Com vitória da Ambipar (AMBP3) na Justiça, ações disparam; como fica o investidor?
O investidor pessoa física pode ser tanto detentor de ações da companhia na bolsa quanto de debêntures da empresa. Veja quando e se ele pode recuperar o dinheiro investido
A novela da Ambipar (AMBP3) está longe de acabar - principalmente para investidores e credores.
A companhia conseguiu uma prorrogação da suspensão de pagamentos. A empresa informou na noite de sexta-feira (24) que a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro prorrogou a medida cautelar que suspende pagamentos da companhia.
Com isso, as ações da companhia subiram na bolsa ontem (27) e fecharam em alta de 34,62%. A alta se mantém hoje, 28.
No entanto, a alta na bolsa não é tão surpreendente. A Ambipar — que outrora chegou a liderar a lista de ações que mais bombaram na B3 —, conquistou o status de penny stock, como são conhecidos os papéis que negociam a menos de 1 real. Uma das principais características comuns e inerentes às penny stocks é a volatilidade. Afinal, com um preço tão baixo, qualquer variação, por menor que seja, pode resultar em grandes oscilações percentuais das ações na tela.
- VEJA TAMBÉM: CHINA vs EUA: Começou uma nova GUERRA FRIA? O que está em jogo nessa disputa - assista o novo episódio do Touros e Ursos no Youtube
Ela pediu recuperação judicial no início da semana passada, mas a Justiça ainda não aceitou o pedido.
Na última semana, diversas polêmicas envolvendo a empresa pipocaram nos jornais. Credores contestam o endereço do pedido de recuperação judicial e o Bradesco processou diretores da empresa. A Ambipar informa que a Justiça manteve o Rio de Janeiro como foro competente para julgar sua recuperação judicial e que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou pedido do Bradesco para impedir venda de bens do controlador da Ambipar.
Leia Também
O que acontece com o investidor
No meio dessas confusões, está o investidor pessoa física. Ele pode ser tanto detentor de ações da companhia na bolsa quanto de debêntures da empresa. A alta da ação na bolsa de valores hoje poderia ser um alívio. Mas o valor ainda está muito abaixo do pico de R$ 26,85, de dezembro do ano passado, ou de R$ 14,20, de 19 de setembro, antes das polêmicas sobre os green bonds da empresa.
É possível recuperar o dinheiro? A resposta vai depender do investimento que a pessoa tiver na mão.
Se é um investidor em renda fixa, o retorno dependerá se a debênture foi emitida com garantia ou não. No caso de um título com garantia, ele está na 2ª classe, logo abaixo de créditos trabalhistas.
"Mas, se não tiver garantia, é um crédito quirografário, entra no fim da fila", afirma Vanderlei Garcia Jr., especialista em direito contratual e societário e sócio do Ferreira & Garcia Advogados.
- SAIBA MAIS: Já ajustou a sua carteira de investimentos este mês? Veja as principais recomendações no programa “Onde Investir” do Seu Dinheiro
Mesmo que os títulos tenham garantia, não há certeza que o pagamento será feito de forma integral. "Normalmente, os créditos são renegociados no plano com deságio", diz Garcia.
Os pagamentos de qualquer título estão suspensos. Além disso, a RJ também suspende o pagamento de juros.
"Em uma recuperação judicial, a discussão da empresa com credores pode demorar. E, mesmo quando o plano for aprovado, o pagamento pode ser feito com deságio, de forma parcelada e pode até haver um período de carência para o início dos pagamentos", diz Renan Xisto, head de contratos, societário, marcas e patentes, LGPD e M&A do escritório Paschoini Advogados.
O período de suspensão das execuções e cobranças contra a empresa em RJ, chamado de stay period, é de até 180 dias, prorrogável por mais 180 dias se o Juiz entender que a retomada dos pagamentos pode comprometer as negociações do plano de recuperação.
Normalmente o prazo começa com o deferimento do processamento da RJ. Mas, com a decisão da Justiça pela suspensão dos pagamentos, a Ambipar antecipou os efeitos do stay period. O juiz pode abater esse tempo de suspensão, garantido pela medida cautelar, do tempo total do stay period, afirma Xisto.
Já os investidores em bolsa conseguem apenas amargar os prejuízos. Se a participação societária deles, na forma de ações emitidas na bolsa, perdeu valor, não há o que fazer.
Se for constatada uma fraude, é possível que acionistas minoritários se unam para entrar com uma ação contra a empresa. Foi o que aconteceu no caso dos acionistas minoritários da Americanas. Mas esse é um processo lento.
Quais são os prazos
A Ambipar terá o prazo de 60 dias, a partir do deferimento do processamento da recuperação judicial, para apresentar o seu plano de recuperação. Caso contrário, a recuperação pode ser convertida em falência.
Depois, um credor tem 30 dias corridos para apresentar uma objeção ao plano de RJ. Nesse caso, precisa ser realizada uma Assembleia Geral de Credores em até 90 dias.
E quando a empresa deve voltar a pagar seus credores, inclusive investidores em debêntures ou bonds?
"A lei não determina prazo e nem a forma de como o pagamento deverá ser feito. Isso é proposto no plano de recuperação judicial apresentado pela Empresa e é deliberado na assembleia geral de credores", diz Xisto.
Entenda o que está acontecendo
No fim de setembro, a Ambipar havia conseguido na Justiça medida cautelar que suspendeu execuções e cobranças por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Na sexta-feira (24), a Justiça do Rio manteve a proteção judicial da companhia contra bloqueios, exigências de vencimentos antecipados de dívidas e execuções de dívidas.
Segundo o Brazil Journal, a maior parte da dívida da Ambipar é formada por bonds, título de dívidas no exterior. Já as debêntures somam outros R$ 3 bi, enquanto as dívidas com bancos somam outros R$ 2 bilhões.
Ainda de acordo com o site, entre as instituições, o maior credor é o Santander (SANB11), com R$ 663 milhões, seguido pelo Banco do Brasil (BBAS3) (R$ 352 milhões), Banco do Nordeste (R$ 207 milhões), Deutsche Bank (R$ 188 milhões), Bradesco (BBDC4) (R$ 165 milhões), Daycoval (R$ 109 milhões), Scania (R$ 77 milhões) e ABC Brasil (ABCB4) (R$ 56 milhões).
Credores contestaram a recuperação judicial da Ambipar (AMBP3), e dizem que a empresa buscou o Rio de Janeiro por ser um foro mais favorável. De acordo com bancos, a maior parte das sedes do grupo está em São Paulo, cidade também de todos os membros do conselho de administração, e o complexo de Nova Odessa, no interior paulista, reúne as principais atividades da empresa. Em resposta, a companhia diz que a maior parte de sua receita vem do Rio de Janeiro e por isso optou por enviar seu pedido de recuperação para a Justiça do estado. A Justiça manteve o Rio de Janeiro como foro competente.
Para tentar contornar a RJ e assegurar pagamentos, o Bradesco abriu um processo contra o controlador Tercio Borlenghi Junior e contra o diretor de integração e finanças do Grupo Ambipar, Thiago da Costa e Silva, para que eles não pudessem vender seus bens. A intenção é responsabilizar diretores da empresa por dívidas em caso de fraudes.
Em resposta, a empresa disse que o banco não apresentou provas de fraudes e que a ação busca "contribuir para a consolidação da fantasiosa tese do Bradesco na mídia". O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou os pedidos do Banco Bradesco.
Cogna (COGN3) acerta na lição de casa no 3T25 e atinge menor alavancagem em 7 anos; veja os destaques do balanço
A companhia atribui o resultado positivo do terceiro trimestre ao crescimento e desempenho sólido das três unidades de negócios da empresa: a Kroton, a Vasta e a Saber
Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
Adeus home office: Nubank (ROXO34) volta ao escritório por “custos invisíveis”; funcionários terão tempo para se adaptar ao híbrido
O Nubank se une a diversas empresas que estão chamando os funcionários de volta para os escritórios
Minerva (BEEF3) tem receita líquida e Ebitda recordes no 3T25, mas ações desabam na bolsa. Por que o mercado torce o nariz para o balanço?
Segundo o BTG Pactual, com um trimestre recorde para a Minerva, o que fica na cabeça dos investidores é: o quão sustentável é esse desempenho?
Rede D’Or (RDOR3) brilha com lucro 20% acima das expectativas, ação é a maior alta da bolsa hoje e ainda pode subir mais
No segmento hospitalar, a empresa vem conseguindo manter uma alta taxa de ocupação dos leitos, mesmo com expansão
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Maior empreendimento imobiliário do Brasil prepara “cidade própria”, mas especialistas alertam para riscos
Reserva Raposo prevê 22 mil moradias e até 80 mil moradores até 2030; especialistas alertam para mobilidade, infraestrutura e risco de sobrecarga urbana
iPhone, iPad, MacBook e mais: Black Friday da iPlace tem produtos da Apple com até 70% de desconto, mas nem tudo vale a pena
Rede autorizada Apple anuncia descontos em iPhones, MacBooks, iPads e acessórios, mas valores finais ainda exigem avaliação de custo-benefício
Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
Black Friday 2025: Americanas promete até 80% de desconto e aposta em programa de fidelidade
A campanha transforma cada sexta-feira de novembro em um dia de ofertas, com novas modalidades de compra e parcelamento sem juros
Itaú Unibanco (ITUB4) supera expectativas com lucro de R$ 11,8 bilhões no 3T25; rentabilidade segue em 23%
O resultado veio acima das expectativas de analistas de mercado; confira os indicadores
Ligou o alerta? Banco Central quer impor novas regras para bancos que operam com criptomoedas
A proposta funciona como um farol para para o sistema financeiro e pode exigir mais capital de bancos expostos a bitcoin, tokens e outros ativos digitais
O homem que previu a crise de 2008 aposta contra a febre da IA — e mira Nvidia e outra gigante de tecnologia
Recentemente, a Nvidia atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado; nesta terça-feira (4), os papéis operam com queda de mais de 2% em Nova York
O golpe do cashback: como consultores aproveitaram uma falha no sistema para causar prejuízo milionário à Natura (NATU3)
Uma fraude sofisticada, que explorava falhas no sistema de cashback e distribuição de brindes da Natura, causou um prejuízo estimado em R$ 6 milhões à gigante brasileira de cosméticos
‘Ultra-hard-discount’: Como funciona o modelo de desconto extremo do atacarejo que vai desembarcar no Brasil em breve
Rede russa Vantajoso promete revolucionar o varejo alimentar brasileiro com o modelo ultra-hard-discount, que aposta em lojas compactas, margens mínimas e preços ainda mais baixos que os atacarejos
