🔴 VEM AÍ: ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – INSCREVA-SE GRATUITAMENTE

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

é hoje!

BC e Fed devem cortar juros. Um por necessidade, o outro por pressão

Copom deve levar Selic para nova mínima histórica de 5% ao ano. Federal Reserve (Fed) tem decisão um pouco mais complexa

Eduardo Campos
Eduardo Campos
30 de outubro de 2019
5:10 - atualizado às 9:20
Os presidentes do Fed, Jerome Powell, e do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto.
Imagem: Federal Reserve e Banco Central do Brasil

Temos mais uma super quarta-feira da política monetária, a penúltima do ano, com as decisões de juros do nosso Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed), banco central americano. Um vai reduzir a Selic por necessidade, o outro, se cortar, podemos dizer que foi por medo ou pressão.

Vamos começar pelo Copom, já que a tomada de decisão de Roberto Campos Neto e companhia está mais fácil que a dos colegas americanos. O consenso de mercado é de nova redução de meio ponto na Selic, de 5,5% para nova mínima histórica de 5% ao ano. Cabe lembrar que no mercado correm algumas apostas de um BC mais agressivo, com redução de 0,75 ponto. Saberemos depois das 18 horas.

Essa “certeza de corte” decorre da comunicação feita pelo próprio BC. Tanto Campos Neto quanto os diretores reafirmaram a mensagem central de política monetária desde o encontro de 18 de setembro: O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo.

Juro baixo com inflação nas metas é um cenário a se comemorar, mas que vai exigir cada vez mais dedicação dos investidores. Por isso, deixo umas dicas de leitura sobre investimentos com Selic nesses patamares. Há dicas para investidores conservadores e para os de perfil mais arrojado. Também deixo como sugestão o nosso e-book sobre investimentos em bolsa de valores. Além desse guia completo sobre investimentos em ações.

Inflação rastejando

As projeções de inflação que serão apresentadas pelo BC devem continuar mostrando Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo da meta tanto em 2019, quanto em 2020, mesmo considerando valores maiores para o dólar. O que permite isso é a reação tímida do crescimento econômico.

De fato, o mercado parece que está tomando as projeções do BC como um balizador para o tamanho do ciclo de corte enquanto o BC não muda sua comunicação, acenando como pretende conduzir o ciclo de cortes que vai acumulando 1,5 ponto percentual de redução de juro, podendo chegar a 2 pontos ou mais até dezembro.

Leia Também

Será que o BC segue chancelando o mercado ou tenta balizar um ajuste fino de expectativas, preferindo manter o juro baixo por mais tempo a testar taxas nominais e reais cada vezes menores?

Em nota divulgada na semana passada, o BTG Pactual fez um exercício de projeção considerando Selic de 5,5% e câmbio a R$ 4,05. Teríamos inflação de 3,3% neste ano e entre 3,6% a 3,7% em 2020. Ou seja, há espaço para cortes adicionais, já que a meta de 2020 é de 4%.

Aliás, o BTG acredita em Selic de 4% no começo de 2020. Além dos dois cortes de meio ponto agora em 2019, caberiam mais duas reduções de 0,25 ponto no começo do ano que vem. Também já vimos que a Itaú Asset trabalha com juro de 3,75%, com reduções de 0,75 ponto agora e em dezembro e que a Orxord Economics apresentou um cenário alternativo que poderia ter Selic de 3%. Ontem, o Bank of America Merrill Lynch fez uma atualização na sua projeção de 4,75% para 4% no fim do ciclo. Também fizemos uma ponderação do risco de um ciclo muito prolongado de cortes.

Juro real zero ou negativo

O que o Copom e o mercado discutem é quão mais estimulativa a política monetária pode ficar sem colocar em risco o cumprimento das metas de inflação. O BC já disse que o cenário prescreve juro abaixo do considerado neutro.

A questão e quão para baixo o juro real (juro nominal descontada a inflação) pode ir. Olhando o swap de juros de 360 dias, que está na casa de 4,4% e descontando a inflação de 3,55% (mediana Focus 12 meses) temos uma taxa real de 0,82% ao ano. Para dar um parâmetro, quando o BC começou a cortar a Selic em outubro de 2016, o juro real estava na casa dos 7%.

É para essa taxa real que o investidor deve olhar sempre que fizer seus investimentos. A depender de tributação e taxas de administração, alguns tipos de investimento estão com retorno zero ou mesmo negativo. Pagar 100% do CDI não quer dizer nada. Poupança então, que paga 70% da Selic, praticamente já era, é perda real quase certa. Só lembrando que existe mais de R$ 800 bilhões estacionados na caderneta.

Será que o Fed corta?

No lado do Fed o quadro é um pouco mais complexo. Apesar dos mercados futuros atribuírem probabilidade de mais de 90% de uma nova redução de 0,25 ponto, trazendo o juro para a banda de 1,5% a 1,75%, há bons argumentos para uma parada.

Jerome Powell tenta balizar as expectativas do mercado falando que não se trata de um ciclo de corte de juro agressivo, mas sim de um “ajuste de meio de ciclo” ou “corte de segurança”. A piora de cenário decorrente da guerra comercial teria obrigado o Fed a ajustar a taxa para evitar uma desaceleração mais forte da economia.

O fato é que os EUA seguem crescendo, com desemprego nas mínimas históricas e bolsas de volta às máximas. Além disso, EUA e China caminham em direção à um acordo comercial em etapas.

A questão é que toda vez que Powell tenta reforçar essa mensagem de “ajuste de meio de ciclo” e da “dependência dos dados” para a tomada de decisão, os mercados reagem de forma negativa.

O risco é que uma reação muito negativa do mercado poderia acabar contaminando as expectativas e o lado real da economia. Assim, uma pausa no ciclo, que em tese seria boa notícia, acabaria se transformando em um problema para o Fed.

Dentro do próprio Fed não há consenso entre os membros, pois temos dois diretores que vêm advogando pela manutenção - Eric Rosengren e Esther George - enquanto James Bullard votou por um corte de meio ponto em setembro. Pelas discussões da última ata, teríamos outros membros propensos a se juntar a Rosengren e Esther.

Powell terá de explicar muito bem a decisão para contornar eventual reação negativa dos mercados. Alguns economistas avaliam que o Fed pode fazer sim uma pausa agora, para avaliar o impacto do ajuste já feito, mas sem fechar a porta para eventual redução na reunião de dezembro.

Outro ponto a ser observado na decisão e na entrevista de Powell é em relação aos comentários sobre a compra de títulos (o QE que não é QE) e o aumento no volume de operações de mercado aberto para suprir liquidez ao mercado. O volume subiu de US$ 75 bilhões para US$ 120 bilhões por dia.

Por ora, a única certeza é que Donald Trump vai criticar a decisão.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O VOO DA SELIC

Voando cada vez mais alto: Copom sobe a Selic em 0,5 ponto, a 13,25%, e dá a entender que os juros continuarão subindo

15 de junho de 2022 - 18:40

O Copom cumpriu as expectativas do mercado e reduziu o ritmo de alta da Selic; confira as sinalizações do BC quanto ao futuro dos juros

NOVELA CONTINUA

Greve dos servidores do BC continua e pode afetar a próxima reunião do Copom sobre a Selic

31 de maio de 2022 - 12:55

O sindicato dos servidores do BC terá uma nova reunião em 7 de junho; a categoria afirma que as operações via PIX não serão afetadas

A ESCALADA CONTINUA

Ata do Copom indica alta de 0,50 ponto da Selic em junho, mas deixa fim do ciclo de alta dos juros em aberto

10 de maio de 2022 - 11:22

Banco Central confirma que a Selic vai subir menos na próxima reunião, mas o topo da montanha da taxa de juros pode ser ainda mais alto

INDO ÀS ALTURAS

Copom segue escalando a montanha dos juros e eleva Selic em 1 ponto, a 12,75% ao ano — e continuará subindo rumo ao pico

4 de maio de 2022 - 19:13

É a décima alta consecutiva na Selic, que chega no maior patamar desde o começo de 2017; a decisão de juros do Copom foi unânime

FIIs hoje

Copom deve voltar a subir a taxa Selic amanhã. Conheça fundos imobiliários que podem lucrar ainda mais com a alta dos juros

3 de maio de 2022 - 13:00

Uma categoria específica de FIIs tem a rentabilidade atrelada a indexadores que se alimentam tanto da inflação mais salgada quanto do ciclo de aperto nos juros

POR TEMPO INDETERMINADO

Servidores do BC retomam greve na próxima semana. A reunião do Copom será afetada?

29 de abril de 2022 - 19:07

Os servidores do Banco Central retomam a greve na próxima terça-feira (03), por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral

silêncio é de ouro

‘Cenário alternativo’ do BC para a inflação gera mais ruídos que acertos, diz gestor

16 de março de 2022 - 22:10

Para CEO e gestor da Parcitas Investimentos, Marcelo Ferman, cenário alternativo do BC é uma aposta arriscada que ele não faria.

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O que esperar da Super-Quarta? Como as reações do Copom e do Fed aos desdobramentos da guerra podem influenciar seus investimentos

15 de março de 2022 - 6:36

Em um contexto de inflação acelerada e elevação de juros, os investidores voltam a se posicionar em renda fixa, mas não só

DOIS MEMBROS A MENOS

Copom corre risco de desfalques na próxima reunião sobre taxa Selic após Senado adiar sabatina de novos membros da diretoria do BC

13 de fevereiro de 2022 - 15:32

A avaliação do mercado é de que a falta de dois dos participantes empobrece o debate a respeito do ritmo de calibração da taxa básica de juros brasileira

Na mínima desde setembro

Por que o dólar está despencando? Os motivos que explicam o forte alívio no mercado de câmbio

1 de fevereiro de 2022 - 5:42

O dólar à vista fechou janeiro na casa de R$ 5,30, acumulando baixa de quase 5% no mês. Entenda o que está mexendo com o real e a taxa câmbio

Dê o play!

Com a Selic acima de 10%, quais os próximos passos do BC? O podcast Touros e Ursos debate o futuro da taxa de juros

29 de janeiro de 2022 - 6:42

No podcast Touros e Ursos desta semana, a equipe do SD discutiu o cenário para a Selic e o BC em 2022. Até onde o Copom vai subir os juros?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Renda fixa, o xerifão da zaga, volta ao time titular dos investidores

9 de dezembro de 2021 - 8:53

Descubra como ficará o retorno dos investimentos em renda fixa agora que a Selic foi elevada a 9,25% ao ano pelo Banco Central

Rumo aos dois dígitos

Como ficam os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 9,25%

9 de dezembro de 2021 - 5:30

Aumento da taxa básica dispara gatilho de mudança na forma de remuneração da poupança. Veja como fica o retorno das aplicações conservadoras de renda fixa agora que o Banco Central elevou a Selic mais uma vez

Juros nas alturas

Selic decola a 9,25%, maior patamar em quatro anos; BC assume tom duro e indica nova alta de 1,5 ponto em fevereiro

8 de dezembro de 2021 - 18:41

Com a nova alta de 1,5 ponto concretizada hoje, a Selic saiu do patamar de 2% em janeiro e fecha o ano em 9,25%

O melhor do Seu Dinheiro

O novo sabor (ruim) da poupança, os mercados à espera do Copom e outros destaques desta quarta-feira

8 de dezembro de 2021 - 8:50

Com decisão do Copom, a regra da poupança vai mudar e a rentabilidade, aumentar; descubra se vale a pena experimentar

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em forte alta e dólar recua com exterior favorável

7 de dezembro de 2021 - 9:12

Mercados continuam sendo beneficiados pelas notícias iniciais referentes à aparentemente baixa letalidade da variante ômicron do novo coronavírus

Seu Dinheiro na sua manhã

O melhor do Seu Dinheiro: Como não treinar seu dragão

7 de dezembro de 2021 - 8:56

Com inflação na casa dos dois dígitos, BC não consegue domar os preços e precisa elevar taxa Selic

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O reino rentista ressurge no horizonte: o que esperar da decisão de amanhã (e das próximas) do Copom sobre a Selic

7 de dezembro de 2021 - 5:56

Aperto monetário deve perdurar até o fim da primeira metade do ano que vem, quando voltaremos a ter dois dígitos de taxa básica de juro

INVESTIDORES ATENTOS

4 fatos que mexem com o Ibovespa na próxima semana — incluindo Copom e IPO do Nubank

5 de dezembro de 2021 - 14:18

O principal índice acionário brasileiro terá um calendário cheio de eventos e dados econômicos para digerir ao longo dos próximos dias

O PLANO AGORA É OUTRO

Copom muda o plano no meio do voo e contrata mais uma alta de 1,5 ponto porcentual da Selic

3 de novembro de 2021 - 7:55

Confirmação da mudança do ‘plano de voo’ do BC consta da ata da última reunião de política monetária, divulgada hoje pela manhã; se confirmada, taxa básica de juro fechará 2021 a 9,25% ao ano

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar