Magazine Luiza, Pão de Açúcar, Bradesco, Santander, Cielo e mais 11 empresas divulgam balanços nesta semana
Saiba o que esperar dos principais números de cada companhia, numa semana cheia de resultados, e esteja preparado para qualquer eventual surpresa do mercado
A temporada de balanços das empresas segue intensa nesta semana no Brasil. Ao menos 16 companhias divulgam seus números relativos ao terceiro trimestre. O destaque no período fica por conta do setor financeiro e do varejo.
A empresa de maquinhas de cartão Cielo e o Magazine Luiza apresentam seus resultados na terça-feira (29). A varejista B2W, o banco Santander e o Grupo Pão de Açúcar (GPA) divulgam seus números no dia seguinte.
Outra companhia que o investidor deve prestar a atenção é Bradesco — quinta-feira (31) é dia dos números da empresa. Confira o que você deve esperar dos destaques da semana.

Varejo ganha um jogador
O trimestre foi de susto para os acionistas do Magazine Luiza, B2W e outras varejistas que têm presença forte online, com o lançamento de um pacote de serviços da Amazon por R$ 9,90 com conteúdo digital e entrega grátis de produtos no país.
O gesto da companhia foi interpretado por parte dos analistas como uma tentativa de testar o terreno no mercado brasileiro e mexeu momentaneamente com os ativos da concorrência. Em setembro, nos dois dias seguidos ao anúncio do serviço, os papeis do Magalu e da B2W chegaram a cair mais de 10%.
Leia Também
Mas as semanas seguintes provaram que, por ora, a situação de ambas as companhias é de tranquilidade na bolsa. No ano, os papeis do Magazine Luiza acumulam alta de 89% e as ações da B2W sobem 30%.
O Magazine Luiza respondeu ao avanço da companhia de Bezos e, em setembro, lançou frete grátis nas compras realizadas em seu marketplace, que reúne produtos de mais de 8 mil vendedores. Fora isso, a companhia não anunciou grandes novidades. Mas ainda assim analistas ouvidos pela Bloomberg esperam novamente números fortes.
No segundo trimestre deste ano, o Magalu reportou vendas totais de R$ 5,7 bilhões, um crescimento de 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse montante, o e-commerce respondeu por 41,5% — entre abril e junho de 2018, essa fatia era de apenas 33%.
Já a B2W voltou ao radar dos analistas em agosto com a repercussão da proposta de migrar de um modelo puramente focado no comércio eletrônico para uma opção híbrida - acompanhada do aumento de capital em R$ 2,5 bilhões. À época, analistas do banco UBS disseram que com a ideia a varejista apresentava um caminho claro rumo ao crescimento de sua plataforma.
As novas perspectivas para a empresa fizeram com que os especialistas do banco elevassem a recomendação quanto aos papéis ordinários da companhia para compra - definindo o preço-alvo das ações em 12 meses a R$ 56. Na quinta-feira, os papeis ON (BTOW3) fecharam o dia cotados a R$ 54,78.
Os analistas da instituição suíça disseram que a B2W migrar para um modelo que busca unir o e-commerce com uma plataforma que apresenta em um só lugar lojas de vários segmentos e uma parte de serviços digitais pode fazer com que o volume bruto de mercadorias dentro de plataformas conhecido como GMV passe de 31% no segundo trimestre de 2019 para 34% no terceiro trimestre deste ano.
Eles relembraram que as Americanas.com, que faz parte do grupo, são o destino número um nas categorias de busca e que há espaço para aumentar ainda mais a sua presença digital. Outro ponto de destaque é que o mercado online ainda tem baixa penetração no Brasil e que a B2W pode alcançar um market share de 25% em 2021, roubando o espaço de players menores.
Mas vale lembrar que B2W e Americanas, apresentaram alguns dados decepcionantes no último trimestre. A primeira aumentou o seu prejuízo em 94% no período comparado com o segundo trimestre de 2018, para R$ 67,7 milhões. Enquanto a segunda companhia teve lucro líquido de R$ 272,8 milhões, queda de 4,2% na mesma base de comparação.
Para o terceiro trimestre, analistas ouvidos pela Bloomberg esperam que o prejuízo da B2W chegue a R$ 97 milhões e a Americanas lucre 4,79% a menos que o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 68 milhões.
Magazine Luiza (projeções)
- Lucro líquido: R$ 114,333 milhões (↓ 2,57%)
- Receita líquida: R$ 4,657 bilhões (↑ 26,89%)
- Ebitda: R$ 349,500 milhões (↑ 25,31%)
B2W (projeções)
- Lucro líquido: R$ -97,414 milhões (↓ 7,92%)
- Receita líquida: R$ 1,631 bilhão (↑ 4,75%)
- Ebitda: R$ 146 milhões (↑ 25,21%)
Pão de Açúcar em mudanças
Outra companhia do setor de varejo, o GPA, depois de vender sua participação na Via Varejo, começou uma mudança importante no trimestre: a migração para o Novo Mercado da B3, que reúne empresas com o mais alto padrão de governança corporativa - cuja presença tende a reforçar a confiança do investidor e agregar valor, ainda que subjetivo, às ações.
No início deste mês, a empresa publicou o primeiro aviso da oferta pública de aquisição (OPA) da Almacenes Éxito, que possui ações listadas na Colômbia. A operação será realizada pela Sendas Distribuidora, controlada pelo GPA, ao preço de 18 mil pesos colombianos por ação (R$ 21,52).
Os acionistas do Éxito tem até 19 de novembro para aderir à OPA. Após a operação, o GPA inicia os procedimentos para sua migração para o Novo Mercado, considerando-se a conversão das ações preferenciais em ações ordinárias na proporção de 1:1.
GPA (projeções)
- Lucro líquido: R$ 235,333 milhões (↑ 32,91%)
- Receita líquida: R$ 13,550 bilhões (↑ 10,54)
- Ebitda: R$ 806,400 milhões (↑ 20,36%)
Os bancões e as maquininhas
Os grandes bancos sempre chamam a atenção pelo seus lucros bilionários, mas o mercado brasileiro guarda particularidades que exigem mais atenção do acionista. Hoje, há concorrência com as fintechs, juros baixos e economia em ritmo lento. Diante desse cenário, os números colossais seguem dando a tônica nos balanços.
As estimativas dos analistas também indicam que Bradesco e Santander fecharão o trimestre com rentabilidade de 19% e 20%, respectivamente. No segundo trimestre, o lucro de ambos superou projeções de analistas, como você pode conferir.
Santander (projeções)
- Lucro líquido: R$ 3,64 bilhões
- Receita líquida: R$ 16,246 bilhões
- Retorno Patrimonial: 20,260%
Embora os bancos tenham mostrado no segundo trimestre que são capazes de lucrar em qualquer cenário, a queda da taxa de juros para os menores níveis históricos representa um novo teste para as instituições. Os bancos precisam depender cada vez mais de sua atividade principal: a concessão de financiamentos.
No trimestre, é possível aferir que Bradesco e Santander chegaram a esse entendimento. Ambos anunciaram a redução de juros do crédito imobiliário, indicando que estão com apetite. Bradesco diminuiu a taxa mínima de 8,10% para 7,30%, enquanto o Santander baixou de 8,50% para 7,99%.
Bradesco (projeções)
- Lucro líquido: R$ 6,456 bilhões (↑ 11,25%)
- Receita líquida: R$ 24,972 bilhões ( ↑ 4,83%)
- Retorno Patrimonial: 19,883% (↑ 1,203 p.p.)
A tecnologia, outro elemento que impacta o mercado, tem as fintechs - startups do setor financeiro - como representantes. São elas que estão mexendo com o valor de mercado da Cielo, controlada por Banco do Brasil e Bradesco. Nos últimos doze meses, os papeis ON (CIEL3) acumulam perdas da ordem de 28%.
A empresa registrou queda de 33% no lucro no segundo trimestre deste ano, mas apresentou um aumento de 9% nos volumes negociados em suas maquininhas. O movimento mostrou uma disposição da Cielo avançar na guerra de preços. O lucro da empresa deve cair pela metade no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com analistas.
A companhia também anunciou, em agosto, um aplicativo de conta digital, o Cielo Pay. O app oferece a possibilidade de recebimento de valores das vendas na hora efetuada mesmo sem contar com as maquininhas.
Cielo (projeções)
- Lucro líquido: R$ 376,667 milhões (↓ 52,56%)
- Receita líquida: R$ 2,966 bilhões (↑ 0,14%)
- Ebitda: R$ 825,333 milhões (↓ 28,42%)

Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
