Magazine Luiza, Ambev, Petrobras, Vale, Banco do Brasil e mais 25 empresas divulgam balanços nesta semana
Saiba o que esperar dos principais números de cada companhia, numa semana cheia de resultados, e esteja preparado para qualquer eventual surpresa do mercado
A temporada de balanços das empresas segue a todo vapor. Já tivemos até agora, entre outros resultados, os números do Santander — mais uma vez à frente do Bradesco —, Gol — que vive um imbróglio com o leilão de partes da Avianca — e Via Varejo — no vermelho pelo terceiro trimestre consecutivo.
Mas esta semana deve ser a mais intensa em número de balanços: são cerca de 30 empresas que divulgam seus números. Para ficar nos destaques, Magazine Luiza nesta segunda-feira, 6, Ambev e Petrobras na terça-feira, 7, Vale e Banco do Brasil na quinta-feira, 9, e BRF para fechar a semana, na sexta-feira, 10.
Em meio a tantos resultados, a dúvida: em quais balanços prestar a atenção? Abaixo você confere o que esperar de cada destaque desse período.

Que Amazon?
Os números do primeiro semestre da Magazine Luiza devem atestar o bom momento vivido pela empresa, nas previsões de analistas ouvidos pela Bloomberg. Eles projetam um lucro líquido de R$ 133 milhões — número semelhante ao R$ 148 milhões do mesmo período do ano passado.
No balanço do trimestre encerrado no final de 2018, a empresa já havia superado as expectativas dos analistas após um período de fortes investimentos no varejo online.
Leia Também
Nem mesmo os movimentos recentes da Amazon, que no início deste ano expandiu e passou a ter estoque próprio no Brasil, abalou a Magalu, que seguiu seus planos. Entre outras coisas, a companhia arrematou a Netshoes, numa disputa que envolvia também a B2W (dona da Americanas.com e do Submarino), e avançou para o Norte do País, com a abertura de Lojas.
A Magalu também teve uma vitória na Justiça: o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a inclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base de cálculo do PIS e da COFINS. Com o trânsito em julgado, a varejista teve reconhecido o direito de reaver, mediante compensação, os valores já recolhidos. A estimativa da Magalu é que os créditos corrigidos representem aproximadamente R$ 750 milhões — valor que deve ser validado perante a Receita Federal.
Quem tem motivos para comemorar, é claro, são as pessoas que detêm os papéis da empresa, entre elas a empresária Luiza Helena Trajano, a acionista majoritária. Entre 2015 e o início deste ano, Trajano viu o preço da ação da sua empresa crescer 183 vezes.

De volta ao ringue
Outra empresa que deve apresentar números animadores para os acionistas é a Ambev. Os analistas consultados pela Bloomberg esperam um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, ante R$ 2,6 bilhões do mesmo período do ano passado, evidenciando uma retomada da empresa ao combate.
O ano de 2018, no geral, foi complicado para a Ambev, que viu suas ações caírem 30% — foi a companhia que mais perdeu valor de mercado no Ibovespa, o principal índice da Bolsa, em números absolutos: de R$ 340,7 bilhões para R$ 241,8 bilhões.
A explicação, de acordo com especialistas, estaria na atuação da concorrência nas vendas dos produtos em atacarejos. Forte no modelo de distribuição direta, com vendas para bares, a empresa viu a concorrência tirar proveito de transformações do setor nos últimos anos.
Conforme a Bruna Furlani contou aqui no Seu Dinheiro, o último resultado trimestral da empresa foi de queda de 17,3% no lucro líquido ajustado. Até que, já no final de abril, analistas da Goldman Sachs passaram a prever bons números para a companhia neste primeiro período de 2019, por conta do carnaval e do verão. Pois é, se brasileiros amam essa combinação, imagine os acionistas da Ambev…

Entre a contradição liberal e intervencionista
Depois de um 2018 positivo, a Petrobras tem vivido muitas mudanças no sentindo liberal. Para ficar em alguns exemplos, no último dia 26, o Conselho de Administração da estatal aprovou novas diretrizes, de desinvestimento, de gestão de portfólio de ativos. Na semana passada, foi a vez de se desfazer da refinaria de Pasadena — símbolo de corrupção dos governos petistas. Antes do feito, houve a venda de 90% da participação na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG).
Fora isso, a empresa tem estado sujeita às declarações e interferências do presidente Jair Bolsonaro, a exemplo do que aconteceu com a política de preços da estatal. Em 11 de abril, o chefe do Executivo determinou a suspensão do reajuste de 5,7% no preço do diesel (o litro passaria de R$ 2,1432 para R$ 2,2662).
A medida, de imediato, jogou para baixo as ações da empresa. Posteriormente o presidente disse que não interferiria novamente nos valores, mas é claro que o caso deixou o mercado com um pé atrás.
De qualquer forma, se focarmos nos balanços, veremos que a empresa vive um bom momento. No ano passado, a estatal teve seu primeiro resultado anual positivo desde 2013, com lucro líquido de R$ 25,779 bilhões. Para o primeiro trimestre de 2019, os analistas ouvidos pela Bloomberg esperam que a empresa tenha um lucro líquido de R$ 5,7 bilhões, ante R$ 4,8 bilhões do mesmo período do ano passado. É esperar para ver.

'Digerindo' Brumadinho
O contexto da Vale é delicado, do ponto de vista da imagem pública da empresa. Você deve lembrar que, no início do ano, o rompimento de uma barragem da empresa em Brumadinho (MG) causou mais de 200 mortes, fora o prejuízo ambiental.
Mas dois meses depois da tragédia, a mineradora anunciava um lucro líquido de 25,657 bilhões em 2018 — uma alta de 24,6% em relação ao ano anterior. No quarto trimestre, o lucro da Vale atingiu US$ 3,786 bilhões, quase quatro vezes maior que no mesmo período de 2017.
A empresa então começou a promover restrições na sua produção, em resposta a sentenças judiciais e por decisões internas. O que, ao que indica a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), terá um efeito brutal sobre a economia de MG.
Segundo a entidade, mantida a situação atual, 850 mil vagas podem ser fechadas e o PIB estadual vai avançar 0,8% este ano — menos de um quarto da projeção anterior, de 3,3%. “Temos de aprender com os fatos (de Brumadinho e Mariana), mas os efeitos na economia são perversos”, disse o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, em abril. Para ele, após a tragédia, a Vale adotou “posição conservadora”.
Apesar disso, os analistas da Bloomberg preveem que, neste semestre, o desempenho da empresa, em relação ao lucro líquido, deve ficar em R$ 8,8 bilhões, ante R$ 5,7 bilhões do mesmo período de 2018. A avaliação pode ser explicada em parte porque, mesmo com a previsão de vender 20% a menos, o preço do minério de ferro exportado pelo País subiu 11,6% em relação a igual período do ano passado.

Novos ares
Outra empresa sensível as declarações do presidente da República, o Banco do Brasil passou por dois episódios recentes que evidenciam a vocação intervencionista de Bolsonaro. Só no último mês, ele pediu para suspender uma peça publicitária da instituição destinada ao público jovem e "brincou" ao apelar para que o presidente do banco, Rubem Novaes, reduzisse os juros para o setor agropecuário — o mercado reagiu mal e houve quedas nas ações.
Apesar disso, o BB espera registrar neste ano um lucro entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões — na melhor das hipóteses, o resultado pode crescer 29,5%. A instituição também projeta um aumento entre 3% a 6% na carteira de crédito neste ano, sem considerar as operações realizadas com o governo.
O banco trocou de gestão e tem novos ares desde o início de 2019, quando Rubem Novaes assumiu a cadeira da presidência. Ele anunciou a intenção de vender parte de negócios nas áreas de gestão de fundos, banco de investimento e recuperação de créditos.
Em relação ao primeiro trimestre, analistas ouvidos pela Bloomberg esperam um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, ante R$ 3,0 bilhões do mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido esperado é de 15,7%, ante 12,7% no mesmo período de 2018 — esse é um dos parâmetros que mais interessa ao acionista de qualquer banco, pois reflete diretamente como a instituição está empregando o capital que vem dos mercados.
No trimestre passado, a rentabilidade atingiu 16,3%. Mas ainda distante dos concorrentes. Para efeito de comparação, o Bradesco entregou um retorno de 19,7% no quarto trimestre, o Santander atingiu 21,1% e o Itaú Unibanco, 21,8%.
Em 2019, no primeiro trimestre, Bradesco, Santander e Itaú melhoram ainda mais esses números. O BB vai ter de correr se não quiser ficar para trás.

Outro destaque deve ser a BRF. A empresa também passa por mudanças na sua cúpula, entre elas a saída de Pedro Parente da presidência e de Ivan Monteiro — executivo que exercia os cargos de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores; será substituído por Lorival Nogueira Luz Junior. A empresa espera um lucro líquido de 2,8 bilhões, ante os 2,5 bilhões do primeiro trimestre de 2018.

Neste momento, já ficou claro que a agenda estará realmente cheia, né? Para você não se perder, consulte esta tabela com as principais projeções de mercado.

BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
Na contramão da Black Friday, Apple lança ‘bolsinha’ a preço de celular novo; veja alternativas bem mais em conta que o iPhone Pocket
Apple lança bolsinha para iPhone em parceria com a Issey Miyake com preços acima de R$ 1,2 mil
Todo mundo odeia o presencial? Nubank enfrenta dores de cabeça após anunciar fim do home office, e 14 pessoas são demitidas
Em um comunicado interno, o CTO do banco digital afirmou que foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída
Família Diniz vende fatia no Carrefour da França após parceria de 10 anos; veja quem são os magnatas que viraram os principais acionistas da rede
No lugar da família Diniz no Carrefour, entrou a família Saadé, que passa a ser a nova acionista principal da companhia. Família franco-libanesa é dona de líder global de logística marítima
Itaú vs. Mercado Pago: quem entrega mais vantagens na Black Friday 2025?
Com descontos de até 60%, cashback e parcelamento ampliado, Itaú e Mercado Pago intensificam a disputa pelo consumidor na Black Friday 2025
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço
Lucro da Moura Dubeux (MDNE3) salta 32,1% e vem acompanhado de dividendos; diretor diz que distribuição deve engordar
A construtora também está de olho no endividamento — encerrou o terceiro trimestre com o índice dívida líquida/patrimônio líquido em 13,6%, patamar “muito saudável” na visão do executivo Diogo Barral
