A bolsa vai subir? Saiba como cinco fundos multimercados estão posicionados em ações
A ameaça de um acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China assustou, mas não mudou a visão positiva de algumas das principais gestoras de fundos multimercados para o desempenho da bolsa brasileira
A bolsa vai subir? Quem é (bem) pago para investir bilhões de reais em recursos de clientes diz que sim. A ameaça de um acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China assustou no mês passado, mas as principais gestoras de fundos multimercados seguem otimistas (e compradas) em ações brasileiras.
Os multimercados – que como diz o nome investem em diferentes classes de ativos – podem aumentar, diminuir ou até mesmo apostar contra a bolsa. Mas das cinco gestoras que eu selecionei para esta reportagem – Adam, Kinea, Legacy, SPX e Verde – nenhuma mantinha posições líquidas vendidas em ações no mercado local no fim do mês passado.
É sempre bom lembrar que os gestores não são meros “palpiteiros”. Nenhum deles vai muito longe se as expectativas traçadas para o mercado não se traduzirem em retorno para os cotistas. Os fundos multimercados, em particular, são ainda mais cobrados porque podem, em tese, ganhar em qualquer cenário.
O mês de agosto foi daqueles típicos em que a convicção dos gestores foi testada. O Ibovespa fechou em queda de 0,67% e o dólar se valorizou mais de 10%. Já o CDI – indicador de referência para o desempenho da maioria dos fundos – ficou em 0,50% em agosto e acumula uma alta de 4,16% no ano.
Em suas cartas mensais, as gestoras destacaram o que sabemos: os mercados no Brasil foram contaminados pela piora no cenário externo ao longo do mês passado.
Além do acirramento da guerra comercial, a surpresa com a vitória da oposição nas primárias das eleições argentinas acabou respingando por aqui. Mas isso não significa que o fim do ciclo de alta das ações no Brasil esteja no fim. Ao contrário, os fundos mantiveram e alguns até aumentaram a exposição à bolsa.
Leia Também
Aliás, a surpresa positiva em agosto veio justamente da economia brasileira, com a divulgação da alta de 0,4% do PIB no segundo trimestre. O resultado veio acima das expectativas do mercado mas em linha com o que algumas gestoras esperavam.
Saiba a seguir como os gestores de fundos multimercados se comportaram em agosto e as principais posições para este mês:
Verde aumenta posição em ações
O lendário fundo de Luis Stuhlberger, teve um mês difícil em agosto, com um retorno de apenas 0,18%, mas continua batendo de longe o CDI no ano, com uma alta de 8,79%.
Com um total de R$ 42 bilhões sob gestão, a gestora aproveitou a queda da bolsa para aumentar as posições em ações brasileiras em seu fundo clássico, que acumula uma rentabilidade que supera os 17.000% desde o início, em 1997, contra pouco mais de 2.000% do CDI no mesmo período.
“Temos visto mais oportunidades de aumentar do que diminuir o risco dos portfólios, mas a complexidade do ambiente nos mantém permanentemente de sobreaviso”, escreveram os gestores.
Além da bolsa, o Verde aumentou a aposta de queda de dólar ao longo do mês passado e manteve a posição aplicada em juro real.
Legacy vendido em bolsa (americana)
Quem também segue otimista com o cenário local é a Legacy. A gestora fundada no ano passado por ex-profissionais da tesouraria do Santander caiu rapidamente no gosto dos investidores e conta hoje com um patrimônio de R$ 8,2 bilhões
No mês passado, o fundo rendeu 114% do CDI, mesmo com uma queda de 0,40% nas posições em ações na carteira. Apesar do desempenho no mês passado, a Legacy manteve a aposta na bolsa brasileira.
“Na parte local, nossa visão segue otimista, lastreada em nossa convicção quanto a perspectivas de aceleração da atividade econômica à frente e de avanço nas agendas de reformas”, escreveu a gestora, em sua carta mensal.
Para a Legacy, as ações brasileiras devem se descolar do mercado americano. “Mantivemos posições vendidas no S&P [índice da bolsa de Nova York] ao longo de agosto e tencionamos manter essa posição.”
SPX mantém aposta em bolsa e dólar
O estrelado fundo Nimitz da gestora de Rogério Xavier surfou nos mares revoltos do mês passado com um retorno de 1,51% – o triplo do CDI no período.
A alta em agosto veio principalmente da aposta no dólar. A gestora que possui um total de R$ 38,5 bilhões em patrimônio informou que segue comprada na moeda norte-americana, o que poderá pesar contra o fundo no resultado deste mês se o câmbio mantiver a atual tendência de queda.
Na carta do mês passado, a SPX fala em um cenário de "bear market político" que pode afetar o desempenho dos mercados. Assim como a Legacy, a gestora mantém uma exposição líquida vendida no mercado acionário americano.
Para a SPX, os ativos brasileiros devem seguir o caminho trilhado no resto do mundo. Mesmo assim, o fundo possui alocação comprada na bolsa brasileira, principalmente em ações dos setores de utilities (energia elétrica) e consumo.
Kinea tem ganho com bolsa em agosto
Enquanto boa parte dos multimercados amargou perdas com a exposição em bolsa no mês passado, a aposta no mercado de ações trouxe resultado positivo para os fundos da Kinea.
O Chronos, principal produto da gestora controlada pelo Itaú Unibanco, praticamente empatou com o CDI no mês passado, com uma rentabilidade de 0,50%. Nos últimos 12 meses, o fundo rende 153,9% do indicador de referência.
A Kinea segue comprada na bolsa com posições principalmente em ações dos setores de consumo, serviços financeiros e elétricas. Ou seja, aqueles mais ligados à economia doméstica.
A gestora também atua com a estratégia de pares de ações, ou seja, com a compra de uma ação combinada com a venda de outra. "O principal destaque positivo foi para o intersetorial comprado em logística contra indústria, enquanto o principal destaque negativo foi o intrasetorial em educação", escreve a Kinea, no relatório de agosto.
Adam neutra em bolsa
Das cinco gestoras de fundos multimercados que eu selecionei para esta matéria, apenas a Adam, do gestor Marcio Appel, não tinha posição comprada na bolsa brasileira no fim de agosto. Com R$ 26 bilhões sob gestão, a Adam obteve um retorno de 0,50% em seu fundo principal no mês passado e acumula rentabilidade de 5,30% em 2019.
"Embora se encontre no início de seu ciclo econômico, não consideramos que o Brasil será capaz de se desvencilhar do cenário global e mantemos visão neutra em relação à bolsa local", escreveu a gestora.
E você, compartilha da visão dos gestores de fundos sobre a bolsa? Conte como está sua posição no mercado de ações nos comentários logo abaixo.
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
