A compra do Banco Master pelo BRB finalmente vai sair do papel? Cade aprova acordo sem restrições; veja quais os próximos passos
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou, sem restrições ou remédios, a transação anunciada pelas duas instituições

Após meses de expectativa, a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) está um passo mais próxima de sair do papel — agora, com o sinal verde do regulador antitruste.
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, o acordo entre as duas instituições.
O Cade afirmou que, após análise, a operação não representa riscos à concorrência, já que certas empresas vinculadas ao Banco Master não serão incorporadas ao BRB.
A avaliação é de que a participação conjunta das duas instituições nos mercados com sobreposição horizontal encontra-se abaixo de 20% (esse é o filtro a partir do qual se presume posição dominante) e que a participação de cada uma nos mercados verticalmente integrados está abaixo de 30% (filtro a partir do qual se presume capacidade de fechamento de mercado).
O Cade também destaca que as instituições confirmaram que o contrato entre Master e BRB foi assinado em 28 de março e que não houve a celebração de outros instrumentos contratuais relacionados à operação e nenhuma alteração ou assinatura de termos aditivos ao que já havia sido apresentado ao regulador.
No entanto, é preciso lembrar que a aprovação somente será definitiva após 15 dias, caso não haja contestação do Tribunal do Cade ou recursos de terceiros interessados.
Leia Também
Além disso, a conclusão do negócio ainda está sujeita à aprovação do Banco Central.
A compra do Banco Master pelo BRB: o que está em jogo?
O BRB anunciou a compra de 58,04% do capital social do Banco Master por cerca de R$ 2 bilhões no fim de março.
A aquisição também inclui dois outros ativos do Banco Master: o will bank e o Credcesta.
Além disso, Daniel Vorcaro, atual presidente do Master, passará a integrar o conselho do BRB.
Contudo, a movimentação despertou preocupações no mercado, especialmente devido ao rápido crescimento do Banco Master nos últimos anos.
A expansão foi impulsionada por ativos de risco, incluindo captação via CBDs, que ofereciam taxas de juros de até 130% do CDI.
Enquanto muitos bancos médios focam suas carteiras em empréstimos ao varejo e atacado, cerca de 34% da carteira do Banco Master está investida em títulos e créditos a receber, o que levanta questionamentos sobre o risco envolvido.
- Leia também: Polícia Federal investiga se empresário Nelson Tanure é o controlador de fato do Banco Master
O que ainda falta para a compra do Master sair do papel
Apesar do avanço com o aval do regulador, o processo de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) ainda depende da aprovação pelo Banco Central brasileiro.
Segundo o Estadão, na semana passada, o BRB entregou o documento final com a proposta de compra ao BC, que agora tem 360 dias para analisar e decidir se libera ou não o negócio.
Desde que o anúncio da compra, o BRB precisou revisar a oferta várias vezes, ajustando os termos da operação para reduzir os riscos e garantir que a compra coubesse no orçamento do banco estatal.
Na proposta final, o BRB decidiu excluir R$ 33 bilhões em ativos de menor liquidez e precificação complexa, uma estratégia para reduzir os riscos e tornar a operação mais viável, segundo o jornal.
Essa decisão teria sido tomada após uma auditoria interna no balanço do Banco Master, que era uma das condições do Banco Central para continuar a análise do processo.
Banco Master em apuros?
Entre as diversas etapas necessárias para que essa aquisição fosse passível de análise, o próprio fundador do Banco Master, Daniel Vorcaro, teve que vender ativos próprios para capitalizar a instituição financeira.
O banqueiro vendeu R$ 1,5 bilhão em ativos diversos: participação em empresas como Light, Méliuz e outras menores, créditos, imóveis e precatórios.
O objetivo da operação era garantir a liquidez do banco e dar suporte a um pedido de empréstimo do Master ao FGC, permitindo que a instituição pagasse os CDBs de sua própria operação e de suas subsidiárias por um prazo de dois anos.
Segundo o Estadão, o Banco Master precisava cobrir cerca de R$ 10 bilhões em compromissos. O FGC se mostrou disposto a oferecer um empréstimo de cerca de R$ 4 bilhões, mas o valor final desse suporte financeiro ainda está indefinido.
Pontas soltas
Embora o BRB tenha avançado com a compra do Banco Master, Vorcaro ainda tem pontas soltas para amarrar.
Isso porque o BRB não adquirirá a totalidade da operação do Banco Master.
Cerca de R$ 33 bilhões em ativos ficarão de fora da transação, o que significa que, mesmo após a fusão, Vorcaro ainda precisará garantir liquidez para os compromissos que não serão absorvidos pelo BRB.
*Com informações do Money Times e do Estado de S.Paulo.
Banco Master: quais as opções disponíveis após o BC barrar a venda para o BRB?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, há quatro cenários possíveis para o Master
Pague Menos (PGMN3) avalia emissão de R$ 250 milhões e suspende projeções financeiras: o que está em jogo?
Com um nível de endividamento alarmante para acionistas, a empresa pretende reforçar o caixa. Entenda o que pode estar por trás da decisão
Ânima Educação (ANIM3) abocanha fatia restante da UniFG e aumenta aposta em medicina; ações sobem na bolsa hoje
A aquisição inclui o pagamento de eventual valor adicional de preço por novas vagas de medicina
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura
Nas turbulências da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54): investir nas ações das aéreas é um péssimo negócio ou a ‘pechincha’ é tanta que vale a pena?
No mercado financeiro, é consenso que o setor aéreo não é fácil de navegar. Mas, por mais que tantas variáveis joguem contra as empresas, uma recuperação da Azul e da Gol estaria no horizonte?
Como a Braskem (BRKM5) foi do céu ao inferno astral em apenas alguns anos — e ainda há salvação para a petroquímica?
Com prejuízo, queima de caixa ininterrupta e alavancagem elevada, a Braskem vivencia uma turbulência sem precedentes. Mas o que levou a petroquímica para uma situação tão extrema?
Construtoras sobem até 116% em 2025 — e o BTG ainda enxerga espaço para mais valorização
O banco destaca o impacto das mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o público atendido e aumentou o teto financiados para até R$ 500 mil
Mesmo com acordo bilionário, ações da Embraer (EMBR3) caem na bolsa; entenda o que está por trás do movimento
Segundo a fabricante brasileira de aeronaves, o valor de tabela do pedido firme é de R$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra adicionais
Boeing é alvo de multa de US$ 3,1 milhões nos EUA por porta ejetada de 737-Max durante voo
Administração Federal de Aviação dos EUA também apontou que a fabricante apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e de qualidade exigido pela agência
Petrobras (PETR4) passa a integrar o consórcio formado pela Shell, Galp e ANP-STP após aquisição do bloco 4 em São Tomé e Príncipe
Desde fevereiro de 2024, a estatal atua no país, quando adquiriu a participação nos blocos 10 e 13 e no bloco 11
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL54) lideram as altas da B3 nesta sexta-feira (12), em meio à queda do dólar e curva de juros
As companhias aéreas chegaram a saltar mais de 60% nesta semana, impulsionadas pela forte queda do dólar e da curva de juros
Simplificação do negócio da Raízen é a chave para a valorização das ações RAIZ4, segundo o BB Investimentos
A companhia tem concentrado esforços para reduzir o endividamento, mas a estrutura de capital ficará desequilibrada por um tempo, mesmo com o avanço de outros desinvestimentos, segundo o banco
Nova aposta do Méliuz (CASH3) para turbinar rendimentos com bitcoin (BTC) traz potencial de alta de mais de 90% para as ações, segundo o BTG
Para os analistas do banco, a nova negociação é uma forma de vender a volatilidade da criptomoeda mais valiosa do mundo e gerar rendimento para os acionistas
BTG vê avanço da Brava (BRAV3) na redução da dívida e da alavancagem, mas faz um alerta
Estratégia de hedge e eficiência operacional sustentam otimismo do BTG, mas banco reduz o preço-alvo da ação
Banco do Brasil (BBAS3): está de olho na ação após MP do agronegócio? Veja o que diz a XP sobre o banco
A XP mantém a projeção de que a inadimplência do agro seguirá pressionada, com normalização em níveis piores do que os observados nos últimos anos
Petrobras (PETR4) produz pela primeira vez combustível sustentável de aviação com óleo vegetal
A estatal prevê que a produção comercial do produto deve ter início nos próximos meses
Francesa CMA conclui operação para fechar capital da Santos Brasil (STBP3), por R$ 5,23 bilhões
Com a operação, a companhia deixará o segmento Novo Mercado da B3 e terá o capital fechado
O que a Petrobras (PETR4) vai fazer com os US$ 2 bilhões que captou com venda de títulos no exterior
Com mais demanda que o esperado entre os investidores gringos, a Petrobras levantou bilhões de reais com oferta de títulos no exterior; descubra qual será o destino dos recursos
A conexão da Reag, gigante da Faria Lima investigada na Carbono Oculto, com o clube de futebol mais querido dos paulistanos
Reag fez oferta pela SAF do Juventus junto com a Contea Capital; negócio está em fase de ‘due diligence’
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3) e Copasa vão distribuir mais de R$ 500 milhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Ambas as companhias realizarão o pagamento aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio