🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Governar a Alemanha será como dançar sobre um campo minado

O primeiro grande obstáculo do novo governo vem de fora: as tarifas comerciais de Trump, mas o verdadeiro teste de fogo será, sem dúvida, o dilema fiscal

25 de fevereiro de 2025
6:05 - atualizado às 18:37
Imagem: Aurora / Grok

O grande destaque do final de semana foi, sem dúvida, o resultado das eleições na Alemanha.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Friedrich Merz, líder do bloco conservador CDU/CSU, está prestes a assumir o cargo de chanceler após seu partido conquistar 28,5% dos votos — percentual que deve se traduzir em uma fatia ainda maior no parlamento, já que alguns partidos não atingiram a cláusula de barreira.

Agora, o caminho natural aponta para a formação de uma ampla coalizão com o SPD, que amargou 16,4% dos votos e se despede do poder após três anos sob a liderança apagada de Olaf Scholz.

A eleição não só registrou o maior comparecimento do século entre os eleitores alemães, como também marcou um avanço histórico: a ascensão meteórica do partido de extrema-direita AfD, que cravou 20% dos votos e garantiu a segunda colocação.

No entanto, o isolamento político do partido segue intacto, já que nenhuma outra sigla ousa sequer cogitar uma coalizão com eles. Resultado? A AfD permanece confinada ao papel de oposição oficial, latindo alto, mas sem a menor chance de morder.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que está evidente é que Merz terá de equilibrar com habilidade as exigências internas de seu partido com as concessões necessárias para atrair e manter aliados.

Leia Também

Afinal, quem acompanha a política alemã sabe bem: formar uma coalizão é uma coisa; fazê-la funcionar de maneira coesa e duradoura é um desafio completamente diferente.


Fonte: ZDF/Forschungsgruppe Wahlen

Um pesadelo político?

Entre os cenários possíveis, o mercado não recebeu o desfecho ideal — aquele que viria com uma vitória mais expressiva do que a esperado do bloco conservador CDU/CSU —, mas também está longe de encarar um pesadelo político.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na prática, a bancada de Friedrich Merz deve garantir uma fatia ainda maior das cadeiras no parlamento, já que algumas legendas, como o FDP (liberais pró-mercado) e o BSW (extrema esquerda), não atingiram o patamar mínimo de 5% exigido para representação. Ou seja, menos vozes para atrapalhar o processo legislativo.

Do ponto de vista econômico, a expectativa é de que um governo liderado por Merz rompa, pelo menos em parte, com a rigidez fiscal que definiu a política alemã nas últimas décadas. Afinal, o país tem espaço fiscal para isso — o famoso "luxo da austeridade".

A promessa de estímulos orçamentários não é apenas um capricho político, mas uma necessidade prática para revitalizar uma economia que já foi o motor de crescimento da Europa, mas que hoje range como uma engrenagem enferrujada.

A base industrial alemã enfrenta um processo contínuo de deterioração, sufocada por uma tempestade perfeita: custos energéticos nas alturas, despesas trabalhistas em ascensão e o peso de juros elevados. Essa combinação tem corroído a competitividade do setor manufatureiro, historicamente a espinha dorsal da economia alemã.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto o governo Scholz se perdeu em disputas internas e falta de direcionamento, a indústria foi deixada à própria sorte — e os números falam por si. Foi um desastre…

Diante desse cenário, a vitória de Merz não é exatamente um passaporte para a prosperidade, mas um lembrete de que o país precisará encarar desafios complexos e interligados.

Soluções pragmáticas serão essenciais, mas a pergunta que paira no ar é: até que ponto a retórica conservadora do CDU/CSU permitirá as concessões necessárias para destravar a economia sem romper a promessa de disciplina fiscal?

Como sempre, entre a teoria política e a realidade econômica, há um abismo que nenhum discurso eleitoreiro consegue preencher.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • LEIA MAIS: É hoje: CEO Conference 2025 vai reunir grandes nomes da economia, política e tecnologia; veja como participar

O teste de fogo na Alemanha de hoje

O primeiro grande obstáculo no caminho de Friedrich Merz pode vir, ironicamente, de fora: as tarifas comerciais propostas por Donald Trump.

O presidente norte-americano já deixou claro que pretende impor uma taxa de 25% sobre veículos, semicondutores e produtos farmacêuticos importados, atingindo em cheio a espinha dorsal da economia alemã — a poderosa indústria automotiva — e comprometendo as exportações de tecnologia avançada.

Considerando a dependência estrutural da Alemanha do comércio exterior, essa ameaça é particularmente sensível, exigindo de Merz não apenas habilidade diplomática, mas um talento quase acrobático para equilibrar interesses comerciais e políticos sem comprometer a competitividade do país.

Enquanto tenta se esquivar das investidas tarifárias de Washington, Merz enfrentará outro desafio interno igualmente espinhoso: a crise energética.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desde a interrupção do fornecimento de gás russo — até então o alicerce do sistema energético alemão —, o país tem acelerado sua transição para fontes renováveis. No entanto, como de costume, a ambição verde tropeça na realidade prática.

A infraestrutura ainda é insuficiente para integrar de forma eficiente a energia gerada por parques eólicos e solares à rede nacional. O resultado? Um mercado energético fragmentado, caro e instável, que continua a sufocar a indústria e desviar investimentos.

Mas o verdadeiro teste de fogo será, sem dúvida, o dilema fiscal.

A Alemanha opera sob o rigoroso "freio da dívida" (Schuldenbremse), um dispositivo constitucional que limita o endividamento público — símbolo máximo da obsessão alemã pela austeridade. Foi justamente a disputa em torno do orçamento e dos gastos que levou ao colapso da coalizão governante no ano passado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As propostas das principais legendas implicam um déficit adicional de 23 bilhões de euros (0,5% do PIB), ultrapassando o atual limite de 0,35%. E aí vem o nó: para flexibilizar essa regra, seria necessário um apoio de dois terços do parlamento, o que dá à oposição o poder de bloquear qualquer tentativa de reforma com apenas um terço das cadeiras.

Em um ambiente polarizado, esperar consenso político não é trivial.

Em resumo, Merz terá que navegar por um campo minado econômico e político, onde cada passo em falso pode custar caro.

Suas primeiras decisões serão cruciais não apenas para determinar o rumo da economia alemã, mas também para testar sua capacidade de consolidar uma liderança estável em meio a um cenário interno e externo volátil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E, considerando a fragmentação parlamentar e a necessidade de costurar uma coalizão funcional, ninguém deveria se surpreender se as negociações se arrastarem por semanas — ou até meses (talvez até o final de abril tenhamos algo).

Por ora, o mercado reage com um otimismo: o euro subiu e as ações alemãs avançaram, embaladas pela esperança de um governo mais inclinado à flexibilização fiscal e ao crescimento. Resta saber se esse entusiasmo resistirá ao inevitável choque com a realidade das negociações nas próximas semanas. Afinal, como sempre na política europeia, entre a promessa e a entrega, o caminho é longo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Insights Assimétricos

A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional

9 de setembro de 2025 - 7:15

Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Tarcisiômetro

8 de setembro de 2025 - 20:00

O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)

8 de setembro de 2025 - 8:05

Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada

TRILHAS DE CARREIRA

Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham

7 de setembro de 2025 - 7:32

Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

SEXTOU COM O RUY

Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações

29 de agosto de 2025 - 6:01

Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje

28 de agosto de 2025 - 7:52

Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?

27 de agosto de 2025 - 20:00

Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje

27 de agosto de 2025 - 7:58

Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar