‘Mãos de tesoura’
Fui repórter de Economia por uma década, mas há quatro anos “migrei” para a edição. Entre aspas porque nunca consegui deixar de escrever e ficar só na coordenação. Mas essa virada de chave trouxe um desafio: mexer no texto dos colegas. É um trabalho invisível que exige uma certa sensibilidade e precisão para tornar uma reportagem mais interessante e compreensível, sem alterar sua essência ou o estilo do autor.
No mundo ideal, o editor não muda uma vírgula. O texto chega redondinho e pronto para publicar. Felizmente, a equipe do Seu Dinheiro recorrentemente me dá essa colher de chá.
Algumas vezes, o pessoal abusa de termos técnicos e faço alguns ajustes pontuais para tornar a informação mais clara. E há também momentos em que o repórter se empolga nas linhas e preciso sacar a tesoura. Ninguém gosta de cortar. Dói, mas faz parte.

Eu sofro com os textos, mas há cortes mais difíceis. Os que são necessários na reestruturação de uma empresa, por exemplo. Claudio Galeazzi se especializou nesses processos e ganhou até o apelido de “mãos de tesoura” no mercado.
Aos 79 anos e com reestruturações de empresas como Pão de Açúcar, Lojas Americanas e BRF no currículo, Galeazzi hoje é também conselheiro de empresas. Ele tem uma cadeira nos conselhos de administração do BTG Pactual e do Smiles.
Leia Também
Galezzi recebeu a repórter Daniele Madureira para uma entrevista para a série “Os conselheiros”. Ele traz sua visão sobre os maiores erros das empresas, o processo de reestruturação e fala do papel como conselheiro.
Aliás, ele esteve na equipe responsável pela gestão de crise no BTG após a prisão do sócio-fundador, André Esteves, em 2015. Ele falou sobre o trabalho feito na época e comentou a recente operação da Polícia Federal que teve o banco novamente como alvo no último dia 23 (e derrubou as ações da companhia). Veja todos os detalhes na entrevista exclusiva de Claudio Galeazzi ao Seu Dinheiro.
A Bula da Semana: disputa comercial e Previdência
O mercado financeiro deve ter sua liquidez drenada hoje por conta do feriado nos Estados Unidos. Depois de um final de mês mais otimista, o dia é para reavaliar o cenário - tendo novamente como fator-chave a guerra comercial entre China e EUA. Por aqui, também volta ao radar a reforma da Previdência, que pode ser votada na quarta-feira no Senado.
Hoje, os dados de atividade na China fizeram com que a Bolsa de Xangai avançasse 1,3%. As demais praças na Ásia foram afetadas pela cobrança de tarifas adicionais em produtos chineses e norte-americanos, que começou ontem. Hong Kong recuou 0,4%, impactada por uma nova onda de protestos violentos. No Ocidente, a ausência do pregão em Wall Street deixa as bolsas europeias à deriva, tentando se apoiar na ligeira alta em Nova York ao final da semana passada.
Para ter um panorama dos principais eventos que vão mexer com a bolsa nos próximos dias, acesse a edição semanal da Bula do Mercado. É um conteúdo gratuito, exclusivo para os leitores Premium. Para acessá-lo é preciso apenas fazer um cadastro aqui e indicar esta newsletter para cinco amigos. Os conteúdos serão liberados assim que eles aceitarem o convite.
Na sexta-feira, o Ibovespa registrou ganhos de 0,61%, fechando aos 101.134,61 pontos. O dólar à vista caiu 0,68%, a R$ 4,1453. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.
Uma passadinha no shopping
Depois de passar um tempo fora do radar, as ações de shoppings estão de volta às apostas de analistas e gestores. A Bruna Furlani se debruçou sobre relatórios e conversou com analistas para entender os principais indicadores que têm mexido com o mercado. Ela também aponta nesta reportagem qual ação dos shoppings é a favorita do mercado. Vale a leitura.
Uma cota de dólar
A Argentina corre para tentar conter a crise econômica que toma conta do país. O governo de Mauricio Macri anunciou que vai fixar um limite de US$ 10 mil por mês para a compra do dólar por pessoas físicas. Quem quiser comprar acima do teto estabelecido deverá pedir autorização à instituição. A medida é uma tentativa de reduzir a disparada da cotação do dólar, que se acentuou na última semana. Entenda.
Um passo para cima
O Boletim Focus desta semana estima um avanço de 0,87% da economia brasileira em 2019, ante 0,80% da última projeção. A publicação do Banco Central mostra o ajuste do mercado após a divulgação do PIB do segundo trimestre, que cresceu 0,4% e veio acima das expectativas. Mas a previsão para o próximo ano permanece a mesma da semana passada: 2,10%. Saiba mais.
Um passo para baixo
Apesar do sopro de otimismo no mercado financeiro, o desempenho da economia no segundo trimestre não foi suficiente para sustentar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha, a rejeição ao governo subiu para 38% dos entrevistados. Dois meses atrás, a reprovação era de 33%. A aprovação do presidente caiu de 33% para 29%. Confira os números.
Um grande abraço e ótima segunda-feira!
Agenda
Índices
- FGV divulga o IPC-S da 4ª quadrissemana de agosto
- HSBC divulga PMI Industrial de agosto
- CNI apresenta indicadores industriais de julho
- Fenabrave: vendas de automóveis de agosto
- Secretaria de Comércio Exterior divulga balança comercial de agosto
Mercados
- Feriado do Dia do Trabalho deixa mercados fechados nos Estados Unidos
Bancos Centrais
- Banco Central divulga o Boletim Focus
- BC realização leilão de venda à vista de até US$ 580 milhões conjugado com leilão de swap cambial reverso
- BC realiza leilão de swap cambial tradicional
- BC realiza oferta de até R$ 3 bi em operações compromissadas de três meses
- Banco Central da Coreia do Sul divulga Produto Interno Bruto (PIB) final do 2º trimestre
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
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Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
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