🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional

Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

9 de setembro de 2025
7:15 - atualizado às 18:55
Javier Milei, presidente da Argentina
Javier Milei, presidente da Argentina - Imagem: Montagem Seu Dinheiro / reprodução das redes sociais

Tenho acompanhado de perto a corrida eleitoral para as legislativas de meio de mandato na Argentina, marcadas para outubro, e é inegável que o pleito carrega potencial para redefinir tanto o rumo político quanto o econômico do país. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mais do que uma simples votação intermediária, trata-se de um verdadeiro teste de apoio à chamada “terapia de choque” fiscal do presidente Javier Milei. Ao mesmo tempo, representa a chance de ampliar de forma decisiva a presença de sua legenda, La Libertad Avanza (LLA), no Congresso. 

A meta é clara: conquistar ao menos um terço das cadeiras, o que garantiria ao governo poder de veto contra iniciativas que possam minar sua agenda de reformas — tributária, trabalhista e previdenciária. Ainda assim, mesmo em caso de vitória expressiva, Milei não escapará da necessidade de negociar com alas mais moderadas da oposição, dado que a política argentina segue marcada por forte fragmentação.

  • LEIA TAMBÉM: Onde investir em setembro? O Seu Dinheiro reuniu os melhores ativos para ter na carteira neste mês; confira agora gratuitamente 

Nesse cenário, a fragilidade da Unión por la Patria — principal força peronista, ainda majoritária no Congresso, mas profundamente dividida por disputas internas e por uma crise de liderança — acaba funcionando como um trunfo para o governo.

O capital político de Milei e o mercado

As últimas semanas de campanha, no entanto, foram dominadas por turbulências que ameaçam corroer o capital político de Milei. O vazamento de uma gravação que supostamente implicaria Karina Milei, irmã do presidente, em um esquema de propinas envolvendo a Agência Nacional de Deficiência (Andis), desencadeou uma investigação federal e trouxe desgaste adicional à imagem do governo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O episódio é particularmente delicado porque colide diretamente com a bandeira anticorrupção que foi central em sua eleição de 2023. O timing tampouco poderia ser pior: às vésperas da eleição de outubro, o escândalo ameaça eclipsar conquistas recentes que vinham sendo exibidas como vitórias do governo, como a desaceleração da inflação e o avanço no equilíbrio das contas públicas. 

Leia Também

O impacto já se fez sentir na prática: a eleição legislativa na Província de Buenos Aires resultou em um revés contundente para a LLA, que obteve apenas 33,8% dos votos, contra 47% conquistados pelo bloco peronista-kirchnerista. O resultado frustrou expectativas de uma disputa mais equilibrada — as pesquisas apontavam diferença de até 5 pontos percentuais — e expôs as fragilidades políticas de Milei.

Fonte: La Nacion

O resultado eleitoral ampliou as incertezas quanto à capacidade de Milei de manter coesão política e sustentar apoio nas eleições nacionais de outubro, especialmente após o desgaste provocado pelo escândalo envolvendo sua irmã, episódio que corroeu parte relevante de seu capital político. 

O impacto foi imediato nos mercados: a taxa de câmbio saltou de ARS 1.370 para ARS 1.430 logo após a divulgação, refletindo um ambiente financeiro já fragilizado, no qual a desvalorização do peso se combina ao risco de uma nova aceleração inflacionária. Na dinâmica atual, o câmbio caminha para ultrapassar a banda superior de tolerância definida pelo Banco Central, o que reforça a percepção de vulnerabilidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante desse quadro, a expectativa é de que as autoridades priorizem a estabilidade cambial como peça central na gestão do período pré-eleitoral. Esse esforço provavelmente exigirá uma combinação de medidas, passando tanto por um maior rigor na política monetária — com taxas de juros mais elevadas para conter pressões inflacionárias e sustentar o peso — quanto por intervenções diretas no câmbio. 

O desafio, contudo, é calibrar esse mix de instrumentos sem sufocar ainda mais a atividade econômica, já enfraquecida, e sem comprometer a narrativa de disciplina fiscal e monetária que o governo busca defender perante os agentes de mercado.

Fonte: Bloomberg e VanEck

Assim, ainda que Milei insista em reafirmar seu compromisso com disciplina fiscal, política monetária restritiva e manutenção do atual regime cambial, o revés político recente amplia o prêmio de risco e sinaliza obstáculos mais profundos para a aprovação de sua agenda de reformas após outubro — agenda que, vale destacar, ainda exige avanços significativos em diversas frentes estruturais. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O termômetro da disputa eleitoral

A derrota eleitoral não altera de imediato a governabilidade, já que se tratou de uma disputa restrita ao legislativo provincial. No entanto, o episódio assume caráter simbólico importante, funcionando como um termômetro da disputa nacional que se aproxima.

A Província de Buenos Aires, que concentra cerca de 40% do eleitorado argentino e tradicionalmente se inclina ao peronismo, era vista como uma oportunidade para Milei demonstrar capacidade de reverter tendências históricas e consolidar sua base política. O resultado, contudo, reforça o grau de dificuldade do desafio.

Embora as pesquisas nacionais ainda indiquem Milei competitivo, o episódio serve como um choque de realidade: a corrida até outubro tende a ser marcada por incertezas, volatilidade e embates intensos. Há espaço tanto para a consolidação de sua liderança e fortalecimento de sua agenda quanto para o risco de erosão de apoio e enfraquecimento político. O quadro atual mostra que Milei ainda mantém vantagem, mas tem perdido terreno, refletindo uma disputa mais aberta do que parecia.

Fonte: Agrupamento de pesquisas, Wikipedia

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar do revés recente, o cenário eleitoral argentino segue em aberto. Fora da região metropolitana de Buenos Aires — tradicional reduto do peronismo —, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece estreitamente vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

O comportamento do mercado dependerá não apenas do resultado das urnas, mas, sobretudo, da capacidade do governo de recalibrar sua estratégia econômica e política de forma convincente, transmitindo confiança a investidores e agentes locais. Em última instância, será essa habilidade de ajuste que determinará se a recente turbulência eleitoral se traduz em mera oscilação temporária ou em um entrave mais profundo à recuperação sustentada dos preços dos ativos no país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

SEXTOU COM O RUY

Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações

29 de agosto de 2025 - 6:01

Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje

28 de agosto de 2025 - 7:52

Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?

27 de agosto de 2025 - 20:00

Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje

27 de agosto de 2025 - 7:58

Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje

26 de agosto de 2025 - 7:54

Com demissão no Fed e ameaça de novas tarifas, Trump volta ao centro das atenções do mercado; por aqui, investidores acompanham também a prévia da inflação

EXILE ON WALL STREET

Lady Tempestade e a era do absurdo 

25 de agosto de 2025 - 19:58

Os chineses passam a ser referência de respeito à propriedade privada e aos contratos, enquanto os EUA expropriam 10% da Intel — e não há razões para ficarmos enciumados: temos os absurdos para chamar de nossos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quem quer ser um milionário? Como viver de renda em 2025, e o que move os mercados hoje

25 de agosto de 2025 - 7:43

Investidores acompanham discursos de dirigentes do Fed e voltam a colocar a guerra na Ucrânia sob os holofotes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da fila do telefone fixo à expansão do 5G: uma ação para ficar de olho, e o que esperar do mercado hoje

22 de agosto de 2025 - 8:17

Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole

SEXTOU COM O RUY

A ação “sem graça” que disparou 50% em 2025 tem potencial para mais e ainda paga dividendos gordos

22 de agosto de 2025 - 6:04

Para os anos de 2025 e 2026, essa empresa já reiterou a intenção de distribuir pelo menos 100% do lucro aos acionistas de novo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar