Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
A manhã pode até ser de chuva em São Paulo, mas o céu parece ter aberto para o Santander Brasil (SANB11) - ao menos em partes. O banco comandado por Mario Leão superou as expectativas do mercado ao entregar um balanço forte no terceiro trimestre de 2025 (3T25), com lucro e rentabilidade acima do esperado pelos analistas.
Em termos gerais, o mercado avalia que o balanço do banco trouxe aspectos bastante positivos, especialmente devido à surpresa na lucratividade. Porém, os analistas ainda veem uma nuvem no horizonte, o que limita o otimismo com o resultado.
De todas as formas, a expectativa é que o Santander tenha uma sessão mais neutra na bolsa brasileira hoje, embora ainda deva figurar no campo positivo.
- LEIA TAMBÉM: Tenha acesso às recomendações mais valorizadas do mercado sem pagar nada; veja como receber os relatórios semanais do BTG Pactual com o Seu Dinheiro
No exterior, os ADRs (recibos de ações) do Grupo Santander amanheceram no azul, com ganhos acima de 3% na bolsa de Nova York (Nyse), o que pode dar pistas de como as units SANB11 devem performar por aqui hoje.
Logo na abertura do pregão, os papéis SANB11 subiam 1,63% e figuravam entre as maiores altas do Ibovespa, cotados a R$ 29,84. No acumulado do ano, as units do banco acumulam valorização superior a 25%.
Confira as principais linhas do balanço do Santander Brasil (SANB11) no 3T25:
| Indicador | Resultado 3T25 | Projeções | Variação (a/a) | Evolução (t/t) |
|---|---|---|---|---|
| Lucro líquido | R$ 4,01 bilhões | R$ 3,724 bilhões | +9,4% | +9,6% |
| ROAE | 17,5% | 16,3% | +1,2 p.p. | +0,5 p.p |
| Margem financeira | R$ 15,2 bilhões | -0,1% | -1,2% | |
| Carteira de crédito ampliada | R$ 688,8 bilhões | — | +3,8% | +2% |
Balanço de baixa qualidade? O que dizem os analistas sobre o resultado do Santander Brasil no 3T25
Embora o Santander tenha superado as expectativas, o JP Morgan avalia que o resultado acima das projeções foi de “baixa qualidade”, já que houve uma queda de 6% no lucro antes dos impostos, “mascarada por uma alíquota efetiva de imposto muito baixa, em torno de 4%”, contra uma taxa de 15% esperada pelos analistas.
Leia Também
Segundo os analistas do banco norte-americano, a decepção no pré-imposto foi explicada por uma margem financeira líquida (NII) mais fraca, com queda de 1% no trimestre e estabilidade em base anual, pressionado por uma perda de R$ 1,3 bilhão na margem com o mercado — quase o dobro da perda de R$ 730 milhões registrada no 2T25.
Apesar da inadimplência levemente maior, o banco também destacou o write-off — , dívidas que já foram provisionadas e baixadas como prejuízo — menor do Santander no terceiro trimestre.
Mesmo assim, o JP Morgan destaca quatro pontos positivos no balanço do Santander do 3T25:
- Aceleração da carteira de crédito, que vinha sendo um ponto de preocupação, puxada principalmente por grandes empresas e pequenas e médias empresas (PMEs);
- Otimização de custos;
- Melhora nas receitas de tarifas; e
- Qualidade de ativos controlada.
“O balanço do trimestre teve um resultado fraco no topo, mas reforça a visão positiva (overweight) para o papel, já que o Santander negocia a múltiplos atrativos de 6,3 vezes o preço/lucro previsto para 2026 e de 1,05 vez o valor patrimonial (P/VP), com potencial de ROE convergindo para 17% a 18%”, escreveram os analistas do JP Morgan.
O Safra também teve uma visão neutra do balanço do Santander devido ao EBT abaixo das expectativas, pressionado pelas operações de tesouraria. Os analistas avaliam que essa linha de crédito pode continuar sendo um fator negativo para os resultados nos próximos dois trimestres, dado que a Selic deve continuar nos patamares atuais, a 15% ao ano.
Apesar disso, o banco vê com bons olhos a maior seletividade do Santander na concessão de crédito, o que teve um impacto positivo no custo do risco no trimestre e ajudou a estabilizar a tendência da qualidade dos ativos. Inclusive, o Safra afirma ter uma leitura melhor das tendências da qualidade do crédito do banco.
"Um ponto positivo é que a dinâmica das despesas operacionais principais continua contribuindo positivamente para a rentabilidade, à medida que os ganhos de eficiência são capturados, compensando amplamente o aumento de 'outras despesas'", disseram os analistas.
Apesar disso, o Safra continuou com recomendação neutra para as units SANB11, dadas as perspectivas de baixo crescimento da receita bruta até 2026.
É hora de comprar SANB11?
Apesar da preocupação dos analistas depois do balanço do terceiro trimestre, o mercado ainda está majoritariamente otimista com o Santander Brasil (SANB11).
Das nove recomendações de casas de análises compiladas pela plataforma TradeMap para as units do banco, seis são de compra e duas, neutras.
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
