanças no setor e aumento da concorrência ajudam a explicar queda
A outrora queridinha dos investidores Ambev passa por um momento diferente. Em 2018, enquanto a bolsa alcançou 15% de valorização, as ações da gigante de bebidas caíram nada menos que 30%.
Em números absolutos, como aponta o jornal O Estado de São Paulo, a companhia foi a que perdeu mais valor de mercado no Ibovespa: de R$ 340,7 bilhões para R$ 241,8 bilhões.
Vale lembrar, porém, que desde o início de 2019, a Ambev tem acompanhado a onda de alta do índice e já recuperou 16% de seu valor.
O jogo mudou
Uma série de fatores explica as dificuldades pelas quais a cervejaria, acostumada a altas margens de lucro, vem passando.
Forte no modelo de distribuição direta, com vendas para bares, a empresa tem visto a concorrência tirar proveito de transformações do setor nos últimos anos.
Para o Bradesco, um dos maiores desafios da fabricante de bebidas é o crescimento das vendas dos produtos em atacarejos, o que tira da Ambev a vantagem da distribuição direta e de maior alcance, sobretudo dos bares.
A companhia tem hoje 1 milhão de pontos de venda, enquanto a Heineken (dona de Kaiser e Schin) tem 600 mil e a Petrópolis (da Itaipava), 700 mil.
O problema é que a venda de cerveja em supermercados, que não exige um sistema de distribuição tão complexo como o montado pela Ambev, avançou nos últimos anos.
Além disso, em países que atravessaram crises profundas como o Brasil, o consumo não voltou para os bares após a retomada econômica.
Em relatório, o Bradesco prevê que a participação da venda de cervejas em mercados aumente dos atuais 38% para 41% até 2022.
Uma Heineken no caminho
Além das mudanças no setor e da crise econômica, a competição também está mais acirrada. Nos últimos dez anos, a Ambev perdeu quase 5 pontos porcentuais do mercado, segundo a Euromonitor.
O banco UBS diz que a Heineken tem consolidado suas marcas, dificultando a recuperação de “market share” da Ambev.
Um levantamento com 1,6 mil consumidores concluiu que a percepção da Heineken como marca “premium” passou de 20% para 24% no último ano, enquanto a da Stella Artois (da Ambev) recuou de 35% para 31%.
Agora vai?
Apesar das dificuldades, a tendência é que o setor cervejeiro comece a melhorar lentamente. As projeções apontam para uma recuperação do mercado como um todo, depois de três anos de retração.
No acumulado de 2019, com a Bolsa brasileira avançando de forma acelerada. Ontem, a companhia fechou avaliada em R$ 286,4 bilhões.
Resta saber se a Ambev conseguirá recuperar as margens ostentadas em 2015.
*Com o Estado de São Paulo e Estadão Conteúdo
Vagas de emprego: PagBank PagSeguro, C6 Bank e Banco Inter estão com processos seletivos abertos; confira as principais oportunidades da semana
Ao todo, são mais de 200 vagas de emprego para diversas áreas no formato híbrido ou remoto, em todo o país
Vagas de emprego: Ambev está com inscrições abertas; confira as principais oportunidades da semana
Ao todo, são mais de 200 vagas de emprego para diversas áreas no formato híbrido ou remoto
Emprego no metaverso? Ambev realiza feira de carreiras no mundo virtual; confira
O evento acontece entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro; ao final, 35 participantes serão selecionados para vivenciar um dia como colaborador da empresa
Ambev e Burger King estão com vagas de emprego abertas; confira as oportunidades da semana
As empresas estão recrutando profissionais para as áreas de tecnologia e corporativo, no modelo remoto, híbrido ou presencial, a depender do cargo
Desce mais uma? Volume de vendas é surpresa positiva do balanço da Ambev; custos pressionam resultado
Entre as principais pressões para a Ambev estão a alta nos preços das commodities e os custos com distribuição
Ambev (ABEV3) vende mais cerveja e tem lucro de R$ 3 bilhões, alta de 4,2%
Apesar da pressão sentida pelo aumento de custo das commodities e alta da inflação, Ambev viu crescimento no consumo fora de casa
A vida de Jorge Paulo Lemann por trás da Ambev: conheça os segredos e ensinamentos do homem mais rico do Brasil
O guia gratuito feito pelo Seu Dinheiro reúne as histórias dos maiores bilionários brasileiros, desde o início da jornada até a formação dos grandes impérios destes empresários
Ambev (ABEV3) dispara após JP Morgan ver o copo meio cheio e recomendar compra para as ações pela primeira vez
Ações da Ambev (ABEV3) lideram as altas do Ibovespa no pregão desta quarta; segundo o JP Morgan, potencial de valorização é de mais de 20%
Conheça os segredos do ‘Véio da Havan’, Lemann e outros bilionários brasileiros: guia traz as lições dos homens e mulheres mais ricos do país
O guia do Seu Dinheiro mostra como as pessoas mais ricas do Brasil começaram a trajetória até atingirem o tão sonhado bilhão na conta e reúne os melhores ensinamentos dos bilionários
O homem mais rico do Brasil: Como Jorge Paulo Lemann construiu uma fortuna de US$ 15,1 bilhões com cerveja e hambúrguer
Com uma gestão polêmica de empresas desde o começo, o carioca revolucionou o mercado de capitais brasileiro e construiu um verdadeiro império
Leia Também
-
Bolsa hoje: Dólar cai a R$ 5,11 com inflação nos EUA; Ibovespa retoma os 126 mil pontos com NY e avança 1% na semana
-
Bolsa hoje: Com 'cabo de guerra' entre Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em leve queda; dólar sobe a R$ 5,16
-
Bolsa hoje: Ibovespa cai com bancos e NY antes de resultados da Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,14
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas
-
3
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+