A boa notícia é que o dólar à vista caiu mais de 1%. A má é que ele continua acima de R$ 4,20
Em meio ao feriado nos EUA, o dólar à vista conseguiu passar por uma onda de despressurização, motivada pela estratégia de atuação do BC e por dados econômicos mais animadores

A sessão desta quinta-feira (28) foi marcada por notícias positivas e negativas, tanto para o dólar à vista quanto para o Ibovespa. No caso do mercado de câmbio, as boas novas dizem respeito à queda de 1,02% na moeda americana; as más ficam com a cotação em si: apesar da forte baixa, a divisa ainda aparece a R$ 4,2153.
Ou seja: mesmo com a baixa expressiva, o dólar à vista continua perto das máximas — o patamar atual representa a terceira maior cotação de fechamento da história, em termos nominais. Mas há motivo para comemoração, já que, ao menos, a moeda interrompeu a trajetória de alta vista nos últimos dias.
E o Ibovespa? Bem, a boa notícia foi a alta de 0,54% do índice, que chegou aos 108.290,09 pontos hoje. Mas também há um copo meio vazio na bolsa: o fraco giro financeiro, que totalizou apenas R$ 12,5 bilhões hoje, um indício de que essa recuperação pode ser revertida quando as operações voltarem ao ritmo normal.
E essa queda no volume de operações se deve ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos — uma das datas comemorativas mais importantes do país. Com os mercados americanos fechados e grande parte dos investidores fora de ação, as negociações correram com o freio de mão puxado no mundo todo.
E as curvas de juros? Bem, no início do dia, os DIs chegaram a operar em forte alta, ainda pressionados pela perspectiva de interrupção antecipada no ciclo de cortes da Selic em função da disparada do dólar. Mas, com a moeda americana passando por um forte alívio, os juros também passaram por ajustes negativos.
R$ 4,21
A onda de calmaria que atingiu o mercado de câmbio nesta quinta-feira teve dois gatilhos: uma mudança de estratégia por parte do Banco Central (BC) e a divulgação de dados econômicos mais animadores no Brasil.
Leia Também
Nos últimos dias, a autoridade monetária vinha atuando sem fazer avisos prévios: convocava leilões para a venda de dólar no mercado à vista quando o câmbio se estressava demais, de modo a trazer um alívio imediato ao mercado. Tais intervenções, no entanto, não foram capazes de frear a trajetória de alta da moeda americana.
Assim, a instituição optou por um caminho diferente nesta quinta-feira: avisou de antemão que promoveria um leilão desse tipo. Com isso, o dólar abriu a sessão de hoje no campo negativo e permaneceu por lá durante quase todo o dia — as quedas mais intensas, contudo, viriam só durante a tarde.
E isso porque a Secretaria de Comércio exterior (Secex) do ministério da Economia revisou o resultado das exportações nas primeiras quatro semanas de novembro. De acordo com o órgão, as vendas ao exterior totalizaram US$ 13,5 bilhões no período — acima da cifra original, de US$ 9,7 bilhões.
Com o dado corrigido, o saldo da balança comercial neste mês virou para o campo positivo: agora, há um superávit de US$ 2,7 bilhões, ante um déficit de US$ 1,1 bilhão anteriormente contabilizado.
Calmaria no Ibovespa
Apesar do alívio no dólar, o dia foi marcado por um certo marasmo na bolsa: com os mercados americanos fechados, o giro financeiro do Ibovespa somou apenas R$ 12,5 bilhões nesta quinta-feira, muito abaixo da média de novembro, de R$ 20,3 bilhões.
O setor de varejo avançou em bloco, puxado por Via Varejo ON (VVAR3), em alta de 3,87% — o Citi elevou a recomendação dos papéis para compra. Lojas Americanas PN (LAME4) e Lojas Renner ON (LREN3) subiram 3,14% e 1,19%, nesta ordem.
As aéreas Gol PN (GOLL4) e Azul PN (AZUL4) também se deram bem, fechando o dia com ganhos de 3,92% e 3,45% respectivamente — o recuo do dólar beneficia diretamente as empresas, que possuem uma fatia relevante de seus custos denominada na moeda americana.
Entre as quedas, destaque para os bancos, após o governo limitar os juros do cheque especial em 8% ao mês, a partir de 6 de janeiro de 2020, medida que fez o mercado mostrar cautela em relação ao setor: as ações PN do Itaú Unibanco (ITUB4) caíram 0,29%, os papéis PN do Bradesco (BBDC4) recuaram 0,78% e as units do Santander Brasil tiveram perda de 1,76%.
Veja as ações que lideraram a ponta positiva do Ibovespa hoje:
- Yduqs ON (YDUQ3): +4,80%
- Gol PN (GOLL4): +3,92%
- Via Varejo ON (VVAR3): +3,87%
- JBSON (JBSS3): +3,80%
- Cielo ON (CIEL3): +3,75%
Confira também as principais perdas do índice:
- Santander Brasil units (SANB11): -1,76%
- Bradespar PN (BRAP4): -1,75%
- Gerdau PN (GGBR4): -1,44%
- Suzano ON (SUZB3): -1,36%
- B2W ON (BTOW3): -1,32%
Feriado?
Apesar do feriado do Dia de Ação de Graças paralisar as operações nos mercados dos EUA, isso não quer dizer que o noticiário internacional não tenha influenciando os ativos globais.
Lá fora, houve uma redução do otimismo dos agentes financeiros em relação à guerra comercial. O presidente americano, Donald Trump, sancionou a lei que impede a exportação de equipamentos de segurança a países que interfiram na independência política de Hong Kong — uma medida que atinge especialmente a China.
Nesse cenário, as principais praças da Europa fecharam com um ligeiro viés negativo: na Alemanha, o DAX caiu 0,31%; no Reino Unido, o FTSE 1000 recuou 0,18%; e, na França, o CAC 40 teve perda de 0,24% — o índice pan-continental Stoxx 600 terminou em baixa de 0,14%.
Leve alívio nos juros
Com o dólar à vista sustentando-se em queda nesta quinta-feira, as curvas de juros conseguiram respirar e passaram por um ajuste negativo, tanto na ponta curta quanto na longa. Veja abaixo como ficaram os principais DIs:
- Janeiro/2021: de 4,74% para 4,69%;
- Janeiro/2023: de 5,99% para 5,89%;
- Janeiro/2025: de 6,62% para 6,52%;
- Janeiro/2027: de 6,94% para 6,87%.
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3